Biomm fecha acordo com chinesa para venda de liraglutida, medicamento para emagrecer
A Biomm S/A, empresa de biotecnologia 100% nacional, concretizou um acordo exclusivo com a chinesa Kexing Biopharm Co. Ltd. para licenciamento, comercialização e distribuição do medicamento biossimilar liraglutida no Brasil. O acordo é importante para a estratégia de crescimento da Biomm, que está baseada na diversificação do portfólio para atender várias áreas terapêuticas.
Para iniciar a importação, distribuição e comercialização da liraglutida no País, a Biomm precisa ainda da aprovação do registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da publicação do preço pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e do término da patente.
Conforme os dados divulgados pela Biomm, os medicamentos originadores da liraglutida – chamados Victoza e Saxenda – apresentaram faturamento de R$ 90 milhões e R$ 599 milhões, respectivamente, no mercado brasileiro em 2023.
O hormônio, que é uma substância da classe análogos de GLP-1, é indicado para aumentar a saciedade, reduzir a fome e controlar a glicemia. É utilizado no tratamento da diabetes tipo 2 e no controle do peso em pessoas com obesidade ou sobrepeso.
Venda de liraglutida pela Biomm é parte de expansão do portfólio
Conforme o CEO da Biomm, Heraldo Marchezini, com o acordo, a empresa segue expandindo o portfólio e contribuindo para o maior acesso da população aos medicamentos voltados para doenças crônicas.
“Com mais um medicamento focado no tratamento de diabetes, seguimos ampliando o nosso portfólio de metabolismo, sempre comprometidos com o acesso para doenças crônicas para a população brasileira. Buscamos contribuir ainda mais para a eficiência, a sustentabilidade e a qualidade do sistema de saúde do Brasil”, disse.
O acordo pela liraglutida também é importante para que a Biomm alcance o objetivo estratégico de crescimento, que deve ocorrer através da diversificação do portfólio para atender várias áreas terapêuticas.
No que se refere a metabolismo e diabetes, a Biomm anunciou, recentemente, outros acordos importantes para o crescimento. A empresa tem autorização para comercializar e distribuir a semaglutida (similar do Ozempic) e a insulina degludeca no Brasil. Ambas são indicadas para o tratamento de diabetes mellitus tipo 2.
Biomm inaugurou recentemente fábrica de insulina
Para expandir os resultados, a Biomm inaugurou em abril, após investimentos de R$ 800 milhões, a primeira fábrica brasileira de insulina. Localizada em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a indústria marcou a retomada da produção do hormônio no Brasil por uma empresa nacional, após duas décadas.
Conforme a empresa, a fábrica tem capacidade de suprir a demanda nacional por insulina, com um potencial para atender 1,9 milhão de pacientes. A capacidade produtiva da fábrica é de 20 milhões de unidades de carpules (refis) de insulina glargina por ano e, na sequência, de canetas de insulina.
A produção inicial de insulina será de 70 mil carpules por dia. Além disso, com a unidade, a Biomm poderá fabricar 20 milhões de frascos de outros biomedicamentos, como a insulina humana recombinante.
Biomm registra prejuízo de R$ 17,08 milhões no primeiro trimestre de 2024
Ao longo dos primeiros três meses de 2024, a Biomm S/A, com sede em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), registrou um prejuízo R$ 17,08 milhões. O valor ficou 5% menor que o obtido em igual intervalo do ano passado, quando o resultado negativo ficou R$ 17,932 milhões.
No mesmo período, houve aumento dos gastos. Assim, as despesas gerais e administrativas, somadas com despesas de vendas e outras despesas consolidadas, totalizaram R$ 26 milhões, ante o valor de R$ 22,3 milhões entre janeiro e março de 2023. Desta forma, as despesas cresceram 17%. Conforme a Biomm, a alta se deve, principalmente, ao aumento de despesas com marketing.
Apesar do prejuízo registrado no primeiro trimestre, a receita líquida cresceu 12% em relação ao mesmo intervalo do ano passado, saltando, então, de R$ 34,3 milhões para atuais R$ 38,6 milhões. A alta, segundo a Biomm, ocorreu pelo crescimento importante de marketshare dos produtos.
Conforme os resultados da empresa, no primeiro trimestre, a Biomm registrou R$ 8,5 milhões de lucro bruto. Representando, portanto, um aumento de 23% em relação ao mesmo período de 2023, quando o valor estava em R$ 6,9 milhões.
O CEO da Biomm, Heraldo Marchezini, ressaltou que a empresa está trabalhando para ampliar a participação no mercado brasileiro. Assim, além de inaugurar a fábrica de insulina em Nova Lima, também segue em busca de novos acordos para ampliar o portfólio de medicamentos.
“Temos dado continuidade à estratégia de negócios da companhia com foco no crescimento no mercado biofarmacêutico brasileiro. Inauguramos a fábrica, em Nova Lima, para produção nacional de insulina glargina e estamos priorizando parcerias para ampliação do portfólio na área de metabolismo para contribuir, cada vez mais, para a eficiência e sustentabilidade do sistema de saúde do Brasil”, explicou.
Segundo o CFO da Biomm, Renato Arroyo, os novos produtos a serem lançados (alguns em processo de aprovação na Anvisa) serão primordiais para o crescimento das receitas da companhia e consequente maturidade para que a Biomm passe a ter lucro. “Não há uma razão específica para o prejuízo no primeiro trimestre de 2024, mas é entendido como caminho natural para o crescimento da companhia.”
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