Belo Horizonte ganha espaço de moda de alto padrão

O Botânico Shopping, novo centro de compras e lazer de alto padrão de Belo Horizonte, inaugura em 1º de outubro um espaço exclusivo destinado à moda de luxo. Projetado pela arquiteta Ana Bahia, o ambiente reúne sete marcas, sendo seis mineiras – Anna Barroso, Coven, Elisa Atheniense, Essenciale, Printing e Tatiane Queiroz – e uma paulista, a Manolita.
Com aporte de R$ 3 milhões, o espaço de 420 metros quadrados foi executado pela Terzo Engenharia. A proposta busca fortalecer o segmento de moda de alto padrão no Estado e oferecer ao público um mix de marcas autorais.
Segundo Elisa Atheniense, que participou da curadoria, o projeto não é uma loja multimarcas, mas sim de corners – espaços exclusivos delimitados por mobiliário, como na galeria Le Bon Marché, em Paris. “Não existe em nenhum shopping do Brasil um espaço com proposta semelhante, de reunir marcas em um mesmo local”, afirma.
No mercado há três décadas, a marca Elisa Atheniense é reconhecida pelo trabalho artesanal em bolsas e acessórios. Também com mais de 30 anos de atuação, a Coven destaca-se pelo tricô e peças que combinam alfaiataria, camisaria e malha.
Especializada em moda festa e casual, a Printing terá sua segunda loja em Belo Horizonte, a primeira em shopping. A marca é dirigida por Malu Queiróz, que ressalta o caráter coletivo da curadoria.
Anna Barroso, criadora de calçados femininos, aponta a iniciativa como oportunidade de ampliar a presença no mercado. A Essenciale, de Valéria Lemos, valoriza bordados e alfaiataria, enquanto a joalheria Tatiane Queiroz aposta em peças contemporâneas feitas à mão. A paulista Manolita, por sua vez, traz calçados produzidos artesanalmente.
Projeto arquitetônico
O espaço, localizado no nível Horizonte do Botânico, foi concebido por Ana Bahia em formato de “S”, com linhas curvas e painéis vazados que direcionam o fluxo de visitantes. Inspirado no brutalismo, o projeto utiliza concreto aparente em contraste com acabamentos sofisticados, como móveis de quartzito e cortinas de linho.
Segundo a arquiteta, a proposta buscou preservar a estrutura original e ao mesmo tempo criar ambiente integrado entre as marcas. O espaço conta ainda com provadores centrais e caixas revestidas em espelho.
Contexto do mercado
O investimento ocorre em momento de expansão do mercado de luxo no Brasil. De acordo com estudo da Bain & Company, o setor movimentou R$ 74 bilhões em 2022, sendo R$ 18 bilhões em moda e itens pessoais.
Dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) apontam que a cadeia têxtil e de confecção atingiu R$ 203,9 bilhões em 2023, contra R$ 193,2 bilhões em 2022. O País possui a maior cadeia têxtil completa do Ocidente, da produção de fibras ao varejo.
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