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Cooperativas e startups se encontram para gerar bons negócios

CoopsParty reúne cooperativas e startups em Belo Horizonte. Palestras, painéis e pitches fizeram parte da programação
Cooperativas e startups se encontram para gerar bons negócios
Primeira edição do CoopsParty, dividida em dois ambientes, aconteceu nos dias 16 e 17 de outubro, em Belo Horizonte | Crédito: Daniela Maciel

Com o objetivo de criar pontes de interesse, incentivando a colaboração e a troca de conhecimentos, o CoopsParty reuniu empreendedores, startups, estudantes e cooperativas para fomentar um ecossistema empreendedor baseado na cooperação. 

De acordo com o curador do CoopsParty, Ricardo Santos, a primeira edição do evento, que aconteceu nos dias 16 e 17, em Belo Horizonte, possibilitou a conexão entre os ambientes de inovação de Minas Gerais e as cooperativas. 

“Apesar de extremamente importantes para o Estado, startups e cooperativas ainda não se enxergam. Quando as pessoas pensam nas cooperativas, elas não veem como isso é um negócio. De outro lado, as cooperativas não percebem que as startups já desenvolveram ou podem desenvolver soluções específicas para o cooperativismo”, explica Santos.

O CoopsParty é dividido em dois espaços: a Arena do Conhecimento é dedicada às palestras e painéis com temas variados sobre as últimas tendências em tecnologia, as melhores práticas de empreendedorismo e inovação, as oportunidades e desafios na educação e na formação de líderes, as perspectivas de futuro para as cooperativas entre outros.

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Já o CooperAÇÃO LAB é um ambiente criado para estimular a criatividade, a colaboração e o pensamento crítico. Com workshops, sessões de brainstorming, hackathon cooperativo, exercícios de liderança, jogos de simulação e apresentações de startups.

Na programação, temas como “Metaverso e novas tecnologias aplicadas às cooperativas”; “Ecossistema de inovação de Minas Gerais”, “Inovação cooperativista – Tendências e Oportunidades”; “Intraempreendedorismo nas Cooperativas”; “Neuromarketing de Consumo”; “Educação Empreendedora”, entre outros, fizeram parte da programação em palestras e painéis.

“As cooperativas são instituições robustas e pragmáticas, mas que têm um perfil de liderança mais madura e, do outro lado, as startups que têm domínio da tecnologia, mas sentem falta de experiência. Esse encontro mostra o quanto esses dois setores têm a ganhar, a se desenvolver caminhando juntos. As soluções que as startups oferecem às empresas são, com poucas adaptações, aplicáveis às cooperativas, enquanto as cooperativas não só são um mercado, como um espaço de conhecimento compartilhado”, afirmou o curador da CoopsParty. 

No painel “Educação empreendedora para jovens”, o diretor superintendente do Sebrae Minas, Afonso Maria Rocha, destacou que uma educação empreendedora não serve apenas para aqueles que querem abrir uma empresa. Muito mais que um conjunto de técnicas e métodos, o empreendedorismo é uma atitude, um modo de se colocar diante do mundo. 

“Educação empreendedora é a base para gente mudar esse País. Ela não é só para quem quer abrir uma empresa, é para formar cidadãos que tenham uma atitude empreendedora. Trazer esse debate para o CoopsParty é extremamente importante porque o cooperativismo trabalha com questões da socialização, dos princípios éticos, da união e da cooperação dos povos, que são elementos que a gente precisa trazer para dentro do debate empreendedor. E as startups são a grande mola propulsora desse processo de desenvolvimento econômico do País, principalmente porque elas trazem para o debate da sociedade o tema da inovação”, avaliou Rocha.

Propósito faz parte de DNA de cooperativas e startups

Na palestra “Business Purpose Canvas – Alavancando o espírito empreendedor através do Propósito”, o CEO do Conscious Business Journey e Cofundador do Capitalismo Consciente, Thomas Eckschmidt, falou sobre a importância do propósito para que um negócio tenha sucesso.

“De um lado está a objetividade do produto ou do serviço. E isso é fácil de copiar. Por isso tem tanta empresa que vende computador, celular, com a mesma ideia, tecnologia e desenho, mas por que algumas marcas vendem mais que as outras? Não é o que eles fazem, mas como fazem. Todo mundo pode copiar a sua visão, mas a grande diferença está na criação de pertencimento, uma tatuagem emocional”, ensina Eckschmidt.

Já o CEO da Yassaka, Kasuo Yassaka,  levou para os participantes a palestra “Negócios com significado – acelerando a prosperidade”. Para ele, o empreendedor precisa ser resiliente e ter um olhar carregado de futuro. Como exemplo, ele contou a história da corrida do ouro na Califórnia, nos Estados Unidos, em meados do século passado. 

“Quando a Corrida do Ouro começou, naquele território existiam cerca de 20 mil indígenas e 200 mil garimpeiros americanos. Quem ficou rico? Quem vendia picareta e calça jeans. Depois começaram a surgir os comércios e o resto da história a gente já sabe. Os grandes fundadores do que hoje a gente chama de Vale do Silício são os caras que estavam pensando lá na frente enquanto os outros estavam se matando para pegar pepita de ouro”, relembrou Yassaka.

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