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Consultoria internacional chega a BH para apoiar empresas familiares

A consultoria norte-americana Cambridge Family Enterprise Group (CFEG) abriu escritório na capital mineira
Consultoria internacional chega a BH para apoiar empresas familiares
Crédito: Renato Augusto Ramalho

Responsáveis por 65% do PIB gerado no Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além de responderem por 75% dos empregos, as empresas familiares no Brasil são fundamentais para a economia do País e precisam de uma gestão estratégica para garantir a sustentabilidade do negócio.

Para atender a esse público, a consultoria norte-americana Cambridge Family Enterprise Group (CFEG), há 15 anos no Brasil, abriu escritório em Belo Horizonte. De acordo com a consultora sênior e sócia da CFEG, Gilda Alves – responsável pelo novo escritório -, apesar de já atender empresas mineiras através do escritório de São Paulo, existem particularidades que justificam a abertura da unidade em Belo Horizonte, como a criação dos vínculos de confiança.

“Isso exige uma aproximação diferente e a presença física ajuda muito. Tratamos temas muito sensíveis e algumas conversas podem ser on-line, mas outras não. Isso é nítido em Minas”, afirma Gilda Alves.

Natural de Ponte Nova (Zona da Mata), a gestora compreende bem a alma mineira e as nuances das empresas familiares do Estado. Além do trabalho de consultoria, a CFEG vai promover o “Conselho Mineiro de Famílias Empresárias”, que começa este mês. Trimestral e exclusivo, o grupo reunirá sucessores de empresas familiares para a troca de experiências e o debate de desafios próprios desse cenário familiar. A iniciativa respeita as tradições e a cultura local e busca consolidar boas práticas de governança e sucessão na região.

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“Além das grandes empresas, o mercado regional tem um universo gigante de médias empresas. Lançamos um programa focado nelas, o Pulso. A proposta é acompanhar a empresa por 12 meses na construção das estratégias de longo prazo e governança”, destaca.

Ainda de acordo com o IBGE:

  • 71% das empresas médias brasileiras são de controle familiar;
  • Entre as empresas familiares de médio porte, 46,9% estão na 1ª geração, 43% na 2ª e 10,1% na 3ª geração do controle da sociedade, o que mostra o desafio da longevidade dos negócios;
  • A maioria das empresas familiares é o primeiro negócio de seu fundador e, somente para 39% delas, quem a criou já tinha tido uma experiência profissional em outra empresa;
  • Empresas familiares possuem em seu quadro societário menos sócios pessoas jurídicas.

Em 2024, a CFEG conduziu um estudo qualitativo para identificar as características em comum das empresas familiares brasileiras que foram capazes de se manter além da terceira geração. Analisando 12 famílias, com negócios entre 90 e 150 anos, a pesquisa concluiu que o compromisso com os valores da família e o respeito pelo legado, a capacidade de tomada de decisão e a implementação de estruturas de governança são traços marcantes dos casos bem-sucedidos.

“Muitas vezes as conversas são mais importantes do que os documentos. O processo de diálogo é muito importante e ele precisa de espaço para acontecer. A governança cria esse espaço. O resultado é um olhar para um horizonte mais longo, trazendo sustentabilidade ao negócio. A empresa familiar tende a ter esse olhar mais longo, é um capital paciente. Com o tempo, deixamos de falar da empresa para falar do empreendimento familiar. O preparo das famílias para o futuro passa por preparar os sócios para terem um papel de acionistas ativos. A operação é delegável. O sócio tem um papel na criação de valor, atento às mudanças de interesse do mercado consumidor e dos próprios familiares”, completa a gestora.

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