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Crítico de arte Frederico Morais ganha livro monumental

Trajetória do autor começou no Informador Comercial, publicação que em 18 de outubro de 1960 passaria a se chamar Diário do Comércio
Crítico de arte Frederico Morais ganha livro monumental

Uma das vozes mais influentes da crítica de arte no Brasil, Frederico Morais (1936, Belo Horizonte) terá sua trajetória revisitada a partir de setembro em dois movimentos de peso: a publicação de uma obra monumental e a abertura de uma exposição na Pinakotheke Cultural, no Rio de Janeiro. Seu percurso como crítico começou cedo e guarda uma conexão direta com a imprensa mineira: foi no Informador Comercial, publicação que em 18 de outubro de 1960 passaria a se chamar Diário do Comércio, que ele assinou um de seus primeiros textos.

No dia 1º de setembro, será lançado o livro “Frederico Morais – Arte e Crítica” (Edições Pinakotheke, 2025), dividido em dois volumes que somam 912 páginas. Fruto de uma pesquisa de dez anos conduzida pela jornalista e pesquisadora Stefania Paiva e pelo produtor cultural Rodrigo Andrade, a edição reúne 500 textos críticos publicados por Morais no jornal “O Globo” entre as décadas de 1970 e 1980. O primeiro volume cobre os anos 1970, enquanto o segundo se concentra nos 1980.

“Estes volumes registram um período decisivo de sua escrita, quando sua visão transgressora e não dogmática desafiou convenções e ampliou os limites do que se entende por arte no país”, afirma a diretora editorial da Pinakotheke, Camila Perlingeiro.

Exposição e filme

Em paralelo ao lançamento da publicação, a Pinakotheke abre a mostra “Frederico Morais – Arte e Crítica”, que reúne 25 obras de 22 artistas com quem o crítico manteve diálogo direto ao longo de sua trajetória. Estão presentes nomes centrais da arte brasileira, como Beatriz Milhazes, Carlos Vergara, Cildo Meireles, Rubem Valentim, Hélio Oiticica, Lygia Pape, Abraham Palatnik e Anna Maria Maiolino, entre outros. A seleção é assinada por Stefania Paiva e pelo curador Diego Matos.

A programação inclui ainda a exibição do filme “Frederico Morais – a crítica-poema” (2025, 30’21’’), dirigido por Katia Maciel, com fotografia de Daniel Venosa e produção de Camila Perlingeiro. O documentário traz depoimentos de artistas como Cildo Meireles, Rosana Palazyan, Carlos Zilio, Milton Machado, Ana Vitória Mussi, Evandro Salles, Beatriz Milhazes e Luiz Alphonsus, que falam sobre a influência do crítico em suas trajetórias.

Um legado incontornável

Figura central da vida cultural desde 1956, Frederico Morais construiu uma obra múltipla que vai além da crítica escrita. Autodidata, historiador da arte, curador, jornalista e artista, ele foi pioneiro em expandir o debate artístico para o espaço público, com iniciativas como “Arte no Aterro” (1968) e os “Domingos de Criação” (1971), realizados no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Ao longo de sete décadas, Morais publicou mais de 4.500 textos críticos, assinou 42 livros no Brasil e no exterior, organizou 72 exposições e deixou contribuições inovadoras no campo audiovisual. Sua atuação como curador abrangeu mostras históricas como “Do Corpo à Terra” (1970), “Tempos de Guerra” (1986) e a I Bienal do Mercosul (1997), além de ter sido o primeiro a inserir a obra de Arthur Bispo do Rosário no circuito institucional.

“Mais do que registrar eventos, sua crítica documenta atmosferas, debates e tensões que atravessaram diferentes períodos da história social e cultural brasileira”, observam Stefania Paiva e Diego Matos.
Uma homenagem em curso – O lançamento do livro e a abertura da exposição inauguram as celebrações dos 90 anos de Frederico Morais, a serem completados em 2026, e integram também a programação dos cem anos do jornal “O Globo”, onde o crítico consolidou sua escrita.

Com entrada gratuita, a visitação acontece de 1º de setembro a 18 de outubro de 2025, na Pinakotheke Cultural, em Botafogo, Rio de Janeiro.

Raízes em Minas

A trajetória de Frederico Morais como crítico começou cedo e guarda uma conexão direta com a imprensa mineira. Foi no Informador Comercial, publicação que em 18 de outubro de 1960 passaria a se chamar Diário do Comércio, que ele publicou um de seus primeiros textos.

Lançamento do livro e abertura da exposição “Frederico Morais – Arte e Crítica”

1º de setembro a 18 de outubro de 2025
Pinakotheke Cultural – rua São Clemente, 300, Botafogo, Rio de Janeiro (RJ)
Segunda a sexta-feira, das 10h às 18h; sábados, das 10h às 16h
Entrada gratuita

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