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Casa modernista dos anos 50 é aberta ao público

O espaço é tombado e integra o Conjunto Urbano Protegido da Praça da Liberdade
Casa modernista dos anos 50 é aberta ao público
O Ateliê de Cerâmica ganhou fama nacional com trabalhos que transitam entre a arte e o design | Crédito: Divulgação

Uma casa modernista abriga a mais nova galeria de Belo Horizonte, novo endereço d’O Ateliê de Cerâmica. “Nossa nova casa é um bem cultural protegido da década de 50, carrega traços de um contexto histórico rico e progressista. O arquiteto Gabriel Castro e sua equipe da Mobio Arquitetura, responsáveis pelo projeto de restauro e ambientação, desenharam com a gente uma galeria de mobiliário expositivo flexível onde exibiremos os mais recentes trabalhos artísticos d’O Ateliê”, explica a ceramista Flavia Soares. “Além da programação de exposições, vamos incluir na agenda a visita guiada para interessados na arquitetura”, completa.

O espaço é tombado e integra o Conjunto Urbano Protegido da Praça da Liberdade. Foi construído em 1952, como residência do médico Milton Machado Mourão e da artista plástica Gilda Antonina Maria Falci Mourão. O projeto arquitetônico de restauro e ambientação, que estudou a abertura da casa para a cidade, é trabalho do renomado arquiteto Gabriel Castro e seu escritório Mobio Arquitetura, que também está localizado no imóvel.

“As características modernistas da casa destacam-se pela simplicidade e dinamismo da composição volumétrica, ressaltadas pelas linhas curvas presentes no coroamento e na marquise em concreto armado que flutua na fachada”, explica Gabriel Castro.

O salão com teto abobadado é o espaço protagonista e recebeu a galeria da nova loja. Integrado ao jardim interno através de várias esquadrias de vidro que favorecem a fluidez dos espaços e a ventilação natural.

Materiais e revestimentos característicos do período como o uso de pastilhas coloridas, piso marmorite, com destaque para o piso em vidrotil do vestíbulo (hall) que representa a integração entre arquitetura e artes plásticas vislumbrada pelo modernismo.

“Houve um projeto de reforma na década de 70 de autoria do Álvaro Hardy (Veveco) com intervenções pontuais e fechamento da fachada com muro, que impediu a contemplação da casa a partir da rua”, diz o arquiteto. O projeto de restauro e ambientação também renovou o muro e contemplou um gradil transparente alinhado à tipologia construtiva do imóvel.

O Ateliê de Cerâmica, de Flavia Soares, Luiza Soares e Daniel Romeiro, ganhou fama nacional com trabalhos que transitam entre a arte e o design, intencionalmente borrando o limite entre os dois. “Antes de uma marca de cerâmica artesanal, somos um estúdio de design”, afirma Flávia Soares. “Somos um coletivo criativo que tem a cerâmica como linguagem essencial. Encontramos nesse material – e nos processos que envolvem a sua fabricação – um campo fértil para explorarmos talentos individuais que se complementam em um projeto compartilhado”, completa.

A nova casa é resultado da necessidade de aproximação entre o trabalho desenvolvido pelo Ateliê e um contexto de maior reverberação e visibilidade. “Por muitos meses buscamos um local capaz de comunicar valores que compõem a marca e que caracterizam nosso espaço de apresentação anterior, como a sinergia com a natureza através das plantas e dos materiais construtivos, o vocabulário arquitetônico focado em conforto, amplitude e permeabilidade, e a familiaridade e gentileza de uma pequena empresa familiar”, diz Daniel Romeiro.

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