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Comida di Buteco retorna em edição híbrida e campanha “Salve os Butecos”

5 de agosto de 2021 • 00:26

Thyago Henrique

Repórter

Comida di Buteco retorna em edição híbrida e campanha “Salve os Butecos”

O maior concurso de botecos do Brasil está de volta. Após quatro adiamentos em decorrência da pandemia de Covid-19, a 21º edição do “Comida di Buteco” tem, pela primeira vez em sua história, o formato híbrido (presencial, delivery e “pra levar”) e pretende arrecadar R$ 3 milhões até o dia 29 de agosto.

O setor de bares e restaurantes foi um dos mais afetados diante do fechamento do comércio em todo o País. Conforme a organização do evento, 30% dos botecos participantes do concurso encerraram suas atividades durante a pandemia. Sendo assim, com o objetivo de ajudar a reerguer os estabelecimentos, foi criado para essa edição o movimento “Salve os Butecos”.

O valor arrecadado com o movimento será distribuído igualmente entre os 498 botecos integrantes do concurso. Todos podem participar: consumidores, empresas, veículos de comunicação e mídia. As doações podem ser em espécie; produtos, no caso de empresas que atendem diretamente aos botecos e espaços na mídia para divulgar a campanha.

Maria Eulália Araújo, diretora de operações e uma das fundadoras do Comida di Buteco, ressalta a importância do movimento para o restabelecimento do segmento de bares e restaurantes, bastante afetados pela pandemia.

“Esse foi um dos setores mais abalados pela pandemia e, seja através da bonificação de produtos, de marcas patrocinadoras, seja através da arrecadação da doação feita diretamente na conta bancária, a ideia é conseguir dar oxigênio para a turma se reerguer um pouco mais”, disse.

Até o momento desta publicação, foram arrecadados pela campanha R$ 1,390 milhões, de acordo com o “butecômetro” do site “Comida di Buteco”.

Parcerias e expansão da marca

Maria Eulália Araújo explica que durante o período em que o concurso não foi realizado houve uma dedicação intensa na busca por novas parcerias e expansão da marca.

“A gente já vem há algum tempo com uma área de novos negócios, tentando ampliar e expandir a marca “Comida di Buteco”, não só para solidifica-la, mas também para abrir novas frentes de receitas. Acabou que, com a pandemia, conseguimos ter uma possibilidade de tempo e dedicação para focar nisso”, afirmou.

Entre as parcerias inéditas está uma das maiores indústrias de produtos de decoração de festas, Regina Festas, e a maior loja virtual de camisetas do Brasil, Chico Rei.

“Nos dois casos estamos falando de licenciamento de marca. Em relação às camisetas licenciadas da Chico Rei, durante todo o período do concurso “Comida di Buteco”, doaremos toda a parte do nosso licenciamento à causa do “Salve os Butecos” para que essa verba possa ser distribuída aos botecos do Brasil inteiro”, ressaltou Maria Eulália.

Ainda conforme Maria Eulália, como parte do movimento “Salve os Butecos”, marcas como a Coca-Cola, Heinz, Zero Cal e Ambev estão dando bonificações para os estabelecimentos.

Fechamento de bares na Capital e otimismo para o evento

Matheus Daniel, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel-MG) — uma das apoiadoras do “Comida Di Buteco” —, demonstra otimismo em relação à retomada do concurso.

“O retorno do Comida Di Buteco, já no seu 21º ano, é muito bom, porque ele leva público para os estabelecimentos. Apesar de estarmos ainda com muitas restrições, a gente vai conseguir com o evento levar pessoas para consumir. Os bares, hoje, precisam ser frequentados para que eles possam conseguir pagar as dívidas e continuar existindo”, afirma.

Ainda, conforme Matheus Daniel, somente em Belo Horizonte 3.500 bares e restaurantes foram fechados desde o início da pandemia em março de 2020, o que representa uma queda de 30% do setor.

Ângelo Rafael Telles, proprietário do Tanganica Art Bar & Vegan — campeão da última edição do “Comida di Buteco” (2019), localizado no bairro Coração Eucarístico, relata que o estabelecimento foi duramente afetado pela pandemia e precisou de ajuda para sobreviver.

“Como não podíamos funcionar devido ao fechamento do comércio, foi colocada em risco a continuidade do bar. Teve tempo que não tínhamos para quem vender. O agravante aqui é que o bar foi fortalecido pelo público universitário – estamos em frente a PUC Coração Eucarístico -, então como ela fechou, afetou todo o comércio do bairro. Migrei para o delivery e contei com o apoio de amigos, pois as contas não fechavam”, disse.

O estabelecimento, especializado em comidas veganas, pretende fortalecer o ramo do veganismo em Belo Horizonte. “Eu me considero pioneiro em BH. A capital ainda está engatinhando nesse ramo do veganismo, diferentemente de São Paulo. Eu já sirvo refeições veganas, então eu faço a pesquisa de petiscos veganos com aquela personalidade de petisco de comida de boteco. Para esse ano, teremos a linguiça vegana”, concluiu Ângelo Telles.