Contratar líderes e liderados é desafio

De acordo com a pesquisa “Escassez de talentos 2023” realizada pelo ManpowerGroup, 80% dos empregadores brasileiros reportam dificuldade em encontrar os liderados ideias para os seus negócios.
Em contrapartida, segundo um levantamento realizado no site do Nube – Estagiários e Aprendizes, dos 17.689 participantes, quase 60% têm medo de se formar e não conseguir uma oportunidade na área de atuação. Desses, 39,44% têm dúvidas devido à competitividade do mercado e 20,44% não se sentem totalmente preparados sobre as exigências colocadas pelas corporações.
Na atual realidade, é interessante pensar em como ambas as partes envolvidas em um processo de contratação apresentam receios a respeito do futuro profissional. “As entidades estão, cada vez mais, em busca de talentos alinhados com os planos, objetivos e valores internos. Pessoas dispostas a vestir a camisa, engajarem e inovarem gradativamente. Seguindo essa linha de raciocínio, as soft skills marcaram o ano de 2023 como um destaque na hora de selecionar candidatos”, pontua o presidente do Nube, Seme Arone Junior.
As famosas habilidades comportamentais vão além dos conhecimentos técnicos obtidos na sala de aula e entram em um âmbito mais humano, como inteligência emocional, trabalho em equipe, proatividade, entre outras. Apesar de parecer um termo novo, cerca de 66%, dos 21.504 entrevistados pelo Nube conhecem o conceito, pelo menos por alto. Do restante, 8,58% não dá a devida atenção ao assunto e 25,45% além de desconhecer, também não sabe a importância desse conhecimento. “Esse é um número alarmante se levarmos em conta o quão significativo tem sido o tema nos últimos tempos, seja para admitir alguém, manter pessoal dentro da firma ou promovê-los”, comenta o especialista.
Pensando pelo lado de lá dessa equação, na visão de quem procura por uma oportunidade, a concorrência assusta e causa certa insegurança, mas os preparados saem à frente. “Uma dica valiosa é pesquisar bem o estabelecimento, seus ideais, propósitos e metas a longo prazo. Saber se aquilo condiz com o esperado é primordial para não se decepcionar. Após esse conhecimento mais profundo, é hora de se atentar à própria formação, se encaixa no exigido e, se não, organizar-se para um aprimoramento maior”, indica o executivo.
Uma contratação plural engloba todas as idades
Consoante ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, pessoas de até 24 anos de idade correspondem a 59,2% da população brasileira total e os considerados jovens, entre 18 a 24 anos, são 13,2%. Já segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a taxa de desemprego entre esse público foi de 16,4% e a de ocupação foi de 57,0%.
Por outro lado, os idosos, quase 15% do PIB atual, apresentam um índice de desocupação referente a 9,5%, no primeiro trimestre de 2023 para indivíduos a partir de 40 anos. Porém, a projeção é de mais da metade da força de trabalho no país ser formada por esse grupo até 2040, segundo a Ipea. Esses números já se mostram uma realidade no panorama geral de recrutamentos, pois dados do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) mostram o número de trabalhadores acima de 50 anos dobrando, entre os anos de 2006 e 2021, de 4,4 milhões para 9,6 milhões.
O estágio é uma excelente ferramenta para inserir esses interessados, sejam os mais jovens ou idosos, pois não há limite de idade na modalidade. “Toda a jornada foi pensada para auxiliar na formação efetiva de futuros profissionais. Dessa forma, engloba estudantes em fases distintas da vida, a partir dos 16 anos e frequentando uma instituição de ensino”, esclarece Arone Junior.
Logo, além de ser a chance perfeita para adentrar no meio corporativo, ainda é uma experiência completa para enriquecer o desenvolvimento pessoal de cada um. Dessa forma, configura em ótimos trabalhadores no futuro e contribui assertivamente para a economia.
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