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Biografia resgata a trajetória inspiradora de Wilson Brumer

Como bom mineiro, livro traz “causos” de Wilson Nélio Brumer, além de relatos profissionais, como sua passagem pelo setor público
Biografia resgata a trajetória inspiradora de Wilson Brumer
Autora do livro conta que a obra foi fruto de oito anos de trabalho, “um processo árduo, extenso, meticuloso, porém, prazeroso” | Crédito: Divulgação Tati Motta

O mineiro Wilson Nélio Brumer lança, no dia 12 de agosto, entre 19h e 21h, na Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte, sua biografia intitulada “Brumer e a Testa Fria de Jacó”. A obra, que mergulha na trajetória pessoal e profissional do executivo, é um retrato da força, resiliência e inteligência de um homem que superou grandes desafios para alcançar um sucesso notável. 

Conforme a autora, a jornalista Júnia Carvalho, o livro começa com uma perspectiva histórica, narrando a vida do pai de Brumer, Szmul, um emigrante da Polônia que fugiu de sua terra natal e se estabeleceu em Belo Horizonte pouco antes da Segunda Guerra Mundial. O intuito era trabalhar, juntar dinheiro e trazer seus familiares. Quando finalmente conseguiu a quantia que precisava para trazer a família, soube que todos tinham sido mortos em campos de concentração. 

Szmul ficou sozinho na Capital até conhecer Nelça, com quem teve sete filhos. Ele faleceu cedo, quando Brumer tinha apenas sete anos. À época, o polônes, que ficou conhecido na região como Jacó, era dono de um pequeno armazém e vendia fiado para algumas pessoas, anotando as dívidas dos clientes em iídiche. Como ninguém sabia ler o idioma dos judeus, Nelça praticamente foi à falência no momento em que Szmul partiu, sendo obrigada a recomeçar a vida do zero.

A partir disso, a biografia explora a infância difícil do renomado executivo no bairro Pompéia, marcada pela pobreza e pelo trabalho. Posteriormente, ele foi escolhido por padres holandeses para participar de um seminário religioso no interior do Estado, onde estudou por anos, mas retornou decidido em ajudar sua família. Assim, começava a ascensão de Brumer, de frentista até os mais altos cargos em gigantes da mineração, siderurgia e energia, e sua ilustre passagem pelo setor público. 

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“Além da trajetória dele, o livro traz muitos ‘causos’. O doutor Wilson gosta muito de contar casos. Ele é um típico mineiro. Tem casos, por exemplo, de bastidores do que ele fez que são muito interessantes e dá um tom mais lúdico para a obra, trazendo uma leveza”, destaca a autora.

Júnia Carvalho
Júnia Carvalho trabalhou com Brumer nos anos de 1990 | Crédito: Divulgação Tati Motta

Júnia Carvalho trabalhou com Brumer nos anos 1990, na antiga Acesita, atualmente Aperam South América. Ela era assessora de imprensa e ele presidente da companhia, e ambos tiveram empatia um pelo outro – tanto é que a jornalista foi procurada pelos filhos do executivo para escrever a biografia por indicação dele. A autora se diz honrada por ter escrito a obra e sublinha que foi fruto de oito anos de trabalho, um processo árduo, extenso, meticuloso, porém, prazeroso.

A ideia inicial para a biografia “Brumer e a Testa Fria de Jacó”, cujo título faz referência a uma lembrança marcante da infância de Brumer – o beijo na testa fria de seu pai falecido –, partiu de sua família. Apesar da relutância do executivo em expor sua história e parte de seus feitos, por temer parecer pretensioso ou vaidoso, o projeto saiu do papel após o convencerem de que a publicação seria um legado para que seus netos soubessem o que o avô fez na vida. 

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