Mineira Bioclin investe em P&D e projeta faturamento de até R$ 180 milhões em 2026
A indústria mineira Quibasa-Bioclin planeja encerrar 2025 com crescimento de 15% e faturamento de aproximadamente R$ 150 milhões e já projeta superar este valor em até 20% no próximo ano, atingindo R$ 180 milhões. A empresa, especializada em diagnósticos para laboratórios de análises clínicas, tem como premissa o investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) de novos produtos e soluções no mercado.
O CEO da Bioclin, Victor Arndt Junior, relata que a companhia possui uma área de P&D muito forte. Para o empresário, a aposta nesse segmento é fundamental para o crescimento da empresa. A indústria lançou 18 produtos no mercado ao longo deste ano e espera apresentar mais 20 produtos em 2026. “A intenção é oferecer a melhor solução para a área de diagnósticos e para os laboratórios”, diz.
A fabricante possui uma equipe de 20 profissionais voltados para o desenvolvimento de novos produtos e tecnologia de ponta. O dirigente afirma que a Quibasa-Bioclin direciona cerca de 5% do faturamento anual para o setor de pesquisa e desenvolvimento, para gastos com pessoal e aquisição de insumos.
A empresa mineira também possui um projeto chamado Bioclin Educar, que tem como objetivo financiar pesquisas de mestrado e doutorado em instituições educacionais de todo Brasil. A companhia investe cerca de R$ 2 milhões ao ano na oferta de materiais e bolsas para inúmeros pesquisadores da área de diagnóstico in vitro. Além disso, a empresa ainda apoia ações do Projeto Mano Down e outras iniciativas semelhantes.
Plano de expansão da fábrica da Bioclin

Arndt Júnior destaca que a Bioclin é uma empresa familiar que está passando por um processo de profissionalização nos últimos três anos, a fim de perpetuar o negócio. A indústria também está colocando em prática o plano de ampliação da fábrica em Belo Horizonte e, consequentemente, o aumento da capacidade produtiva. O projeto foi desenvolvido em 2019, antes do período da pandemia de Covid-19, e previa uma área de cerca de 10 mil metros quadrados (m²).
A iniciativa precisou ser interrompida durante a pandemia, com o foco da empresa sendo direcionado para a produção de testes de Covid-19. No entanto, o empresário pontua que os trabalhos deverão ser entregues no início do próximo ano, com uma área superior à prevista no início do projeto. Ele acredita que a capacidade de produção será ampliada em até cinco vezes após a conclusão.
A produção subirá de 100 mil kits para 500 mil itens produzidos por mês. Isso também exigirá um aumento no número de vendas, o que o dirigente avalia que não deverá ocorrer em um período muito curto, exigindo mais tempo para conseguir vender 100% do que for produzido na nova unidade fabril.
Além da área da fábrica, o orçamento previsto para o projeto também aumentou desde o início. Em 2019, a expectativa era de investir cerca de R$ 15 milhões. No entanto, os custos aumentaram e, desde então, a empresa já gastou cerca de R$ 40 milhões. O dirigente ressalta que a indústria ainda deverá investir mais R$ 15 milhões a R$ 20 milhões até a conclusão das obras.
“Isso porque o projeto não envolve apenas a construção de um prédio, mas também há a aquisição de maquinários e toda estrutura interna. Portanto, é um projeto estimado em cerca de R$ 55 milhões até o início de 2026”, explica.
Expansão para novos mercados e exportações

Essa ampliação da fábrica também possibilitará uma expansão para novos mercados e aumento da presença em áreas que a indústria já atua, como a produção de equipamentos para a realização do teste do pezinho. Segundo o CEO da empresa, a equipe de P&D vem desenvolvendo novas tecnologias para facilitar a realização de diagnósticos por parte dos laboratórios.
Outra área que vem ganhando espaço é a de diagnósticos para o mercado veterinário, que já responde por 8% do faturamento da fabricante mineira. Arndt Junior avalia que a Bioclin tem grande potencial para registrar crescimento significativo ao longo dos próximos três anos nesse segmento. “Nós vamos conseguir realizar isso após a conclusão da nova área fabril, que trará uma divisão mais clara das áreas humana e veterinária”, completa.
O empresário ainda espera concluir em 2026 o desenvolvimento de um projeto visando o aumento das exportações, que responde por apenas 3% do faturamento anual do negócio. Atualmente, a indústria já está presente em praticamente todos os países da América Latina, mas ainda abaixo do que a empresa pode apresentar.
“Estamos estruturando a área de exportação da Bioclin, com o objetivo de ser mais agressivo nesses países, mas, para isso, nós precisamos de uma equipe voltada para questões regulatórias mais estruturada”, pontua.
Um dos principais produtos que podem colaborar para esse processo de internacionalização da marca é o teste rápido de diagnóstico de hanseníase. Arndt Júnior destaca que a doença, apesar de ser facilmente tratada, segue sendo negligenciada por muitos países, incluindo o Brasil.
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