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Veja como transformar padarias e confeitarias em hubs de conveniência e experiência

Relatório Wise Sales e Abia mostra que inovação, produtos premium e regionalização impulsionam o setor no Brasil
Veja como transformar padarias e confeitarias em hubs de conveniência e experiência
Foto: Reprodução Adobe Stock

O setor de padarias e confeitarias vem se consolidando como um dos mercados mais dinâmicos e estratégicos do Brasil. Esses estabelecimentos funcionam como mini hubs gastronômicos de conveniência e experiência, atendendo consumidores de diferentes perfis e exercendo forte influência nos hábitos alimentares e na economia local.

Atualmente, o segmento reúne mais de 179 mil operações no País, o que representa 14,5% de todo o mercado nacional de food service — sendo 63.425 padarias e 115.619 confeitarias. O negócio deixou de ser apenas um ponto de compra de pães e doces.

Um relatório desenvolvido pela plataforma Wise Sales, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), destaca dez insights estratégicos que revelam oportunidades de diferenciação, inovação e crescimento sustentável. O estudo aborda desde a diversificação do mix de produtos até a profissionalização da gestão, passando pela regionalização de portfólio e pela expansão de redes.

O relatório pode servir como um mapa de tendências e decisões práticas para empreendedores, investidores e fornecedores. O projeto busca transformar a tradição das padarias e confeitarias em negócios competitivos e preparados para os desafios do futuro.

O primeiro insight apresentado é a diversificação da oferta de produtos, com foco em segmentos pouco explorados para se diferenciar no mercado. Croissants, ciabattas e focaccias aparecem no cardápio de menos de 20% das padarias, mas oferecem margens superiores e alto apelo.

Os doces podem servir como produtos-âncora do negócio. O chocolate está presente em 77% das confeitarias, e o brigadeiro, em 64% dessas unidades. O chocolate, inclusive, sustenta diversas linhas de produtos — do básico ao premium. Trabalhar versões funcionais ou diferenciadas aumenta o valor percebido.

Padaria na loja da rede de supermercados premium Verdemar.
Foto: Verdemar / Divulgação

Outra sugestão é transformar as padarias em hubs multicanais, com a oferta de combos e kits por ocasião de consumo, para aumentar o tíquete médio e a recorrência nas operações. A adaptação de campanhas e produtos ao gosto e à linguagem locais também pode fortalecer o vínculo com o público e melhorar a performance de vendas.

As bebidas podem servir como motor de recorrência dos clientes nas unidades. Vale lembrar que café, sucos e achocolatados têm consumo diário e margem elevada. Investir em variedade, combos e embalagens personalizadas garante frequência de visita e faturamento sustentável.

A aposta no modelo de confeitaria gourmet como valor de marca também pode beneficiar os empreendedores que atuam nesse segmento. Sabores como Nutella, Leite Ninho e Oreo criaram categorias próprias, e trabalhar esses insumos ou desenvolver versões autorais pode reposicionar marcas no segmento premium.

Expansão das padarias no Brasil

As padarias médias e grandes somam dezenas de milhares de unidades em expansão. Isso proporciona a fornecedores e franqueadores a oportunidade de atuar junto a esse público antes da consolidação, conquistando parceiros de longo prazo.

Além disso, as redes de padarias e confeitarias têm se mostrado um campo fértil de expansão. Pequenas redes com até quatro lojas já buscam padronização para crescer. Fornecedores que oferecem soluções completas — como receitas, embalagens e processos — podem se consolidar como parceiros-chave nesse processo.

A maioria (90%) das confeitarias ainda opera em pequena escala, o que gera espaço para programas de capacitação em gestão, precificação e padronização. Quem oferecer suporte a esses negócios se tornará aliado estratégico dessas unidades.

Confira os dez insights para empreendedores do setor de padarias e confeitarias:

  • diversificação do mix com foco em produtos pouco explorados;
  • padarias como hubs multicanais;
  • regionalização como estratégia de aceitação;
  • doces como produto-âncora;
  • chocolate como categoria estratégica multicanal;
  • oportunidade nas faixas intermediárias de potencial;
  • educação como ponte para formalização;
  • bebidas como motor de recorrência;
  • confeitaria gourmet como valor de marca;
  • redes como campo fértil de expansão.
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