Negócios

Avanço do setor de franquias foi maior em Minas Gerais

Enquanto no Brasil atividade registrou faturamento 16,8% maior no 2º trimestre, no Estado expansão foi de 19,6%
Avanço do setor de franquias foi maior em Minas Gerais
Crédito: Keiny Andrade

Animado com a queda das restrições de deslocamento e isolamento social e a retomada da economia, o franchising brasileiro comemora os resultados alcançados no segundo trimestre de 2022. Segundo a Pesquisa Trimestral de Desempenho do setor realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), as franquias cresceram em faturamento 16,8% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Em relação ao segundo trimestre de 2019, o aumento foi de 11,4%. Ainda segundo o estudo, a receita passou de R$ 41,140 bilhões para R$ 48,052 bilhões nesse período. Quando observado o crescimento em relação ao segundo trimestre de 2020 – marcado pelo início da pandemia – o índice chega a 73,3%.

O resultado nacional foi bastante influenciado pelos números de Minas Gerais, terceiro maior mercado do setor de franchising no Brasil em termos de faturamento, com R$ 3,78 bilhões arrecadados. O Estado cresceu mais que a média do País, 19,6%. A participação do Estado também cresceu de 7,69% no segundo trimestre do ano passado para 7,87% no período encerrado em junho deste ano no total faturado pelo franchising brasileiro.

De acordo com a diretora da Regional Minas Gerais (ABF Minas), Danyelle Van Straten, a volta dos eventos foi fundamental para os resultados alcançados. 

“Com um crescimento de 19,6%, o desempenho das franquias em Minas Gerais superou de forma significativa a média nacional. Tivemos números bem positivos tanto em faturamento, como em unidades e principalmente na geração de empregos. Vemos reação de setores na nossa região que foram muito afetados nesses últimos dois anos como Hotelaria e Turismo e hoje já se recuperam com mais força. Esses dados positivos reforçam a resiliência e a maturidade do setor em todo o País. Reforço sempre que avançamos muito na recuperação graças à força de estarmos em rede, mas aqui em Minas temos muito ainda pra crescer”, explica Danyelle Van Straten.

Para o presidente da ABF, André Friedheim, além da recuperação da economia de forma geral, a elevação está associada ao maior fluxo de consumidores nas lojas físicas  – inclusive em shopping centers e outros centros comerciais -, a retomada mais disseminada de hábitos presenciais e eventos sociais e corporativos e uma grande demanda reprimida em áreas como alimentação e turismo, sendo que o delivery e o e-commerce mantiveram níveis consideráveis. A retomada de serviços e a melhoria da taxa de emprego são outros fatores importantes.

A Associação apurou também que a receita no período acumulado de 12 meses avançou 9,2%, de R$ 178,95 bilhões para R$ 195,45 bilhões. Entre os meses de abril a junho de 2020 e deste ano, a variação positiva foi de 14%, e em referência a igual período de 2019, pré-pandemia, o crescimento do setor foi de 8,6%.

“Esses dados positivos reforçam a resiliência e a maturidade do setor de franquias brasileiro, que mesmo ainda enfrentando os impactos da pandemia e novos desafios, segue resistindo e, com muito esforço, avança em sua recuperação. O forte retorno presencial apoiado pela vacinação e a demanda reprimida foram alavancas importantes, mas o franchising está fazendo sua parte para que o crescimento seja sustentável e consistente”, afirma Friedheim.

Tradicional porta de entrada para o mercado de trabalho, o setor de franquias no Brasil totalizou aproximadamente 1.454 milhão de pessoas empregadas diretamente neste segundo trimestre, ante 1.292 milhão no mesmo período do ano anterior, o que equivale a uma alta de 12,5% no número de empregos diretos gerados pelo franchising nos meses analisados. Em Minas, esse índice foi de 19,7%.

Em relação à abertura de unidades de franquias no período pesquisado, o índice foi de 3,7%, ante 3,9% no segundo trimestre do ano passado. Foram encerradas 1,8% das operações contra 1,7% em igual período, resultando em um saldo positivo de 1,9%. O índice de repasses também manteve-se estável, ficando em 0,9% neste segundo trimestre frente a 0,8% de abril a maio do ano passado.

Danyelle Van Straten, ressalta a importância do retorno dos eventos para os resultados registrados | Crédito: Divulgaçã/ABF

Crescimento generalizado

O balanço da ABF mostra, ainda, que todos os 11 segmentos do setor apresentaram crescimento. A maior variação positiva no faturamento foi constatada em Hotelaria e Turismo, com 25,4% de alta. Como no primeiro trimestre, o segmento manteve o ritmo de recuperação graças, principalmente, ao arrefecimento da pandemia e à retomada das viagens e eventos. Alimentação – Food Service vem em seguida, com receita 22,3% maior frente a igual período do ano passado, beneficiando-se também do maior fluxo de consumidores em ambientes físicos, assim como da Páscoa e do Dia das Mães, que tradicionalmente aquecem as vendas, além da manutenção do delivery em níveis elevados. Saúde, Beleza e Bem-Estar registrou o terceiro melhor desempenho, favorecido também pela alta demanda por serviços e a volta dos eventos sociais. Destacaram-se, ainda, Casa e Construção (17,4%) e Moda (15,8%).

O desempenho dos segmentos no acumulado de 12 meses também foi positivo para todos os segmentos, com destaque novamente para a liderança de Hotelaria e Turismo (22,4%), em seguida vêm Saúde, Beleza e Bem-Estar (10,9%) e Casa e Construção (10,5%).

Com referência ao desempenho dos segmentos no semestre, Saúde, Beleza e Bem-Estar lidera (16,9%), sendo acompanhado por Alimentação – Food Service (16,0%), Hotelaria e Turismo (15,9%), Moda (14,7%) e Casa e Construção (13,2%).

No Estado destacam-se os segmentos de Casa e Construção, com crescimento de 39,2%; seguido por Serviços e Outros Negócios, com 26,1%; e Alimentação – Food Service, com 24,4% na comparação entre os segundos trimestres de 2022 e 2021. 

O bom desempenho do setor entre abril e junho e das perspectivas para o segundo semestre animaram a ABF a revisar para cima a projeção para 2022 do faturamento, de 9% para 12%, e de unidades, de 7% para 8%. Já o crescimento do número de redes, previsto em 5%, e de empregos, no mesmo percentual, foram mantidos. Eventos voltados para o setor de franquias, como a Expo Franchising ABF Rio, entre os dias 15 a 17 de setembro, prometem ajudar o setor a continuar crescendo.

“O segundo semestre do ano é tradicionalmente melhor, considerando datas como o Dia dos Pais, que há projeções de uma alta das vendas, a Black Friday e o Natal, e observo também que há um otimismo maior por parte dos empresários. A expectativa é que o setor de franquias brasileiro ultrapasse a barreira de R$ 200 bilhões em faturamento neste ano”, pontua.

Ainda que os resultados sejam satisfatórios e a ABF já revise as previsões para o fim do ano positivamente, o executivo aponta para a necessidade de políticas públicas que incentivem os pequenos negócios.

“Precisamos, assim como outros setores, que sejam mantidas ou ampliadas as medidas de apoio e financiamento das micro e pequenas empresas, como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e às Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Estamos também lutando para que o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) beneficie o segmento de Alimentação, um dos mais impactados no período mais crítico da Covid-19”, alerta o presidente da ABF.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas