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Com onda de calor, indústria do sorvete espera crescer até 35%

Apesar das altas temperaturas, empresários do ramo sorveteiro mantêm cautela com investimentos por conta das chuvas
Com onda de calor, indústria do sorvete espera crescer até 35%
Forte calor em plena primavera fez venda de sorvetes e picolés aumentar 30% no País | Crédito: Adobe Stock

As vendas de sorvete aumentaram 30% em meio à onda de calor que assola boa parte do País, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes. Com dificuldade de atender à alta demanda, a expectativa do setor em Minas é de um crescimento de até 35% nas vendas em relação ao mesmo período de 2022.

O presidente do Sindicato Intermunicipal da Indústria de Sorvetes (SindSorvete), Vagnaldo Fonseca, disse que o calor forte das últimas semanas aumentou a demanda ao ponto de a indústria não conseguir suprir. “Com o calor que está fazendo esses dias, dificilmente dará conta de atender, porque realmente a demanda está muito grande. Mas entendemos que é uma coisa que se normaliza em cerca de 10 a 15 dias”, disse.

O empresário Wander Bertolace, da Skiju Sorvetes, empresa que atua no mercado mineiro desde 1969, comenta que com a chegada da primavera com altas temperaturas a expectativa é que a produção de sua empresa chegue “ao teto”. “A demanda está alta. A minha produção ainda não está no limite, mas 30% maior.  No meu caso, devo atingir o teto de produção em dezembro”, comenta.

Segundo Bertolace, o forte calor surpreendeu, principalmente, as empresas menores, que enfrentam dificuldade em atender à demanda. “Tivemos agosto e setembro bons e entramos na primavera com temperaturas altas. O pessoal não esperava esse volume agora, mas mais para a frente. Aqueles que trabalham com lojas estão com dificuldades para cumprir os pedidos”, explica.

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Já o presidente do SindSorvete explica que os dois últimos anos foram de chuvas nesse período, o que afetou a indústria sorveteira. Com as chuvas, há uma queda no consumo ocasionado pelo fato das pessoas ficarem mais em casa. Até por isso, ele acredita que neste ano, sem muitas chuvas e com altas temperaturas, o crescimento do setor será grande. “Esse ano é de muito calor, acreditamos nisso. Pelo o que esperamos, trabalhamos crescer de 30 a 35% referente aos mesmos meses do ano anterior. A gente trabalha com essa expectativa”, aposta Fonseca.

Minas Gerais é o segundo estado que mais emprega no setor | Crédito: Alisson J. Silva

Ainda assim, o presidente do SindSorvete conta que os dois últimos anos chuvosos fizeram os empresários do setor adotarem a cautela na hora de fazer maiores investimentos.  “Está todo mundo muito cauteloso em termos de investimentos. Nunca sabemos qual o mês certo que a chuva vem e quando tempo vai durar. Então, fica todo mundo meio receoso de alto investimento. Mas mesmo assim, está tendo uma procura muito grande de equipamento para fabricação de sorvete em setembro. É um sinal que o pessoal está voltando a investir”, revela.

Seja com forte calor ou chuva, o presidente destaca que o maior desafio do setor ainda é a carga tributária, considerada alta. “Nós temos um desafio muito grande que lutamos com ele há muito tempo que é a carga tributária. Já temos um desafio da própria economia porque até o momento não tem uma definição ainda do consumo do brasileiro, o que vai acontecer. Então, fica todo mundo apreensivo. Mas a carga tributária é altíssima. O setor tem se organizado, conversado e estamos sempre em contato com as entidades do ramo sobre o assunto”.

Segundo levantamento do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), feito em 2020 e 2021, Minas Gerais concentra 393 empresas fabricantes de sorvetes e outros gelados comestíveis, sendo 98% de micro e pequeno porte e 2%, de médio. Os empreendimentos mineiros representam 14% do volume nacional. O Estado é o segundo que mais emprega no setor no território nacional, com 2.597 empregos formais e massa salarial de R$ 4.149.644.

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