BDMG: melhor resultado em 5 anos
O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) chegou ao fim de 2018 com o melhor resultado dos últimos cinco anos. A instituição teve superávit de R$ 126 milhões, após apresentar prejuízo de R$ 177,5 milhões em 2017. O número de 2018 só ficou atrás do apresentado em 2013, no período pré-crise, que foi de R$ 127,6 milhões. Os dados positivos foram atingidos mesmo com o Estado enfrentando grave crise financeira e o País ainda seguindo em passos lentos na retomada da economia. “O resultado está dentro do planejamento feito para enfrentar a crise”, disse o presidente do BDMG, Marco Aurélio Crocco.
Ele informou ontem que os resultados positivos foram obtidos com eficiência interna, que incluiu redução das despesas, mudanças na forma de empréstimo, gestão da inadimplência, melhoria de garantias e busca de fundos diferenciados.
Crocco explica que o resultado positivo aumenta o poder de alavancagem de recursos por parte do banco. A cada R$ 1 que o BDMG incorpora ao seu patrimônio, o banco consegue pegar R$ 7 no mercado, conforme as regras do Banco Central. Para 2019, a projeção é alta de 17% nos desembolsos, caso as estimativas de retomada da economia se concretizem.
“Historicamente, o capital próprio do BDMG é feito de aportes que o Estado fez no passado. E, como política de praticamente todos os governos, com exceção de 2010 e 2014, se o BDMG tem lucro, o dinheiro fica dentro do BDMG, que não distribui dividendos. Se tem prejuízo, o próprio banco resolve. Se tem lucro, incorpora a seu capital e, assim, consegue ir ao mercado alavancar mais recursos e emprestar mais”, explica Crocco.
Atualmente, o capital próprio do BDMG é de R$ 1,2 bilhão. O banco conta com 20.951 clientes ativos, sendo que desse total aproximadamente 85% são micro e pequenas empresas. Os clientes estão em 754 municípios do Estado. A atuação ocorre via correspondentes bancários e web.
Marco Aurélio Crocco reforçou que o banco vem agindo para fortalecer sua função estratégica para desenvolvimento econômico e social, focando em quatro pilares: agro, inovação, sustentabilidade e desenvolvimento regional e social.
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Financiamentos – Em 2018, os repasses feitos pelo BDMG chegaram a R$ 1,28 bilhão de financiamento a seus clientes, 11% a mais que em 2017 (R$ 1,15 bilhão). O impacto na economia mineira foi de R$ 1,14 bilhão, possibilitando a criação de 23 mil novos empregos. Para 2019, a projeção é de desembolso de R$ 1,5 bilhão, ou seja, alta de 17% em relação a 2018. A inadimplência gira em torno de 3,5%, estando dentro do perfil do mercado.
“O BDMG atravessou esses quatro anos de crise sem ter escassez de fundo para emprestar. Não emprestamos mais porque não houve demanda. Entre 2015 e 2017 houve queda de desembolsos porque a demanda diminuiu.
Entre 2017 e 2018 houve crescimento, com as pessoas voltando a procurar o BDMG por crédito”, resume o presidente do banco. Entre 2015 e 2018, o BDMG realizou empréstimos no valor total de R$ 5,9 bilhões, gerando impacto adicional na produção mineira de R$ 5,4 bilhões (corrigidos para 2018) e cerca de 116 mil empregos.
Transição – O presidente Marco Aurélio Crocco deve ficar no cargo até o final de março. O governador Romeu Zema indicou para o cargo o nome de Sérgio Gusmão Suchodolski. A indicação já foi aprovada pelo Conselho do Banco e requer homologação do Banco Central, conforme legislação vigente. Ontem, Crocco informou que o processo de transição já teve início com a produção de relatórios a serem apresentados ao novo presidente, entre outras ações.
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