CIEE/MG passa a integrar o MM 2032

Criado há quase 60 anos e desde 1979 atuando em Minas Gerais, o Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (CIEE/MG) é o mais novo integrante do Movimento Minas 2032 – pela transformação global”, liderado pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, em parceria com o Instituto Orior.
O CIEE/MG é uma associação civil de direito privado, sem fins lucrativos e de fins não econômicos, reconhecida como entidade de assistência social que, por meio de diversos programas, dentre eles o de aprendizagem e o estágio de estudantes, possibilita aos adolescentes e jovens uma formação integral, ingressando-os ao mundo do trabalho.
O Centro de Integração Empresa-Escola é um parceiro histórico do DIÁRIO DO COMÉRCIO, onde mantém uma coluna regular há mais de dez anos. De acordo com o supervisor do setor de Comunicação da entidade, Alexandre Cézar de Oliveira Melo, a entrada do CIEE/MG no MM 2032 é uma decisão natural que coloca em linha valores e anseios comuns por uma sociedade mais justa e que dê aos jovens oportunidades de crescimento não apenas no mundo do trabalho, mas também como cidadãos conscientes que trabalham pelo bem comum.
“Nosso trabalho já começa por conscientizar as empresas a promover o espaço para os jovens no mercado de trabalho. Também a inserção deles em uma comunidade maior, valorizando o protagonismo juvenil, por meio de uma responsabilidade com a sociedade. Hoje são 10 mil jovens nos programas de estágio e mil aprendizes. Além dessa face mais conhecida com estagiários e aprendizes, temos outras ações como a orientação profissional, para o jovem que ainda não está nos programas de estágio e aprendizagem. É um preparatório com palestras, oficinas e cursos livres; o projeto Descubra; o Saber Virtual, que é uma plataforma para educação on-line em cinco diferentes trilhas e o programa e recolocação de recém-formados, que é banco de currículos para as empresas que querem contratar um jovem profissional que já passou pelos programas de estágio e aprendiz”, explica Melo.
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O MM 2032 propõe uma discussão sobre um modelo de produção duradouro e inclusivo, capaz de ser sustentável, e o estabelecimento de um padrão de consumo igualmente responsável, com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), promovidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2015.
Assim, o CIEE/MG se enquadra de maneira direta em pelo menos cinco ODS:
ODS 1 – Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.
ODS 4 – Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
ODS 5 – Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
ODS 8 – Promover o desenvolvimento sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos.
ODS 10 – Redução das desigualdades.
ODS 17 – Parcerias e implementação.
“O Objetivo 17 resume bem o que buscamos aqui: companheiros com os quais possamos dividir nossa história e aprender com a deles, construindo novos caminhos para acelerar a busca por uma sociedade mais igualitária”, destaca.
Imbróglio
Nessa busca, o CIEE/MG acompanha e faz pressão sobre o julgamento que acontece no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode colocar em risco vagas de cerca de um milhão de jovens aprendizes e pessoas com deficiência. Isso pode acontecer se a decisão for favorável à tese de que empresas e funcionários que já estão contratados podem entrar em acordo para reduzir ou mesmo acabar com as cotas de vagas para essas categorias. No dia 28 de abril a corte adiou o julgamento e uma nova data ainda não foi definida.
Em 1991, a Lei 8213 estabeleceu cotas de 2% a 5% da força de trabalho para pessoas com deficiência, a depender do tamanho da empresa. Já em 2000, a “Lei do Aprendiz” determinou que as empresas de médio e grande portes reservem vagas para adolescentes e jovens de 14 a 24 anos, sem idade máxima para os aprendizes com deficiência. A cota varia entre 5% e 15% do total de funcionários.
A reforma trabalhista de 2017, porém, estabeleceu que os acordos entre patrões e empregados terão peso maior do que as leis que regulam o trabalho, com exceção dos direitos resguardados pela Constituição. Como as cotas não estão nessa lista de direitos protegidos, entidades empresariais querem realizar acordos sobre elas.
“Vivenciamos nos últimos anos uma redução dos investimentos nas políticas sociais, principalmente naquelas dedicadas aos jovens. E enfrentado uma forte oposição do governo à aprendizagem tentando reduzir ou acabar com as costas compulsórias. Perdemos quase 40% das vagas de estágio e 30% de aprendizagem durante a pandemia. Esse é um assunto muito sério e a sociedade precisa se mobilizar sob pena dos avanços conquistados nas últimas décadas serem perdidos nesse julgamento”, aponta o supervisor do setor de Comunicação do CIEE/MG.
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