Casal cria app de delivery e já fatura mais de R$ 1 bilhão

Fundado em 2007 em Maringá (PR) pelos paranaenses Steph Gomides e Igor Remigio, o aiqfome nasceu da frustração com pedidos por telefone e da ideia de reunir, em um único site, cardápios de restaurantes locais. À época, o casal ganhava R$ 600 como freelancers em web design. O projeto, iniciado de forma independente e sem investidores, transformou-se no maior app de delivery do interior do País e o segundo maior do Brasil, com faturamento superior a R$ 1 bilhão em 2024.
Segundo a plataforma PiniOn, o Brasil conta hoje com mais de 250 plataformas de delivery. Mas em 2007, a realidade era outra: internet discada, resistência dos restaurantes à digitalização e limitação técnica forçaram o aiqfome a funcionar como guia gastronômico até 2011. A virada veio com a banda larga, quando os pedidos on-line ganharam tração, mesmo operando inicialmente com soluções improvisadas.
Para escalar no interior, a empresa criou em 2012 um modelo de microfranquias, permitindo que empreendedores locais atuassem como representantes comerciais. Em 2014, veio o app mobile. No ano seguinte, já registrava 75 mil pedidos. Até 2019, o aiqfome operava em 320 cidades e recusava propostas de compra do principal concorrente por divergências na política de comissionamento e operação: o aiqfome sempre adotou modelo de lucro compartilhado com lojistas e entregadores, sem aportes externos e operando no azul desde o início.

Com a pandemia e o salto de 187% no mercado de delivery, o Magalu adquiriu o aiqfome em 2020, incorporando-o à vertical de alimentos. O app expandiu para novos segmentos, como farmácias e mercados, e fechou aquele ano com faturamento de R$ 600 milhões. De 2020 a 2023, os pedidos cresceram 53%.
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Hoje, o aiqfome atua em mais de 700 cidades de 22 estados, com 2 milhões de pedidos mensais, 30 mil lojas parceiras, 1,5 mil entregadores e cerca de 300 licenciados. A meta é chegar a mil cidades até 2027. Em 2025, o foco da expansão está em Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
A plataforma oferece três formatos de microfranquias home based, todos sem necessidade de equipe própria: para cidades com até 20 mil habitantes (investimento inicial de R$ 41 mil), até 40 mil (R$ 74 mil) e até 60 mil habitantes (R$ 118 mil). O franqueado atua como agente local, responsável por prospectar novos comércios e fortalecer a presença regional do app.
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