Negócios

Empresa mineira é responsável por 25% do mercado de certificados digitais do Brasil; conheça

Grupo Certifica&Co, nascido em Formiga (MG) simboliza a força de Minas no ecossistema de identificação digital
Empresa mineira é responsável por 25% do mercado de certificados digitais do Brasil; conheça
Foto: Divulgação

Minas Gerais é o segundo estado brasileiro com maior número de autoridades de registro (ARs) no setor de certificação digital, com 299 unidades ativas — atrás somente de São Paulo, que concentra 663. O dado do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), reforça o protagonismo de empresas mineiras no segmento de identificação, autenticação e assinatura digital.

Entre os principais nomes do setor está o Grupo Certifica&Co, com sede em Formiga, no Centro-Oeste mineiro, que consolidou o município como um polo de tecnologia de identificação e certificação no País. A empresa reúne as marcas Certifica, Bry Tecnologia e Syngular e responde por 25% dos certificados digitais emitidos no Brasil, com média mensal de 250 mil emissões.

“Hoje somos a maior certificadora de Minas e uma das três maiores do País. Nossa participação de mercado extrapola as fronteiras do Estado e é sustentada por uma rede nacional de distribuição”, afirma o diretor de Marketing do grupo, Flávio Roberto Pinto. Segundo ele, só em Formiga há 20 ARs ligadas à empresa, parte delas comandadas por ex-funcionários e parceiros locais.

O grupo projeta faturar R$ 150 milhões em 2025, com crescimento de 15% sobre o ano anterior. A estratégia de expansão inclui investimentos em tecnologia própria, ampliação de canais de venda, integração com plataformas de software e foco no setor público e no modelo B2B.

“Estamos trabalhando para escalar nossas soluções com segurança e agilidade. A confiança é o ativo digital mais valioso do nosso tempo”, afirma o CEO Heitor Pires, que fundou a Certifica aos 24 anos, enquanto atuava como contador em Formiga. “Queremos ser reconhecidos como referência em soluções de confiança, formalização e gestão digital”, diz.

Cadeia de confiança e estrutura nacional

O mercado de certificação digital no Brasil é regulado pelo ITI e segue uma hierarquia técnica. No topo, estão as Autoridades Certificadoras de nível 1 (AC1), seguidas pelas AC2 e, na base, pelas Autoridades de Registro (ARs). São essas unidades que realizam a validação presencial dos usuários e distribuem os certificados.

Atualmente, o País conta com 2.266 ARs, 21 AC1 e 100 AC2. A Syngular, integrante do grupo Certifica&Co, é uma das poucas AC1 em operação. Já a Certifica começou como uma AR em 2013, tornou-se AC2 em 2018 e deu origem ao grupo em 2023, após a incorporação da Bry Tecnologia, especializada em soluções digitais seguras.

“A certificação digital garante uma identificação segura no ambiente virtual, com reconhecimento jurídico. É um recurso essencial para empresas, que utilizam certificados para emitir notas fiscais, declarar impostos e assinar contratos. Em muitos casos, é também o meio mais seguro de envio do Imposto de Renda”, explica Flávio Pinto.

Segundo ele, existem três níveis de assinatura digital no País: a simples, feita com login e senha, a avançada, com autenticação adicional e a qualificada, que exige certificado digital emitido por uma AC credenciada e tem validade jurídica. “Assinar com certificado digital é equivalente à assinatura de próprio punho. É possível transferir veículos, firmar contratos societários e até autenticar documentos à distância”, completa.

Ecossistema integrado e projeção internacional

O grupo Certifica&Co se diferencia por controlar todo o ciclo da confiança digital: da autenticação à emissão de certificados. A Bry Tecnologia responde pela inovação e desenvolvimento dos sistemas. A Syngular assegura o reconhecimento jurídico como AC1. Já a Certifica opera a rede de distribuição e credenciamento de novas ARs.

As soluções oferecidas incluem:

  • biometria facial,
  • carimbo do tempo,
  • assinatura eletrônica,
  • validação de identidade
  • e emissão de certificados.

Até junho de 2025, foram 3 bilhões de assinaturas digitais realizadas, 1,5 bilhão de carimbos do tempo, 30 milhões de dados biométricos processados e 8 milhões de certificados emitidos.

Para ampliar o alcance das soluções, o grupo aposta em modelos SaaS e APIs integradas a plataformas de gestão empresarial e sistemas públicos. “Estamos promovendo novos modelos de cobrança para facilitar o acesso, como a cobrança transacional, e lançamos a Universidade Certifica para capacitação de parceiros”, afirma Heitor Pires.

Avaliado em R$ 300 milhões, o grupo mineiro mantém três datacenters próprios, atua com 410 colaboradores e segue com foco em expansão territorial e aquisições. “Nosso objetivo é liderar o mercado latino-americano, mantendo o compromisso com a segurança digital e levando o nome de Minas a cada nova conquista”, conclui o CEO.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas