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CNT lança calculadora de descarbonização

A Verden ESG é voltada especificamente para o transportador rodoviário
CNT lança calculadora de descarbonização
Na plataforma Verden ESG da CNT, o transportador pode mensurar os gases de efeito estufa emitidos por sua frota | Crédito: Divulgação

Responsável por cerca de 65% do transporte de cargas e 90% do transporte de passageiros no Brasil, segundo o Relatório Executivo do Plano Nacional de Logística 2025, o modal rodoviário é determinante para o sucesso das políticas públicas de mitigação das emissões de dióxido de carbono (CO2), com vistas ao combate às mudanças climáticas. Outros levantamentos, como o da Fundação Dom Cabral (FDC), mostram uma subordinação ainda maior ao modal, que pode chegar a até 75% da matriz de transportes.

Diante da importância e urgência da mobilização do setor, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) lançou a Verden ESG, uma plataforma que realiza o cálculo de emissões gratuitamente e permite a neutralização de gases de efeito estufa (GEE), voltada especificamente para o transportador rodoviário. Vinculada ao Programa Despoluir, a calculadora ambiental do transporte é uma iniciativa do setor, que, além de medir sem custos a emissão das frotas de cargas e de passageiros, indica a quantidade necessária de créditos de carbono a ser adquirida como forma de compensação.

De acordo com a gerente executiva ambiental da CNT, Erica Marcos, o intuito da Confederação é viabilizar aos transportadores brasileiros mais uma ferramenta de melhores práticas ambientais que leva à descarbonização do setor, dando a eles meios para a neutralização de suas emissões.

“A ferramenta está em domínio público e pode ser acessada por qualquer pessoa ou instituição. Ela segue o Programa Brasileiro GHG Protocol (PBGHG – GreenHouse Gases). A predominância do modal rodoviário é muito grande no Brasil e, por isso, precisamos agir proativamente. Representamos a iniciativa privada e o nosso engajamento para que o Brasil cumpra as metas de descarbonização assumidas no Acordo de Paris (celebrado em 2015) e ratificadas na Cop 26 (realizada no ano passado). A Verden existe no âmbito do programa Despoluir, promovido pela CNT e Sest/ Senat (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte)”, explica Erica Marcos.

Criado em 2008, o GHG Protocol define as ferramentas de cálculo para estimativas de emissões de gases do efeito estufa (GEE).

Prática

Na plataforma, o transportador pode mensurar os gases de efeito estufa emitidos por sua frota. Para isso, ele precisa colocar informações sobre número, tipo e ano de cada veículo que a empresa possui, além do combustível utilizado e a autonomia veicular. Esses dados permitem à Verden ESG indicar a quantidade de poluentes lançada no ar, conforme a quilometragem percorrida por cada veículo em um período determinado.

Depois disso, ele pode escolher, também por meio da calculadora, projetos de neutralização, com certificação da Organização das Nações Unidas (ONU). Dessa forma, é realizada a compensação ambiental de seus veículos.

“A negociação de créditos não é intermediada pela plataforma. Os projetos são sugeridos por terem passado por uma seleção feita pela CNT e terem a certificação da ONU. Ambos são realizados em Minas Gerais”, pontua.

Além de tornar a frota mais sustentável, a plataforma tem como objetivo facilitar o acesso das empresas de transporte a linhas de crédito verde com taxas de juros mais atrativas e facilitar as adequações às legislações ambientais do setor. Outra vantagem é oferecer maior competitividade em contratos com grandes empresas que priorizam políticas ESG.

“O avanço da agenda ambiental permite às empresas do setor um ganho de imagem, além de acesso a financiamentos mais baratos e a abertura de novos mercados junto às embarcadoras que estão cada vez mais atentas aos propósitos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), preconizados pela ONU. Essa é uma oportunidade de transição energética fenomenal para o setor e para o Brasil. Em 2019, o Despoluir foi reconhecido pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe)”, destaca a gerente executiva ambiental da CNT.

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