Faturamento da indústria mineira tem queda de 4,7%

O ano de 2019 começou com números negativos na indústria mineira. De acordo com a pesquisa Indicadores Industriais de Minas Gerais (Index), divulgada ontem pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o faturamento real da Indústria Geral teve queda de 4,7% em janeiro, em relação ao mês anterior, pior desempenho para o período desde 2011.
O resultado foi puxado pelo recuo de 52,6% na Indústria Extrativa, afetada pela paralisação parcial do setor após rompimento de barragem da Vale, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Além de ser o pior resultado para o mês dos últimos oito anos, o índice de janeiro também destoa do mês anterior. Em dezembro, a Indústria Geral registrou crescimento de 4,2% em relação a novembro. Segundo a analista de estudos econômicos da Fiemg, Júlia Silper Fonseca Pereira, a paralisação de parte da produção da Vale refletiu no resultado negativo da Indústria Extrativa.
A tragédia aconteceu no dia 25 de janeiro, mas como a pesquisa é baseada na emissão de nota fiscal no fim do mês, a paralisação das atividades a seis dias do término do mês refletiram nesse resultado.
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“Após o rompimento da barragem em Brumadinho, a Vale paralisou parte de sua produção e ainda anunciou plano para descomissionar todas as suas barragens construídas pelo método de alteamento a montante. Isso reflete no resultado da Indústria Extrativa”, explica.
De acordo com ela, a reversão desse quadro depende da melhoria de resultado das atividades extrativas minerais no Estado e também da aprovação de reformas estruturais, como a da Previdência.
Emprego – “Enquanto não houver uma definição em relação a essas reformas, os empresários e a economia ficam em compasso de espera, aguardando para investir”, afirma.
De acordo com a pesquisa, também registraram queda os índices gerais de emprego, massa salarial e rendimento médio real. O emprego da Indústria Geral recuou 0,4% em janeiro, em relação a dezembro, puxado principalmente pela queda de 0,5% na Indústria de Transformação.
“Ao longo de 2018, o índice de emprego na indústria apresentou pequenas variações próximas a 0. O resultado de janeiro segue essa tendência, mas é negativo por causa do índice de emprego da Indústria de Transformação, que também caiu e que tem um peso maior no resultado da Indústria Geral”, explica.
Já a Indústria Extrativa teve um crescimento de 0,2% no índice de emprego em janeiro, em relação a dezembro.
Apesar da queda, os índices gerais de massa salarial e de rendimento médio real não representaram destaque nessa pesquisa. A massa salarial da Indústria Geral caiu 1,2% em janeiro, na comparação com dezembro, em decorrência das quedas na Indústria de Transformação (-1,4%) e na Extrativa (-2,6%).
Já o rendimento médio da Indústria Geral recuou 0,9%, em razão das quedas na Indústria de Transformação (-1,2%) e na Extrativa (- 2,5%).
O índice de horas trabalhadas foi o único a apresentar crescimento na pesquisa de janeiro. Ele cresceu 1,1% em relação a dezembro. Segundo a analista da Fiemg, o avanço pode ser explicado pelo crescimento do índice na Indústria de Transformação (1,5%).
“Na Indústria Extrativa, por outro lado, houve retração de 0,4% nas horas trabalhadas, mas esse índice não foi o suficiente para puxar o resultado geral para baixo, pois a Indústria de Transformação tem mais força no cálculo”, completa.
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