Coffee ++ quer democratizar consumo de cafés especiais no Brasil

Tornar um produto único em algo acessível foi a missão que a Coffee ++ assumiu ao ser criada em 2020. Colocar na mesma xícara mineira “café especial” e “democratização” já seria o suficiente para trazer a empresa para a edição da série Mineiridade de hoje. Mas outras características da Coffee ++ e do seu idealizador ajudam a explicar o sucesso de uma marca pioneira na venda on-line de cafés especiais e que já se prepara para a internacionalização. Alguns podem chamar de resiliência, mas nas palavras do próprio fundador da marca, Leo Montesanto, a sua principal característica é que faz a Coffee ++ ser sempre inovadora: é “sempre estar pronto para apanhar”.
A história da Coffee ++ tem início em 2018, quando Leo Montesanto ocupava o cargo de CEO das Fazendas do Grupo Montesanto Tavares – um dos maiores grupos produtores de café do mundo – se interessou pelo assunto. A operação da Coffee ++, porém, só teve início em 2020.
“Meu avô foi um dos fundadores do Café 3 Corações e a vida toda eu frequentei aquele lugar. Ele dizia que o sonho dele era que o brasileiro tomasse o café que era exportado. Quando ganhamos o primeiro prêmio internacional, em 2019, entendi definitivamente o que o meu avô dizia. As pessoas já estavam começando a perguntar sobre cafés especiais e vi que era hora de deixar a Montesanto e criar a Coffee ++. Mas como falar em democratizar o acesso em um país do tamanho do nosso? A única opção viável era o comércio on-line. Assim surgiu a Coffee ++”, relembra Montesanto.
A empresa comercializa cafés especiais cultivados em diferentes regiões do Brasil e fechou o ano de 2023 com crescimento de 42% na comparação com 2022. Para 2024, a previsão de faturamento é avançar 56% sobre 2023, sendo que o mês de janeiro deste ano apresentou um aumento 230% em relação ao ano de 2023.
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A Coffee ++ trabalha apenas com cafés acima de 84 pontos, ou seja, cafés que seguem regras internacionais guiadas pela Specialty Coffee Association (SCA). Para chegar a essa pontuação, o café precisa cumprir uma série de quesitos direcionados pela SCA, como aroma, uniformidade nas xícaras, sabor, ausência de defeitos, acidez (salivação na boca), corpo (aqui, é só pensar numa cerveja choca ou numa bebida sem graça), finalização na xícara, harmonia e conceito final (percepção dos provadores).
Para vender café especial pela internet, o empresário precisava investir em divulgação digital e a maneira encontrada foi contratar blogueiros. Mas, ainda assim, os resultados não estavam dentro do esperado. Para ele, faltava legitimidade nas comunicações e, para acabar com o problema, levou cerca de 50 blogueiros e influenciadores para fazer uma imersão na fazenda. E foi desse evento que mais uma ideia disruptiva surgiu: o clube de assinaturas.
“Essa imersão fez com que as coisas mudassem. As pessoas entenderam e, claro, se apaixonaram pelo café especial. Assim passaram a falar com propriedade sobre o produto. Isso deu tão certo que os nossos clientes começaram a pedir para visitar, fazer uma imersão na fazenda. Eu não tinha como receber pessoas o tempo todo, esse não é o negócio da Coffee ++. Foi aí que veio a ideia do clube de assinaturas. A partir de um certo plano (de assinatura), o assinante que cumpria alguns requisitos ganhava a imersão. O clube não foi criado, a princípio, para gerar recompra, mas para não deixar de atender uma demanda dos nossos clientes”, explica.
A assinatura realizada possibilita ao cliente o recebimento de cafés a cada novo mês, com presentes exclusivos e prioridade de compra a microlotes de cafés exóticos. Atualmente, são cerca de 4 mil assinantes, responsáveis por 20% do faturamento da empresa.
Cafés especiais do Brasil para o mundo inteiro

O sonho do empresário é construir em Belo Horizonte uma “mini” agroindústria de café especial para que todos possam acompanhar todo o processo de produção de um café especial. Mas, enquanto esse dia não chega, ele prepara a Coffee Plus, versão internacional da Coffee ++, com operações nos Estados Unidos, Canadá e Portugal.
“O Brasil é o maior produtor de café do mundo e Minas Gerais é o maior produtor de café do Brasil. Sendo assim, Belo Horizonte é a capital mundial do café, embora não se reconheça assim. Se eu pudesse, montaria a mais linda indústria de café no meio da cidade. Da fazenda à embalagem, para as pessoas acompanharem todos os processos. Enquanto isso não é possível, estamos investindo pesado na expansão nos EUA, Canadá e Portugal. Vamos ser a primeira marca brasileira de café global. De café especial! Mas é claro que isso não diminui em nada o nosso foco no Brasil. Nós não temos medo de inovar. Estamos aqui para apanhar e levantar o quanto for necessário. Vencer aqui é um desafio gigantesco e ninguém mais que o brasileiro merece tomar um café de primeiríssima qualidade. Isso é uma questão de reconhecimento e justiça pelo o que nós produzimos”, completa o fundador da Coffee ++.
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