BH tem primeira clínica compartilhada para tratamento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista

Belo Horizonte acaba de ganhar a primeira clínica compartilhada de TEA Unidas, unidade voltada para tratamento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outros transtornos de neurodesenvolvimento como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Com capacidade para atender 600 autistas ao mês e realizar cerca de 9 mil sessões mensalmente, a nova unidade na Capital fica na rua dos Otoni, no bairro Santa Efigênia e vai atender pacientes com TEA que necessitam de terapias e um acompanhamento contínuo.
A iniciativa é uma parceria entre a União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas), autogestões filiadas e a Doutor Agora. Segundo o diretor superintendente da Unidas, Wesley Nunes, o processo de idealização demandou muitas horas de trabalho.
“Estamos muito seguros pelo potencial que o serviço oferece em termos de qualidade assistencial e estrutura. Um dos grandes diferenciais do projeto foi a capacitação da equipe multiprofissional realizada em parceria com a Unimed Federação Minas. O curso de capacitação teve uma carga horária robusta, sendo exigido para aprovação um aproveitamento mínimo de 70%”, destaca.
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No modelo de clínicas compartilhadas, desenvolvido pela Unidas Superintendência MG, a gestão é dividida entre as operadoras participantes e os prestadores de serviços, seja por meio de unidades próprias ou parcerias com instituições especializadas. Isso permite uma abordagem coordenada e centrada no paciente com TEA, garantindo assistência personalizada e efetiva.
Para a gerente executiva da Unidas, Amanda Bassan Alves, a expectativa é oferecer em Belo Horizonte uma clínica com atendimento especializado e integrado a pacientes com condições como o TEA, TDAH e outros transtornos relacionados.
“O foco é centralizar todos os cuidados necessários aos pacientes em um único espaço, facilitando o dia a dia das famílias que necessitam de um atendimento contínuo e especializado”, aponta.
Ainda segundo a gerente, a inauguração da clínica compartilhada de tratamento dos transtornos de neurodesenvolvimento é um marco significativo no cenário da saúde em Minas Gerais e no Brasil.
“Ela representa não apenas uma conquista em termos de atendimento especializado, mas também um exemplo do poder da cooperação entre entidades de autogestão que, unidas, conseguem promover a sustentabilidade financeira e o bem-estar de seus beneficiários”, avalia.

Além de otimizar recursos, esse modelo contribui significativamente para a sustentabilidade financeira das operadoras envolvidas, uma vez que evita cobranças indevidas e racionaliza os custos operacionais.
A gerente adianta que, à medida que a capacidade da clínica for chegando ao limite, com o aumento de demanda, há possibilidade de expansão de novas clínicas. “Acreditamos no sucesso do projeto e no engajamento da família, portanto, havendo necessidade, ampliaremos nossa atuação. Também estamos prevendo replicar esse modelo em outras regiões do Brasil”, destaca.
Ainda em julho, a Unidas lançou a Cartilha TEA UNIDAS, com indicação de boas práticas no tratamento de pessoas do espectro autista para operadoras de saúde de autogestão. A ação teve como objetivo reunir as melhores práticas para gestão de beneficiários com TEA, não apenas na capital mineira, que necessitam de terapias e um acompanhamento contínuo, oferecendo a melhor estratégia de cuidado para esse público.
Entre ações recomendadas no documento estão a adoção de clínicas de tratamento compartilhadas e mudanças no modelo de remuneração.
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