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Boavista Residencial surfa no novo normal

Boavista Residencial surfa no novo normal
O empreendimento Boavista foi elaborado utilizando o pasto de uma antiga fazenda | Crédito: Divulgação

Os setores de construção civil e o mercado imobiliário, que aparentemente passaram ao largo da crise econômica desencadeada pela Covid-19, também tiveram o dia a dia e o futuro alterados ao longo de 2020.

Segundo a pesquisa “10 Principais Tendências Globais de Consumo em 2021”, divulgada pela Euromonitor International, iniciativas orientadas por propósitos, contato com a natureza, desejo por maior segurança, cautela no orçamento e procura por bens e serviços com valor agregado estão no topo do desejo dos consumidores.

Comodidade e flexibilidade também entram na lista, entre outros tópicos. De acordo com a pesquisa, a pandemia da Covid-19 criou, influenciou e/ou acelerou cada tendência. As tendências listadas pela consultoria internacional são:

• Reconstruir melhor: uma segunda oportunidade de construir um mundo melhor.

• Oásis ao ar livre: locais abertos são refúgios para os consumidores confinados.

• Otimizando o tempo: a nova flexibilidade potencializa as agendas.

• Desejo por conveniência: da disponibilidade em tempo integral às experiências planejadas.

• Realidade “Figital”: quando os mundos físico e digital se encontram.

• Obsessão por segurança: as novas prioridades são segurança e higiene.

• A ordem é pechinchar: pensando com uma realidade de recessão.

• Inquietos e rebeldes: o povo contra os políticos.

• Abalados e reflexivos: superando as adversidades.

• Novos espaços de trabalho: recriando o ambiente do escritório a distância.

Para o engenheiro civil e diretor do Boavista Residencial, Júlio Souki Amaral, alguns elementos que contribuíram para o desempenho do mercado imobiliário, a partir da pandemia, estão interligados. A antecipação da tendência do trabalho remoto é um deles.

“O home office vai gerar excesso de áreas comerciais vazias nos grandes centros e áreas nobres, de escritórios e empresas que terão seus funcionários trabalhando remotamente. Acho também que as pessoas vão procurar o lazer e as compras em espaços mais abertos. Em contrapartida, houve um boom na busca por imóveis que possibilitem contato com a natureza e por espaços maiores, impulsionados pelo mesmo elemento: as pessoas ficaram muito tempo confinadas em casa. Esse desejo de sair do espaço fechado explodiu a partir do mês de agosto, quando as pessoas começaram a sair. Associado à baixa taxa de juros de 2% ao ano da Selic, taxa histórica no Brasil, as pessoas que tinham dinheiro guardado começaram a buscar outras formas de investir. O mercado imobiliário era a primeira opção. Esse movimento permitiu que a muitas casas que estavam desocupadas há anos em vários condomínios no entorno de Belo Horizonte, fossem vendidas ou alugadas em agosto. É uma mistura de elementos que também impulsionou a busca por locais mais silenciosos, mais iluminados, locais para praticar esporte e contato com a terra”, explica Amaral.

Lançamento

Aliando os conhecimentos adquiridos na Inglaterra, onde trabalha desde 2013, o engenheiro idealizou o empreendimento Boavista, localizado na região do Vale da Serra da Moeda, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

O condomínio residencial é o primeiro empreendimento aprovado no Vale da Serra da Moeda, em mais de 25 anos, com todas as licenças ambientais e urbanísticas municipais e estaduais.

O projeto arquitetônico foi elaborado utilizando o pasto de uma antiga fazenda como área para o loteamento e conta com 135 mil metros quadrados de área verde. O mote do lançamento foi “Um Jeito Inteligente de Morar”. Apresentado bem antes da pandemia, o conceito conseguiu antecipar algumas tendências aceleradas a partir do ano passado.

“Um jeito inteligente de morar é composto de vários pilares. Entre eles estão o consumo consciente de recursos, o respeito e convívio direto com a natureza, o fácil acesso a produtos e serviços diferenciados dos produtores locais, o convívio harmônico e colaborativo com os vizinhos. Uma das inovações do Boavista, por exemplo, é a construção da Casa de Hóspede, que permite à pessoa construir sua casa com um quarto e um banheiro a menos, reduzindo o custo e até o prazo de finalização da casa. O projeto foi pensado dois anos antes da pandemia, divulgado um ano antes do período de isolamento, e já vinha com o conceito do trabalho remoto, de forma que a pessoa economize deslocamento e tempo. Na década de 1970, com o advento da computação nas empresas, surgiu a ideia de que as pessoas trabalhariam menos e teriam mais tempo para o lazer e para desfrutar a vida, o que não aconteceu. A proposta, aqui, é trabalhar em contato com a natureza, pensando na oportunidade para os filhos viverem sem ficar enclausurados. Galinheiro, horta comunitária e mercado com produtos que movimentam a economia local também são iniciativas que reforçam esse jeito inteligente de morar”, afirma o engenheiro civil.

De alguma forma, a maioria das tendências está ligada à tecnologia. O custo da digitalização leva muitos analistas a crerem em uma concentração maior de renda ao fim da pandemia e, consequentemente, que as novas tendências não sejam usufruídas pelas camadas sociais de menor poder aquisitivo.

Para evitar que esse cenário sombrio se concretize em um futuro bastante próximo, o engenheiro aposta em uma ação ativa do poder público e consciente da iniciativa privada.

“O bem-estar ao viver está muito mais ligado à infraestrutura urbana do que às novas tecnologias. Independentemente se um loteamento vai ser construído para populações com alto ou baixo poder aquisitivo, por exemplo, é possível executar projetos com ruas mais largas e avenidas. Áreas verdes, que são obrigatórias por lei e muitas vezes só compõem o projeto urbanístico por uma responsabilidade legal, deveriam ser viabilizadas de forma que seja agradável para utilização. Em construção de novos bairros, por exemplo, as prefeituras podem oferecer áreas públicas de uso para a população. Vale destacar que a infraestrutura de qualidade tem um custo pouco maior que uma infraestrutura de má qualidade. Boas ideias e bom planejamento não são exclusivos de uma classe social. Tem mais a ver com a mentalidade e a capacidade de quem está empreendendo. A execução de boas ideias não custa mais caro que a execução de más ideias ou ideias que não respeitam as pessoas que vão habitar um espaço urbano”, avalia o diretor e idealizador do Boavista.

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