Controle de gastos no cerne da CMH Medicina Hospitalar
Trabalho duro e resiliência estão sempre na lista de características das empresas que já apareceram na série Mineiridade. A protagonista dessa edição, além dessas, aponta em si mesma algo que faz parte do imaginário do ser mineiro: o controle de gastos. Sem jamais recorrer a empréstimos ou financiamentos, a CMH Medicina Hospitalar completa 50 anos e mantém o ritmo de crescimento.
Erguida em 1973 – quando a “crise do petróleo” fazia estragos na economia mundial e o “milagre econômico” chegava ao fim no Brasil – como Clínica Especializada em Reabilitação (CER), chega agora com duas unidades em Belo Horizonte e beirando os 500 mil atendimentos realizados.
Conforme o sócio e diretor do CMH, Emerson Fidelis, nesses 50 anos a empresa viveu todas as crises econômica e política que assolaram o Brasil mantendo os pés no chão e acreditando no papel do empreendedor na condução dos negócios e no desenvolvimento do País.
“A receita é muito trabalho, resistência e dedicação. As coisas se constroem tijolo por tijolo. Na área de saúde, você tem que se consolidar aos poucos com o seu resultado e relacionamento. E não gostamos de dívida. Não acreditamos em ficar pegando dinheiro emprestado para fazer tudo. E nunca deixamos de pagar as nossas dívidas. Em 50 anos não tivemos nenhum processo”, relembra Fidelis.
Sete anos depois da inauguração, entraram na sociedade os atuais diretores, Emerson Fidelis Campos e Cimar Eustáquio Marques da Silva, que, juntamente com as fundadoras, Nídia Costa Moreira e Maria Veraluce da Fonseca Ramos, iniciaram a expansão da CER em sua área de atuação, incorporando o tratamento médico ortopédico.
A mudança para a sede própria, no bairro Funcionários (região Centro-Sul), aconteceu em 1992. A clínica seguiu crescendo, consolidando a excelência no segmento ortopédico e fisioterápico e, em 1996, a CER inaugurou seu centro cirúrgico, abrindo espaço para o atendimento de outras especialidades médicas.
Certificação
Atualmente a empresa atende cerca de 1.500 pessoas por mês, nas duas unidades. A instituição tem a certificação de excelência ONA nível 3, conta com um corpo médico multidisciplinar composto por 75 médicos de 10 especialidades (angiologia, cardiologia, clínica da dor, cirurgia geral, cirurgia plástica, coloproctologia, dermatologia, oftalmologia, ortopedia e pediatria) e, somente no ano de 2022, realizou mais de 30 mil atendimentos: 17.865 consultas e 15.926 procedimentos.
Durante a pandemia enfrentou sérias dificuldades como hospital de atendimentos eletivos, com queda de até 80% da receita em 2020. Ainda assim, manteve todos os funcionários e seguiu sem utilizar capital de terceiros.
“Digo que nós, brasileiros, somos especialistas em crise. Tem sempre alguém para dizer que o negócio não vai dar certo, mas acredito que o empreendedor tem que fazer a sua avaliação. Agora, estamos enfrentando a crise da enfermagem. O novo piso dobrou o custo sem dizer de onde vai sair o dinheiro para pagar. É certo que a categoria merece uma melhor remuneração, porém temos que avaliar as condições para não impactar o negócio e a qualidade dos serviços prestados”, pontua.
A expectativa é continuar crescendo, inclusive com atendimentos fora de Belo Horizonte. No fim de 2022, foi traçado o novo planejamento estratégico da instituição, pautando a visão nos próximos anos. O objetivo é agregar cada vez mais especialidades e oferecer também serviços de saúde que não estejam relacionados exclusivamente ao tratamento de dores ou doenças, mas que agreguem o conceito de qualidade de vida e bem-estar, tornando-se uma referência na capital mineira também nessa área.
Com uma gestão profissionalizada, a escolha do CMH é continuar sendo uma empresa familiar. A empresa passa, agora, pelo seu primeiro processo de sucessão. Os herdeiros Ygor Braga Fidelis Campos, Ana Paula Costa Moreira e Cimar de Macedo e Marques, foram preparados e já assumiram funções dentro da instituição.
“Não queremos vender, então nos preparamos com muito estudo e consultorias para esse momento. Estamos transferindo a gestão para os nossos filhos, que já estão na linha de frente. Tudo feito sem pressa, gradativamente. Hoje a medicina é totalmente diferente de quando me formei e a administração de um hospital também. Existe um problema grave que é o custo excessivo da medicina. Tudo é muito caro, então, para sobreviver nesse mercado é preciso crescer. Ainda não definimos prazos, mas já temos imóveis comprados e vamos aumentar o número de especialidades e atendimentos”, anuncia o diretor do CMH Medicina Hospitalar.
transferindo a gestão para os nossos filhos, que já estão na linha de frente. Tudo feito sem pressa, gradativamente. Hoje a medicina é totalmente diferente de quando me formei e a administração de um hospital também. Existe um problema grave que é o custo excessivo da medicina. Tudo é muito caro, então, para sobreviver nesse mercado é preciso crescer. Ainda não definimos prazos, mas já temos imóveis comprados e vamos aumentar o número de especialidades e atendimentos”, anuncia o diretor do CMH Medicina Hospitalar.
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