Dia do Churrasco: rodízios e ‘espetinhos’ atraem consumidores em BH e região

O Dia do Churrasco é celebrado, no Brasil, nesta quarta-feira (24), para enaltecer o prato à base de carnes assadas na brasa. Preparada de diversas formas, a depender da região do País, a iguaria faz sucesso nos restaurantes, especialmente aos finais de semana. Na capital mineira e região metropolitana, os estabelecimentos apostam nos rodízios de churrasco e outras novidades para cativar os consumidores.
O prato atrai tanto os mineiros que adoram consumir proteínas como os empresários do setor de alimentação. Neste contexto, é importante compreender o apelo gastronômico desses estabelecimentos, mas também sua viabilidade econômica. Para isso, o DIÁRIO DO COMÉRCIO conversou com alguns empreendedores da região sobre as conquistas e desafios da área de churrasco e rodízios.
Um dos gargalos que o segmento precisa transpor para manter um valor atrativo para o cliente é a variação do preço da carne nos fornecedores. O subgerente do Baby Beef, João Batista, diz que, apesar dos impactos com a variação dos valores, o estabelecimento tenta não repassar o aumento do custo para os clientes.
“Nós sentimos o impacto das variações dos últimos meses, mas, apesar de pagar um valor mais caro no que compramos, procuramos não repassá-lo para o consumidor. Tentamos manter o mesmo preço no serviço”, explica Batista.
Preço das carnes de churrasco despenca nos açougues
A boa notícia é que nem sempre os preços nos açougues estão em alta. Entre os meses de janeiro e abril deste ano, por exemplo, o cenário foi diferente.
O preço das carnes na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), na maioria dos cortes, apresentou uma queda no primeiro quadrimestre deste ano, segundo pesquisa do Mercado Mineiro. Somente 32,43% dos tipos de carne tiveram alta neste período.
Dentre as carnes bovinas, o filé mignon (-7,79%) foi o corte com maior queda. Em relação às preferidas pelos consumidores de rodízio, os cortes que apresentaram maior redução nos preços foram a fraldinha (-5,22%), a alcatra (-4,8%) e a picanha (-4,05%).
Já entre as carnes suínas que tiveram os valores mais reduzidos, os destaques foram o toucinho comum (-4,7%), a bisteca (-3,2%) e o pernil com osso (-2,09%).
Em relação ao frango, a asa resfriada (-3,19%), o pé de frango (-2,15%) e a coxa (-1,94%) foram os cortes com maior variação negativa no preço.
É preciso destacar, no entanto, que, entre uma loja e outra, a variação de preços também é grande, com as carnes bovinas podendo variar até 199% dependendo do estabelecimento, e as suínas com a variação de preço chegando a 197,16%.
Essa disparidade foi observada, principalmente, no período da Quaresma (entre fevereiro e março). Só a carne de frango manteve-se estável neste período em todos os açougues da RMBH.
Confira os cortes mais pedidos nos rodízios e os valores das peças (quilo) no açougue:
- Picanha (R$ 63,93)
- Alcatra recheada (R$ 45,17)
- Fraldinha (R$ 33,66)
- Contrafilé (R$ 44,89)
- Medalhão de frango (R$ 21,68)

Fim de semana atrai mais amantes do churrasco
Dentre os estabelecimentos entrevistados, é consenso que os mineiros gostam mesmo é de um bom churrasco no fim de semana. Os dias de maior movimento para os empreendimentos do ramo são entre sexta e domingo. Mesmo os restaurantes que abrem todos os dias para rodízio confirmam que o final de semana é o período de mais procura.
Um deles é o Carretão – Churrascaria Trevo, do grupo Viganó, localizado em Contagem, na RMBH. Presente no mercado há 38 anos, o restaurante serve rodízios diariamente desde as 11h até meia-noite, e também trabalha com a opção de self service. “O movimento se concentra no sábado à noite e no domingo para almoço”, conta o gerente Pedro Souza.

Para o tradicional Baby Beef, restaurante com unidades em Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, presente no mercado desde 2002, os dias mais movimentados são sexta, sábado e domingo. Só a unidade Cristiano Machado recebe, em média, 500 clientes nas noites mais intensas de fim de semana.
Espetinho é opção rápida e dinâmica
O espetinho servido no Terneiro, estabelecimento na região do Barreiro, é sucesso entre os mais de 200 clientes que frequentam o local nas noites de sextas e sábados.
O negócio começou com um açougue e, depois, foi ampliado para um restaurante ao lado, onde os proprietários passaram a servir os espetinhos. Segundo um dos sócios do estabelecimento, Rodrigo Pereira Silva, a iguaria foi escolhida como carro-chefe devido à dinâmica no atendimento.
“Os espetinhos são mais rápidos. A modalidade que usamos aqui é pegar a ficha antes, sem garçom e com menos desperdício, já que as carnes são assadas de acordo com a demanda”, explica.
Há dois anos no mercado, o Terneiro também serve bebidas para acompanhar os espetinhos bovinos, suínos e de frango. Silva destaca que, destes, a carne de boi é a favorita dos clientes, mas o frango não fica para trás. “Hoje, são mais vendidos os espetinhos de boi e o medalhão de frango. A carne de boi que servimos é toda de angus nos cortes alcatra, contrafilé e outros”, diz.
Em relação ao preço, ele avalia que dentre as carnes vendidas as que possuem maior variação são a picanha e o filé mignon. “Com as variações no preço da carne já precisamos fazer reajustes no valor dos espetos, mas tentamos respeitar a margem para cobrir as despesas. Ainda assim, os valores oscilam bastante”, diz.
O estabelecimento funciona de segunda a sábado, entre 16h e 22h.
Carnes exóticas são diferenciais no cardápio
Para atrair os clientes, os restaurantes também buscam adotar diferenciais em seus negócios. Uma estratégia é incluir pratos exóticos e opções variadas no cardápio para agradar um leque maior de consumidores.
É o caso do Carretão – Churrascaria Trevo, que aposta em pratos quentes, frios e comida japonesa para complementar o rodízio. O destaque, contudo, fica por conta das carnes exóticas.
“Servimos o javali, o cordeiro e a rã. São três carnes exóticas que têm uma boa saída com os clientes”, conta o gerente Pedro Souza. Ele acrescenta que a costelinha com barbecue é outro diferencial da casa, que faz muito sucesso entre os clientes, assim como a picanha nobre.

Do Rio Grande do Sul para todo o Brasil
“Churrasco, bom chimarrão….”, trecho da popular música que enaltece o churrasco gaúcho, composta por Berenice Azambuja e Gildo Campos, ajuda a lembrar de onde veio a data de celebração do churrasco. Foi no Rio Grande do Sul que o dia 24 de abril foi oficializado como Dia do Churrasco por meio da lei estadual 11.929, de 2003, que elegeu o churrasco à gaúcha o prato típico da região. Não por acaso, a mesma data também celebra o Dia da Tradição Gaúcha.
Rapidamente, a celebração tomou conta de todo o País, sendo comemorada nacionalmente. Outros países como os Estados Unidos e a Argentina também comemoram o churrasco, mas em outras datas.
Junto às carnes assadas na grelha ou no espeto, os acompanhamentos também são sucesso entre os consumidores. Os mais populares costumam ser o arroz, a farofa, o pão de alho, o vinagrete e as saladas, mas isso também pode variar de acordo com a região do Brasil. Afinal, cada canto do País tem a sua maneira particular de fazer um bom churrasco.
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