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Centro de Belo Horizonte atrai negócios de serviços

Um dos empreendimentos mais recentes no hipercentro é o Montê Bar, localizado no icônico edifício Cento e Quatro
Centro de Belo Horizonte atrai negócios de serviços
Bar foi inaugurado neste mês na Praça da Estação e é novidade gastronômica e cultural | Crédito: João Couto

O centro de Belo Horizonte vem há alguns anos passando por uma revitalização, atraindo o interesse de empresários para a região e voltando a ser ocupado e frequentado com um novo “olhar” pelo morador da cidade. E um dos empreendimentos mais recentes no local é o Montê Bar, localizado no icônico edifício Cento e Quatro, próximo à Praça da Estação, inaugurado neste mês.

O nome da novidade gastronômica e cultural da cidade foi inspirado nas características do povo mineiro, que já foi chamado de “povo montanhês” por viver em um Estado envolto pelas montanhas. A sócia do empreendimento, Aline Prado, conta que viu em um dos documentos do historiador Abílio Barreto a menção do mineiro como um povo “montanhês”. “Eu me deparei com essa expressão, que eu acho muito bonita, muito poética”, diz.

Ela conta que, além de ter uma admiração e identificação pessoal com o espaço, construído em 1906 e que abrigou a primeira fábrica da Capital, como empresária ela vem acompanhando as mudanças que estão acontecendo no centro da cidade há alguns anos, com a valorização da região. Para ela, os espaços antigos passaram a ser percebidos com um “novo olhar”.

A empresária observa que o movimento ganhou destaque com a revitalização do Mercado Novo, que tornou-se um centro da economia criativa. Fundado em 1963 e reformado em 2018, o local vem se consolidando como point de cultura, lazer e gastronomia.

Outro exemplo é o da Galeria São Vicente, de 1959, na Praça Raul Soares, no “baixo centro”, que ganhou nova ocupação com bares e restaurantes, além dos rooftops na região da Praça Sete, entre eles o Eleven, empreendimento de Elam Moura, o outro sócio do Montê.

Pedro Lobo é outro empresário que também faz parte do trio responsável pelo Montê, que funciona de quarta-feira a domingo, a partir das 17h30, com programação musical diária e que tem capacidade para receber até 300 pessoas.

O empresário também é sócio de outros estabelecimentos em Belo Horizonte, como o Tatu Bola, na Savassi, e o Nino Cucina, com previsão de abertura ainda este ano, no Lourdes, ambos na região Centro-Sul.

Elam Moura, Pedro Lobo e Aline Prado são os sócios do bar que promete movimentar região | Crédito: Francisco Dumont

Do alto

Bar, café, restaurante e espaço para eventos privados, o Eleven fica no andar que dá nome ao empreendimento: 11º, do edifício empresarial Helena Maria. O local surgiu para atender à demanda do edifício recém-reformado, com uma proposta moderna dentro do centro de Belo Horizonte, segundo o empresário.

Ele conta que o empreendimento está no mercado há dois anos. “Eu fui convidado a participar de uma sociedade já existente lá, com o intuito de fomentar a parte do entretenimento no espaço”, lembra.

Moura diz que a parceria deu certo, com a realização de vários pequenos eventos, com uma agenda bem diversificada e que contempla vários estilos musicais, que acabaram virando berço de alguns projetos, como é o caso da Love House e da Cestinha Central. “Eventos que lá criaram asas e foram buscar novos horizontes em espaços que comportassem mais gente”, diz.

Eleven: rooftop na região da Praça Sete é exemplo de revitalização que vem acontecendo | Crédito: Divulgação/Eleven

O empresário ressalta que a região do centro de Belo Horizonte vem melhorando há alguns anos. Para ele, o movimento faz parte de uma tendência global de ocupação do patrimônio histórico, da revitalização de regiões que chegaram a ser abandonadas.

Para ele, o centro é dinâmico e eclético e, ao mesmo tempo, é histórico e também contemporâneo. “O centro abriga de tudo. Há uma diversidade de público, é um lugar que não te limita”, observa.

Retomada

A gerente do P7 Criativo, Márcia Andrade Carmo de Azevedo, conta que de fato percebeu que o centro de Belo Horizonte está passando por um processo de revitalização após a pandemia. Para ela, a inauguração de novos restaurantes, rooftops e o P7 certamente está contribuindo para trazer mais movimento, eventos e empresas para a região.

“Isso está ajudando a revitalizar o centro, atraindo mais pessoas e negócios, e promovendo o crescimento econômico da área. Essas iniciativas estão sendo essenciais para tornar o centro da cidade mais vibrante e atraente”, analisa.

O P7 Criativo é o primeiro hub de inovação e economia criativa do Brasil, inaugurado em abril de 2022 e que tem a Fiemg como gestora por 20 anos.

Instalado na icônica Praça Sete, hipercentro da Capital, o local escolhido para receber as instalações foi um edifício projetado por Oscar Niemeyer em 1953, revitalizado com investimentos de R$ 56,2 milhões.

Márcia de Azevedo conta que o primeiro hub da área está sendo muito bem recebido pela população, com muitas demandas de eventos e crescente ocupação de empresas. “A grande novidade é que teremos um café e restaurante no rooftop aberto ao público a partir de outubro”, diz.

Para a gerente, o centro tem vários atrativos, como acessibilidade do transporte público, além de facilitar a convivência em razão das diversas opções de empreendimentos, como lojas, sacolão, lanchonetes, entre outros estabelecimentos, facilitando a vida de muitas pessoas.

Ela também acrescenta o aspecto cultural e a história, com vários patrimônios restaurados, como o P7 e o Cine Theatro Brasil Vallourece, e a intensa vida noturna como pontos favoráveis do local.

Entre os problemas na região, ela destaca a sensação de insegurança, poluição, limpeza e a desigualdade social, com os moradores de rua.

Bons drinks também fazem parte do novo bar do centro | Crédito: João Couto

Circuito cultural para o centro de Belo Horizonte

Com inspiração no Circuito da Liberdade, está sendo desenvolvido em Belo Horizonte o projeto chamado de “3 Ms”, que envolve três empreendimentos localizados no centro da cidade: Minascentro, Mercado Central e Mercado Novo.

O sócio-gestor do consórcio Chevals Perfil, responsável pelo Minascentro, Rômulo Rocha, explica que está sendo criado um elo entre a programação e o que os três espaços oferecem, criando corredores culturais onde as pessoas poderão conhecer todas as atrações do entorno, com o objetivo de movimentar o circuito turístico da região.

Ele conta que conversas constantes estão acontecendo entre os três empreendimentos e representantes do governo do Estado e da Prefeitura de Belo Horizonte. Para Rocha, a região precisa de mais investimentos em segurança e limpeza, além de uma solução para um problema social: os moradores de rua.

PBH

Além da “nova ocupação” do centro da cidade pelos empresários, a Prefeitura de Belo Horizonte está buscando dar uma “nova cara” para a região. Para isso, lançou em março deste ano o Programa de Requalificação do Centro de Belo Horizonte, o “Centro de Todo Mundo”.

No último dia 12, o Executivo municipal publicou o edital no Diário Oficial do Município para contratar uma empresa para revitalizar a avenida Afonso Pena, iniciativa faz parte do programa. A meta é promover melhorias na mobilidade urbana ao longo dos 4,94 quilômetros da via, com um investimento na ordem de R$ 28,8 milhões.

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