Negócios

Colônia de férias é solução cada vez mais explorada

Com o encerramento do ano letivo, muitas famílias da capital mineira buscam entretenimento para os filhos
Colônia de férias é solução cada vez mais explorada
No Olympico Clube a colônia também é vista como uma oportunidade de adquirir novos sócios | Crédito: Fernando Robert/Agência Photoland/Olympico

Apesar de não serem consideradas essenciais, as atividades de lazer cumprem um importante papel na economia das cidades, movimentando um volume considerável de negócios como o turismo, o esporte, a vida noturna e o entretenimento. Mas há um tipo de serviço que nessa época do ano se torna essencial para pais ou responsáveis que precisam continuar trabalhando enquanto as crianças não frequentam as aulas: as colônias de férias.

As empresas do setor não costumam mensurar valores, mas sabe-se que ele é responsável por um volume interessante de negócios não só nesta época do ano, como em julho, quando as crianças e os adolescentes também ficam em casa. Por isso, as atividades voltadas para esse público têm ganhado atenção.

É o caso do espaço Pé no Chão, no bairro Castelo, região da Pampulha em Belo Horizonte. O negócio é originalmente uma casa de festas infantis, customizado para receber as crianças, com atrativos como brinquedos e piscina para a realização de festas à moda antiga, “com o pé no chão”, como diz a proprietária Fernanda Sales. A empresária viu na necessidade de uma parceira, uma oportunidade de negócio. Uma amiga precisava deixar a filha em algum lugar para trabalhar e ela teve a ideia de usar o espaço. “Como trabalhamos com festa, durante a semana o espaço fica ocioso, então, foi uma maneira de aproveitar e trazer solução para os pais durante as férias”, comenta. Ela conta que com a parceria de uma pedagoga oferecerão, pela primeira vez, a colônia em dezembro e em janeiro.

O professor e empresário Rogério Brant também está ampliando seu negócio. Há oito, a empresa dele ‘Vem brincar’ é responsável pelas colônias de férias de janeiro e julho do Mackenzie Esporte Clube, no bairro Santo Antônio, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. A colônia de janeiro de 2024 será a 16ª edição que ele faz em parceria com a instituição.

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Com a demanda por parte dos pais para que fosse realizada também em dezembro, ele abrirá este ano, pela primeira vez, uma nova parceria com outro clube da região. Agora, no último mês do ano, ele ministrará, por uma semana, uma “colônia piloto” como ele nomeou, no Clube Recreativo Mineiro, no bairro Sion, também na região Centro-Sul de Belo Horizonte. “A gente queria fazer também no Mackenzie, mas o clube é bastante frequentado nesta época do ano por sócios e atletas e eles não quiseram nesse momento. Daí procurei novas parcerias e vamos estrear este novo período no Recreativo”, comemora.

O professor espera que a novidade venha para ficar. “É uma experiência que estamos fazendo. Não fazia colônia em dezembro. Dando certo, com certeza, vamos buscar mais e mais parcerias”, comenta Brant. O professor conta que trabalha com turmas reduzidas, faixas etárias diferenciadas e com uma equipe devidamente treinada para atender as crianças.

No Olympico Clube, com sede no bairro Serra, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, a colônia além de ser uma tradição é vista como uma oportunidade de adquirir novos sócios. “Como abrimos para não sócios, é uma forma da gente apresentar o clube, das crianças e dos pais conhecerem a estrutura e, possivelmente, se tornarem sócios”, diz a coordenadora de comunicação e marketing, Enedina Prates.

No Insane World, uma escola que valoriza o movimento da criança e do adolescente, a colônia não é uma novidade. Mas assim como no Olympico, é vista como uma oportunidade estratégica para apresentar a escola para novos clientes. “A gente trabalha com parkour, free jump e uma série de atividades que desenvolvem desafios diários, elevam a autoestima e a ousadia da criança e do adolescente”, comenta a sócia-proprietária da escola, Camila Vasconcelos. Por lá, eles trabalham com vagas limitadas e a expectativa é atender 100 crianças no período de férias.

Espaço Pé no Chão | Crédito: Jéssica Cardoso

Inovação atrai a criançada

Diversão, recreação e atividades lúdicas as colônias em geral oferecem, mas para a proprietária da casa de educação complementar Envolvedu, brincadeiras inovadoras, temas envolventes e espaços diversificados são importantes para cair no gosto da criançada. 

Com sede no bairro Palmares, região Nordeste de Belo Horizonte, a casa já conta com 70% das vagas oferecidas preenchidas. Por lá, a colônia será do dia 18 a 22 de dezembro e dos dias 8 de janeiro a 2 de fevereiro. No dia a dia, oferecem um trabalho de contraturno e reforço escolar, mas nas férias a criançada ganha programação especial. 

