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Crowdfunding de projeto pode render mais de 20% ao ano

Crowdfunding de projeto pode render mais de 20% ao ano
Eduarda Fabris: como qualquer investimento, existe risco | Crédito: Alcindo Dedavid Junior

O crowdfunding é um modelo de financiamento de projetos já bastante conhecido no Brasil, mas ainda muito associado à cultura e às startups. Surgido há cerca de cinco anos, o crowdfunding imobiliário tem se mostrado uma opção para investidores de pequeno porte.

Uma das pioneiras nesse setor, a Urbe.me, empresa sediada em Porto Alegre (RS), tem conquistado parceiros em Minas Gerais. Em Uberlândia, no Triângulo, em captação coletiva realizada em setembro de 2018, a HPR Construtora levantou R$ 996 mil junto a 240 cotistas para custear etapas das obras do residencial Jardim Maristas.

Em abril de 2020, quando se esgotava o prazo contratual de 18 meses para a conclusão do empreendimento, o ótimo desempenho das vendas proporcionava uma rentabilidade de 18% ao ano aos investidores.

Na plataforma, as 26 operações já concluídas registram uma rentabilidade média paga a investidores de 14,65% ao ano. É possível investir com aportes a partir de mil reais.

As remunerações mais altas já proporcionadas ocorreram em Minas, onde cinco empreendimentos foram financiados por este tipo de captação, dois deles renderam mais de 20% ao ano a investidores.

De acordo com a sócia e COO da Urbe.me, Eduarda Fabris, o crowdfunding imobiliário, como qualquer outro investimento, implica em algum risco. Se realizado dentro das melhores práticas, porém, pode ser um modelo muito seguro.

“Conosco as pessoas podem pulverizar o capital em diferentes empreendimentos, minimizando os riscos de inadimplência. A característica mais importante, porém, é o trabalho de verificação e análise que fazemos. Para um empreendimento entrar na plataforma fazemos todas uma verificação dos documentos, da vida financeira e histórico de entregas da incorporadora, além da análise de viabilidade econômica daquele empreendimento. E, por fim, visitamos a obra e a sede da empresa. Tudo isso dá mais segurança, mas não consegue evitar todos os problemas. No caso de atrasos existe uma multa e, de não entrega e inadimplência, apoiamos nossos investidores na busca legal pelos seus direitos”, explica Eduarda Fabris.

Nesse sentido, o caso de Uberlândia é exemplar. Durante a pandemia, a alteração do funcionamento dos cartórios acabou por atrasar o registro de algumas escrituras, o que gerou problemas momentâneos de caixa para a empresa. Como consequência, a HPR teve de pagar, como multa, uma rentabilidade extra, o que resultou, no início de junho, na devolução dos aportes acrescidos de uma remuneração de 21% ao ano aos investidores.

Outro projeto da incorporadora, o Residencial Acácias, também em Uberlândia, teria, em condições normais, uma rentabilidade excelente: 19,14% ao ano. Com atraso e consequente multa, os investidores receberam seus aportes mais uma remuneração de 20,5% anuais.

A maior parte dos empreendimentos investidos é de alto padrão ou fazem parte de programas de habitação popular, especialmente o Casa Verde e Amarela, do governo federal.

“No caso dos programas de moradia o risco é muito baixo porque eles têm a demanda e a entrega praticamente garantida. Percebemos que a pandemia impulsionou o mercado imobiliário nas duas pontas em direção ao interior. Temos lançamentos quinzenais e boa parte deles está em cidades secundárias ou terciárias nos estados. Dessa forma, apostamos muito nas oportunidades de negócios em Minas. O Estado tem várias cidades atraentes para empresas e pessoas, além da própria Capital, claro. E também oferecemos boas oportunidades para investidores mineiros que buscam negócios em outros lugares”, completa a COO da Urbe.me.

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