Comida di Buteco retoma projeto original

Após dois anos sem o formato tradicional do Comida di Buteco, festival de bares que nasceu em Belo Horizonte em 2000 e ganhou notoriedade e circuitos Brasil afora nos últimos anos, inicia, na próxima sexta-feira (8), a 22ª edição do concurso. Cerca de 800 botecos localizados de Norte a Sul do País disputarão a eleição do melhor estabelecimento a nível nacional. Em Minas Gerais o número chega a 200, dos quais 90 na capital mineira.

Como de praxe, o evento terá duração de um mês e oferecerá petiscos com preço fixo de R$ 27. Ao todo serão 21 circuitos distribuídos em várias regiões brasileiras, inclusive nas capitais Goiânia, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, além de Belo Horizonte.

O diretor de operações do festival, Filipe Pereira, explica que, ao retornar ao modelo tradicional, o Comida di Buteco resgata sua essência de contemplar os estabelecimentos a partir dos serviços prestados e infraestrutura e não apenas sob o ponto de vista dos pratos. É que, como alternativa às restrições impostas pela pandemia nos últimos dois anos, o evento ganhou, na última edição, a opção do atendimento por delivery. Mas, já a partir deste exercício, o concurso volta em sua totalidade para o formato presencial.

“Nossa opção por retornar ao formato original vem também como estratégia de fortalecimento e apoio a um dos setores que mais sofreu com as consequências econômicas causadas pela crise sanitária. Os bares e restaurantes foram fortemente impactados, especialmente os de menor porte. Muita gente não sabe, mas uma das exigências do regulamento do Comida di Buteco é o proprietário e sua família estarem à frente da gestão do negócio. Ou seja, queremos com a retomada do evento presencialmente também fomentar esses estabelecimentos”, diz.

Em Minas Gerais, além de Belo Horizonte há os circuitos Montes Claros, Poços de Caldas, Juiz de Fora, Triângulo (formado por Uberlândia e agora Araguari) e Vale do Aço (formado por Timóteo, Coronel Fabriciano e Ipatinga).

Vale dizer que o objetivo do Comida di Buteco é eleger o melhor boteco de cada circuito. Na primeira etapa, em cada uma das cidades participantes, os bares selecionados apresentam os petiscos criados especialmente para a competição. O público e um corpo de jurados visitam, votam e elegem o campeão, avaliando quatro categorias: petisco, atendimento, higiene e temperatura da bebida. O petisco leva 70% do peso da nota e as demais categorias 10% cada uma. O voto do público vale 50% do peso total e dos jurados 50%.

Na segunda etapa, em junho, uma nova comissão de jurados, escolhida especificamente para esse momento, visitará os campeões de cada circuito, avaliando a performance nas mesmas quatro categorias (petisco, atendimento, temperatura da bebida e higiene). Cada campeão recebe três jurados. Elege-se aí o Melhor Buteco do Brasil, que será conhecido e premiado no mês de julho.

Nos anos anteriores à pandemia, a Saideira do Comida di Buteco – festa que revelava os vencedores – era bastante aguardada pelos participantes. Para este ano, Pereira diz que ainda não há formato definido para a ocasião. “Preferimos aguardar o transcorrer dos meses, vivendo um dia de cada vez. Não queremos planejar, divulgar e sermos pegos por alguma restrição imposta pela pandemia novamente”, justifica.

A última edição do concurso registrou 480 botecos participantes; 400 mil votos; 2,5 milhões de petiscos vendidos; 4,5 mil empregos diretos gerados; 4 milhões de pessoas impactadas e 13 milhões de pessoas alcançadas nas redes sociais.

O diretor lembra, por fim, que, ao longo do período 2020/2021, o Comida di Buteco expandiu os horizontes e conseguiu levar a cultura botequeira para além do concurso e dos estabelecimentos. Ele se refere aos produtos da marca que foram lançados, como a linha de itens para festas, os snacks, as receitas e as camisas personalizadas. “Estas iniciativas permitem à marca estar presente mesmo fora do período do concurso e são alternativas para estarmos próximo do nosso público”, conclui.