“Sempre trabalhamos com temáticas nas colônias. Este ano, faremos uma viagem no tempo. As crianças terão oficinas sobre a pré-história, o Egito Antigo, a modernidade e o futuro, além das diversas atividades recreativas que a gente oferece”, explica a proprietária Marina Batista.

Ela avalia que esse ano o movimento é levemente maior que o do ano passado, mas não espera ser muito diferente. “O período das férias, agora, é muito longo, são várias semanas, e como temos vagas limitadas, trabalhamos com esse público que deve chegar a cerca de 60 crianças”, diz.

Na academia Bodytech, as atrações misturam atividades físicas com lúdicas e recreativas. Eles oferecem atividades como construção de brinquedos, oficina de culinária e artesanato e atividades na piscina, além de toda a estrutura da academia. Este ano, oferecerão colônia nas duas últimas semanas de janeiro.

Gabriela Núbia, que está como coordenadora da colônia de férias deste ano da unidade Savassi, conta que alunos e não-alunos participam das atrações. “Nossos alunos continuam tendo aula normal, mas são boa parte do público da colônia também”, comenta.

Crédito: Divulgação/Vila Trampolim

Atividades ao ar livre contribuem para tirar as crianças das telas

Outro fator muito valorizado pelos pais nas colônias de férias é a possibilidade das crianças saírem das telas. No Espaço Criativo, no bairro Funcionários, região Centro-Sul de Belo Horizonte, as telas passam longe da programação oficial, que é incrementada nesta época do ano. A proprietária Junia de Souza conta que no espaço são oferecidas diversas atividades lúdicas ao ar livre e oficinas manuais. “A cada semana criamos um tema e oferecemos oficinas de acordo com aquela temática, além de muitas brincadeiras recreativas”, ressalta. 

A colônia vai até dia 2 de fevereiro, com intervalo para as comemorações de final de ano. Toda a programação é focada em crianças de 4 a 9 anos e o número de vagas varia de acordo com o turno de interesse dos pais. “Já estamos oferecendo a colônia desde o dia 11, mas o movimento fica maior mesmo em janeiro”, comenta. 

Na Vila dos Sonhos, no Vale do Sereno, em Nova Lima, as oficinas manuais também são priorizadas. Luciana Carvalho, da área comercial do espaço que também é um buffet infantil, conta que oferecem bastante atividades manuais como culinária e artesanato. “As crianças adoram as oficinas, temos de pintura no gesso, de pulseira, de cupcake, de brigadeiro, de artes. Eles se divertem”, garante.

Na Vila Trampolim, um espaço com pula-pula e trampolins para a criançada, presente na cidade com três unidades, eles não optam por oferecer colônia de férias. Mas, incrementam a programação com atividades recreativas, baladas kids entre outros atrativos na época em que consideram mais forte para o setor. 

Gerente de lazer do Sesc em Minas, Pedro Parolini | Crédito: Arquivo Pessoal

Sesc oferece colônia de férias há 30 anos

No Serviço Social do Comércio de Minas Gerais (Sesc Minas), braço social do Sistema Fecomércio MG, as quase 1800 vagas oferecidas em 12 unidades da entidade em todo o Estado já estão praticamente preenchidas.

Desde o dia 24 de novembro, na ocasião da Black Friday, o Sesc abriu inscrições para o que eles estão chamando de ‘miniférias’ e a procura está grande, quase esgotando. De acordo com o gerente de lazer do Sesc em Minas, Pedro Parolini, a colônia é vista como uma solução importante para clientes e beneficiários. “As colônias do Sesc possuem mais de 30 anos e desde então oferecem uma opção para comerciários e beneficiários do serviço, oferecendo preço justo, serviço de qualidade”, comenta. 

Ele explica que a instituição percebeu o aumento da demanda e este ano está oferecendo o dobro de vagas, em o dobro de instituições. “Ano passado operamos com 97% de ocupação das vagas, em seis das nossas unidades. Este ano, ampliamos a oferta e estamos trabalhando com quase 1800 vagas e 12 unidades, o dobro do ano passado, e já estão quase todas preenchidas. É uma demanda e uma necessidade dos pais”, diz Parolini.

O gestor ressalta que além de contribuir com os comerciantes e prestadores de serviço, cumprem um papel importante ao oferecer uma alternativa de lazer, ao ar livre e com recreação, em um ambiente de qualidade e segurança para as crianças.

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