Em evento pré-COP30, Cemig destaca importância da eletrificação de negócios em Minas

A infraestrutura e os investimentos necessários para promover a transição energética para a eletrificação em diversos setores como a mineração, a siderurgia e o agronegócio, estão garantidos em Minas, segundo informou a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) em evento de encerramento da série ‘Minas Rumo à COP30’, realizada pela empresa nesta quarta-feira (17), em sua sede, em Belo Horizonte. Conforme a companhia, R$ 59 bilhões foram reservados para essa finalidade no decênio 2019-2029.

De acordo com o Gerente de Sustentabilidade Empresarial da Cemig, Adiéliton de Freitas, a empresa está preparada para seguir como provedora da eletrificação como um dos grandes mecanismos da descarbonização – processo de transição energética para reduzir emissões de gases de efeito estufa.

“Um grande passo para um setor que quer descarbonizar é substituir combustíveis fósseis por processos elétricos e utilizar fontes de energia renovável. Então, vir para Minas e ter a Cemig como fornecedora é um grande passo”, disse.

Para materializar a eletrificação, Freitas lembra de dois pontos principais: Minas Gerais é uma liderança na produção de energia renovável, acima da média nacional e a Cemig tem um ciclo de investimentos, iniciado em 2019, para a transição energética. Por essas razões, ele considera que a empresa está preparada para promover a eletrificação no País.

Matriz energética em 2025

• Brasil: 85% é renovável
• Minas Gerais: 94% é renovável
• Cemig: 100% da produção é renovável

“Estamos com o maior plano de investimento da história muito focado em rede e estamos aumentando em 50% o número de subestações. Ou seja, queremos estar, e já estamos cada dia mais preparados, para essa eletrificação”, afirmou Freitas.

Cemig consegue acompanhar eletrificação rápida

Para o gerente de Sustentabilidade Empresarial da Cemig, além dos investimentos em andamento e da matriz energética totalmente renovável, a empresa tem capacidade para a ampliação de processos eletrificados. O maior desafio, na atualidade, é o tempo.

Como exemplo, ele cita a aquisição de ônibus elétricos pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Para que os veículos funcionem, obviamente, será necessária a adaptação ou mesmo a construção de uma garagem própria para o abastecimento de alta voltagem para esses coletivos.

“À medida que você passa a ter esses veículos é preciso recapacitar a linha ou fazer uma nova, trocar o transformador e cabos. Essa dinâmica tem que ser muito casada com o empreendedor, que tem que nos indicar onde será implantado com antecedência para fazermos o orçamento e executarmos o projeto. Esse é o grande ponto no momento e a Cemig está 100% com capacidade de investimento e interesse de fazer”, disse Freitas.

O que é preciso para eletrificar

Conforme o gestor, a eletrificação dos negócios é um caminho em expansão que tem dois pontos principais para um avanço ainda mais célere:

Custo efetivo

Segundo Freitas, é preciso que os empresários façam as análises de custo efetivo de implantação. “Muitas vezes, fazendo a conta, a substituição de uma máquina, um motor a combustão, por eletrificado, traz ganhos. Falta o empresário fazer a conta do custo efetivo. Um dos objetivos do evento, inclusive, é trazer esses exemplos para que cada vez mais empresas, mineiras principalmente, se descarbonizem e se posicionem na liderança da agenda climática global”, disse.

Questão tecnológica

Ele ressalta a necessidade da tecnologia seguir avançando para permitir que mais negócios adotem a eletrificação. “Um exemplo: no passado, usar veículos elétricos era pouco existente. Hoje a gente vê vários carros elétricos pelas ruas. A tecnologia vai avançando e chegando a um custo que passa a ser viável e a sociedade e as empresas passam a utilizar”, ressaltou.

‘Minas Rumo à COP30’ é evento de preparação para marco sustentável mundial

A série ‘Minas Rumo à COP30’ foi encerrada nesta quarta-feira (17). O evento foi realizado pela Cemig, em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad-MG) e o Consulado Britânico em Belo Horizonte, além de curadoria técnica da WayCarbon.

A programação contou com painéis, palestras e debates com autoridades governamentais, especialistas em mudança climática, lideranças empresariais e representantes de associações setoriais, para discutir a estratégia dos governos federal, estadual e municipal e das empresas sobre oportunidades e desafios relacionados a setores estratégicos da economia mineira, com foco em descarbonização e riscos climáticos.