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CEOs do setor bancário estão menos confiantes com a economia global

Incertezas políticas e possíveis recessões técnicas de curta duração justificam as perspectivas dos executivos
CEOs do setor bancário estão menos confiantes com a economia global
A principal prioridade operacional para os CEOs alcançarem os objetivos de crescimento é a proposta de valor para atrair e reter os talentos necessários | Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A confiança dos CEOs de instituições financeiras do Brasil está menor em relação ao crescimento da economia global nos próximos três anos, segundo dados da KPMG. A “2023 Banking CEO Outlook” indica que a confiança desses executivos caiu de 72% para 70%.

A expectativa dos entrevistados quanto ao crescimento do setor também caiu de 84% para 76%, e a confiança no crescimento de suas empresas diminuiu de 82% para 76%. Além disso, embora 80% desses executivos acreditem que o aumento nas taxas de juros e as persistentes políticas de inflação poderiam prolongar uma eventual recessão, 89% preveem lucros nos próximos três anos, ou seja, queda em relação aos 96% que disseram o mesmo em 2022.

O cenário menos otimista evidencia certa preocupação com as incertezas políticas e possíveis recessões técnicas de curta duração. Alguns afirmam que desejam testemunhar condições de mercado estáveis (28%) ou garantir a disponibilidade de financiamento (20%) antes de priorizar qualquer oportunidade de crescimento inorgânico.

“A publicação evidencia uma confiança no crescimento do setor bancário, embora as convicções estejam diminuindo. Essa queda na confiança pode estar relacionada com a crescente aceitação de que a incerteza política e as previsões de recessões técnicas de curta duração podem ser mais frequentes do que o previsto anteriormente. Ainda assim, há estratégias importantes para as empresas crescerem e, certamente, os CEOs estão buscando as melhores decisões”, explica o sócio-líder de Serviços Financeiros da KPMG no Brasil, Cláudio Sertório.

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Outro dado é que o apetite atual por fusões e aquisições sugere que eles ainda buscam oportunidades para a consolidação de mercado, aquisição de players de tecnologia financeira, ou expansão seletiva da linha de negócios. Os líderes também destacaram áreas prioritárias de crescimento no curto prazo, com 54% prontos para investirem mais em novas tecnologias.

Outro destaque da pesquisa diz respeito ao foco dos líderes em investir em tecnologias disruptivas, com 73% concordando que a Inteligência Artificial (IA) generativa é a oportunidade de investimento mais importante para suas empresas. No entanto, eles estão cientes dos desafios envolvidos, como a necessidade de competências tecnológicas, habilidades em IA e custos de implementação.

ESG é ponto-chave para agregar valor ao setor bancário

No que diz respeito aos fatores ESG (ambientais, sociais e de governança), os executivos entrevistaram ressaltaram que o setor continua investindo na área. As empresas incorporam totalmente o ESG como forma de gerar valor em 63% das instituições. Além disso, eles destacam o impacto da estratégia ESG no relacionamento com os clientes, na alocação de capital, nas estratégias de fusões e aquisições e no desempenho financeiro.

Expectativa de CEOs é ampliar contratações

Por fim, o estudo ainda destaca a contratação de funcionários como uma das prioridades dos CEOs, com 87% prevendo contratações internas nos próximos três anos. No entanto, a principal prioridade operacional para alcançar os objetivos de crescimento é considerada a proposta de valor para atrair e reter talentos.

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