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Capital está em 6º lugar em indicador do Sebrae

Resultado medido pelo Isdel ajuda a entender onde estão os pontos fortes e os pontos fracos de cada município
Capital está em 6º lugar em indicador do Sebrae
Segundo João Reis Filho, o Isdel é simples de entender, mas tem uma abordagem sofisticada | Crédito: Mara Bianchetti

O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas) acaba de lançar a versão 2.0 do Índice Sebrae de Desenvolvimento Local (Isdel). Desenvolvida pela regional em 2018 e replicada nacionalmente, a ferramenta foi reformulada e permite uma avaliação ainda mais abrangente dos diversos fatores que condicionam o progresso dos municípios brasileiros.

De acordo com o índice, Belo Horizonte aparece na sexta posição do ranking nacional, atrás de São Paulo, São Caetano do Sul, Curitiba, Barueri e Campinas. A título de comparação, o resultado da capital mineira foi de 0,734 e da capital paulista 0,785. Já Goiânia apareceu na 20ª posição, com Isdel 0,695.

O novo formato engloba 106 variáveis disponibilizadas por fontes oficiais, enquanto a primeira contava com 135, que foram agrupadas em 39 indicadores. Essas 106 variáveis estão associadas às cinco dimensões trabalhadas pelo Sebrae em seu modelo de intervenção nos municípios, conhecido como Abordagem DEL – Desenvolvimento Econômico Local. São elas: Capital Empreendedor, Tecido Empresarial, Governança para o Desenvolvimento, Organização Produtiva e Inserção Competitiva.

Nas palavras do diretor técnico do Sebrae Minas, João Cruz Reis Filho, o Isdel é simples de entender, mas tem uma abordagem sofisticada que permite análises aprofundadas que permeiam o desenvolvimento não apenas dos 853 municípios mineiros, mas das mais de 5,5 mil cidades de todo o Brasil.

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“O Sebrae se preocupa com o desenvolvimento econômico local há bastante tempo, embora haja maior ênfase do suporte oferecido pela entidade ao segmento empresarial. E esse trabalho junto aos municípios funciona como ação transversal e complementar ao apoio aos negócios. O índice é uma síntese de diversos indicadores e ajuda a entender porque alguns territórios são mais desenvolvidos que outros e onde estão os pontos fortes e os pontos fracos de cada região”, resume.

A analista da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, a economista Bárbara Castro, complementa que com a reformulação, o índice apresentou uma correlação ainda melhor com índices de desenvolvimento de referência nacional e internacional, tais como o Produto Interno Bruto (PIB) per capita e com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Para isso, contou com o suporte metodológico do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Faculdade de Ciências Econômicas (Cedeplar) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

“Para além da evolução metrológica, a gente também trouxe algumas inovações para o índice no que diz respeito à faixa de classificação, por exemplo, e à própria plataforma, com uma série histórica mais completa e a possibilidade de desagregar as variáveis, de forma a avaliar a situação de cada município. O Isdel é a métrica do DEL, ou seja, a representação quantitativa da forma como o Sebrae atua em territórios para criar um ambiente favorável ao empreendedorismo, aos pequenos negócios e, por consequência, ao desenvolvimento”, explica Bárbara Castro.

Desenvolvimento dos municípios

Já o Gerente da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, Felipe Brandão de Melo, detalhou que o novo índice posiciona os territórios em uma escala que varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento econômico da localidade.

Além disso, a escala de desenvolvimento econômico foi distribuída em cinco classificações: Muito baixo: reúne todas as localidades que apresentam Isdel abaixo de 0,150; Baixo: localidades com Isdel entre 0,151 e 0,310; Médio: localidades com desenvolvimento econômico entre 0,311 e 0,470; Alto: localidades com Isdel entre 0,471 e 0,630; e Muito Alto: localidades cujo índice seja igual ou superior a 0,631.

Conforme Melo, mais da metade dos municípios mineiros e pouco mais de 40% dos brasileiros apresentaram índice médio. Os que alcançam um índice alto e muito alto são minoria, tanto em Minas Gerais quanto no Brasil: cerca de 20%. 

E o gerente reforça que o objetivo da classificação não é criar uma competição entre as localidades, mas possibilitar que gestores públicos e sociedade civil entendam com mais clareza suas vantagens comparativas e competitivas e, assim, possam criar estratégias para impulsionar o desenvolvimento local ou regional.

“Fazemos um trabalho de evangelização junto às prefeituras para mostrar como a plataforma pode agregar em suas estruturações. Inclusive, nas últimas eleições, muitos planos de governos apresentados por candidatos basearam-se nos dados coletados pelo Isdel. Além disso, as métricas de acesso ao site indicam uma média de 8 mil consultas por mês em todo o Brasil”, afirma.

Segundo o Sebrae, entre as cidades de Minas Gerais, o principal destaque ficou com Belo Horizonte, com Isdel 0,728. Em seguida apareceu Uberlândia, Juiz de Fora, Nova Lima e Contagem. Em vigésimo lugar ficou Araguari com Isdel 0,585. Já entre as capitais, Belo Horizonte ficou em terceiro lugar. À frente vieram São Paulo (0,785) e Curitiba (0,749).

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