Nem tudo é Burnout: saiba como diferenciar e apoiar a saúde mental nas organizações
A preocupação com a saúde mental no ambiente de trabalho cresceu consideravelmente nos últimos anos. Uma doença ocupacional, inclusive, ganhou destaque no rol de males da atualidade: a síndrome de burnout. O uso indiscriminado do termo, porém, exige atenção para evitar equívocos.
“Hoje, praticamente qualquer quadro de estresse é chamado de burnout, mas não é bem assim. A síndrome é uma condição relacionada exclusivamente ao trabalho e exige diagnóstico cuidadoso. Muitas vezes, as pessoas trazem para a rotina profissional problemas pessoais ou externos que impactam seu desempenho, mas que não se enquadram como burnout. É preciso diferenciar”, explica o médico Vicente Beraldi Freitas.
O especialista aponta as principais doenças relacionadas ao ambiente de trabalho e suas diferenças.
Principais doenças que afetam a saúde mental
O médico destaca que, entre as causas mais comuns para os quadros apresentados, estão tanto fatores organizacionais – como sobrecarga de trabalho, conflitos de função, falta de alinhamento entre valores pessoais e metas da empresa – quanto fatores pessoais como problemas familiares ou isolamento social.
Burnout
Caracterizada pela exaustão extrema e sentimentos de frustração ligados diretamente ao trabalho, a síndrome foi incluída, pelo Ministério da Saúde, na lista de doenças relacionadas ao trabalho.
“É essencial o acompanhamento especializado e diagnóstico preciso. Independentemente da origem do problema – seja do trabalho ou pessoal – a empresa tem papel fundamental em apoiar o colaborador”, afirma Beraldi.
Crise de ansiedade
É marcada pela preocupação constante e excessiva, amplificada com o crescimento da digitalização. A pessoa pode apresentar sintomas físicos, como falta de ar, sudorese e arritmia.
Depressão
Doença crônica e recorrente que causa tristeza profunda e desesperança. Afeta diretamente a capacidade funcional do indivíduo. É essencial buscar ajuda médica e diferenciar a tristeza transitória de uma condição clínica que exige tratamento.
O papel preventivo do RH
Diante deste cenário, os setores de gestão de pessoas precisam ter uma atuação estratégica nas organizações.
Especialista em relações humanas e fundadora da Gestão Consciente, Mari Viana destaca as seguintes ações que os profissionais de Recursos Humanos precisam adotar:
- Planejamento estratégico de RH e políticas preventivas;
- Monitoramento do clima organizacional e revisão de processos;
- Treinamento de liderança para promover uma cultura saudável;
- Programas de desenvolvimento técnico e comportamental;
- Criação de canais de comunicação e rituais de alinhamento;
- Estímulo à colaboração, pertencimento e engajamento.
Colaborador
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