Brasileiros aceitam receber menos em troca de mais saúde mental e bem-estar

Reconnect Happiness at Work & Human Sustainability, em parceria com a Pin People, finalizaram uma pesquisa inédita sobre bem-estar, sustentabilidade humana e produtividade consciente no Brasil, revelando que 66% dos brasileiros pediriam demissão para ir para outro emprego que lhes proporcionasse mais saúde mental, mesmo com o salário menor. O estudo também mostra que o bem-estar é determinante para que haja produtividade e que a Geração Z (nascidos entre 1997 e 2012) é a mais insatisfeita com relação ao trabalho.
Os dados extremamente relevantes para o futuro do trabalho foram reunidos no: “1º Relatório de Sustentabilidade Humana e Produtividade Consciente no Trabalho”. O material também revela os maiores desafios enfrentados pelas organizações brasileiras e traz ideias e oportunidades para que as empresas possam implementar, para dar alguns passos rumo a transformações positivas, que tragam bem-estar e sustentabilidade para o mundo corporativo. Principais destaques:
GenZ é a geração mais insatisfeita: com um eNPS¹ de -24 (¹ eNPS é a sigla para Employee Net Promoter Score, uma métrica que mede o nível de satisfação e lealdade dos funcionários em relação à empresa), a geração Z (9.2% dos respondentes) enfrenta dificuldades de adaptação, alinhamento com propósito e bem-estar no trabalho;
Produtividade está diretamente ligada ao bem-estar: profissionais que se sentem “sempre produtivos” apresentam eNPS de +22, enquanto aqueles que “raramente se sentem produtivos” registraram -84;
Os principais desafios de sustentabilidade humana atualmente são: dificuldade de se expressar com a liderança, falta de equilíbrio vida pessoal e profissional, e pouco suporte da empresa ao bem-estar;
66% dos respondentes aceitariam trocar de empresa por outra que priorizasse o bem-estar, mesmo com salário igual ou menor;
Ansiedade é o sentimento predominante no trabalho: 5% dos respondentes citaram a ansiedade como principal emoção associada ao ambiente corporativo;
Modelos de trabalho flexíveis geram mais satisfação que o modelo 100% presencial: o modelo remoto foi o único com eNPS positivo (+13), enquanto o presencial obteve o pior desempenho (-20).

Em resumo, o estudo aponta que: a liderança, o equilíbrio vida-trabalho e o suporte ao bem-estar são os maiores desafios para as organizações brasileiras, enquanto a ansiedade é o sentimento predominante no trabalho.
“Para que possamos realizar mudanças efetivas, é crucial compreender o cenário brasileiro, principalmente em sustentabilidade humana (conceito recente que foca no desenvolvimento e no bem-estar dos colaboradores em 1º lugar), saúde e produtividade, e o relatório busca oferecer insights valiosos para esse propósito”, explica a especialista em felicidade corporativa e CEO da Reconnect, Renata Rivetti.
Atualização da NR-01
A atualização da NR-01 (Norma Regulamentadora – NR nº 1), publicada em agosto de 2024, introduziu a obrigatoriedade de identificar e gerenciar riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). Essa atualização, aprovada pela Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP), amplia o escopo da gestão de riscos ocupacionais, incluindo a necessidade de considerar os riscos psicossociais relacionados ao ambiente de trabalho (além de riscos físicos, químicos, biológicos, de acidentes e ergonômicos).
Com a nova norma, as empresas devem realizar avaliações periódicas desses riscos e adotar medidas preventivas específicas, adequadas à natureza de cada atividade. A inclusão dos riscos psicossociais no PGR sublinha a importância da saúde mental no contexto da segurança e saúde ocupacional. As empresas precisam agora identificar fatores como estresse, assédio, sobrecarga de trabalho e pressão, entre outros, que possam comprometer o bem-estar dos trabalhadores.
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