Consumo das famílias aumentou em 2021

Mesmo com a inflação batendo recorde atrás de recorde no País e a taxa do câmbio também elevada, encarecendo insumos para produção e criação de animais, além de fatores climáticos sazonais, o consumo das famílias brasileiras tem crescido em 2021. Levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) mostra evolução de 3,13% no acumulado do ano, embora o ritmo esteja inferior ao apurado no ano passado.
Para a associação, as medidas socioeconômicas implementadas por meio de programas sociais de transferência de renda e de manutenção do emprego adotadas pelo governo federal têm favorecido o resultado positivo até aqui. Além disso, para o vice-presidente da entidade, Marcio Milan, a aproximação do fim do ano traz possibilidades vantajosas para os consumidores em função de importantes temporadas de vendas, como a Black Friday e o Natal.
A expectativa do setor de supermercados para o Natal é de um aumento de cerca de 17% no volume de vendas comparado ao mesmo período do ano passado. Pesquisa da Abras entre empresários do setor mostrou que 52% têm a expectativa de alta do consumo. Outros 39% afirmam que as vendas devem ficar no mesmo patamar e 9% que ficará inferior.
Entre os otimistas, a expectativa maior é que a compra de carnes para o feriado tenha aumento. É esperada uma alta de 18% no volume de vendas comparado ao ano anterior. Outra área que deve ser impulsionada é a de cervejas, com alta de 16%.
Entre os impulsionadores do consumo, segundo a Abras, está o pagamento do 13º salário para os trabalhadores. Outra possível fonte de renda para a alta do consumo é o início do pagamento do Auxílio Brasil. Por outro lado, a cesta de Natal deve ficar 5% mais cara do que o ano anterior. Mas, também por este motivo, Milan reforça o compromisso do setor em negociar com fornecedores melhores condições para o consumidor.
“Essa é a hora de pesquisar, ficar atento às ofertas, promoções e programas de fidelização que ofereçam descontos ainda maiores, ou seja, agora é a hora de praticar os 2 ‘ps’: pesquisar e pechinchar”, disse.
Cesta de consumo nos supermercados
A Abras e a GfK criaram o índice Abrasmercado. Trata-se de uma ferramenta que tem como objetivo acompanhar as oscilações de preços e gastos familiares em lojas de supermercados, assim como os motivos destas variações; suas principais tendências e, ainda, consolidar uma cesta de produtos de consumo, de modo a quantificar o gasto familiar mensal na aquisição desta cesta.
Em setembro, a Cesta Abrasmercado registrou alta de 1,37% em relação a agosto. No comparativo com setembro do ano passado, o crescimento foi de 18,84%. Já o conjunto de itens atingiu o valor de R$ 684,99. A cesta é composta por 35 produtos de largo consumo nos supermercados e inclui alimentos (inclusive cerveja e refrigerante), higiene & beleza e limpeza doméstica.
Café torrado e moído, açúcar e o biscoito cream cracker registram as maiores altas no acumulado do ano, com aumento de 33,85%, 30,33% e 24,54%, respectivamente. Margarina cremosa (23,45%), ovo (22,53%) e frango congelado (21,26%) também figuram na lista dos produtos que mais subiram no ano.
Já as maiores quedas foram registradas nos preços da batata (-28,87%), cebola (-19,67%) e arroz (-14,52%).
Na divisão por regiões, o Sudeste reportou o maior avanço na cesta na variação entre agosto e setembro deste ano, com alta de 2,09%. Em seguida, vieram as regiões do Centro-Oeste (2,05%), o Norte (1,76%) e o Sul (0,96%). O Nordeste apresentou queda na cesta, com recuo de 0,07%.
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