Nova casa dará mais eficiência ao Centro de Nanomateriais e Grafeno

O Centro de Tecnologia de Nanomateriais e Grafeno (CT Nano), importante centro de pesquisa de Belo Horizonte, vai começar 2019 de casa nova dentro do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BHTec), no bairro Engenho Nogueira, na região Noroeste da Capital. Coordenado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o centro está sediado no parque desde 2010 em uma sede provisória e, agora, inicia o processo de mudança para o prédio-sede, que tem 3 mil metros quadrados e teve R$ 12 milhões de investimento.
De acordo com o coordenador do CT Nano, Marcos Pimenta, a transferência será uma vitória ansiosamente aguardada pela equipe há alguns anos. De acordo com ele, a obra foi financiada pela Petrobras junto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a InterCement, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Além dos R$ 12 milhões investidos na obra, o projeto ainda conta com R$ 30 milhões de aporte em contratação de pessoal e compra de equipamentos.
Segundo Pimenta, o contrato prevê uma contrapartida do CT em avanços, como aumento da capacidade de produção e melhoria da qualidade das amostras. “Durante sete anos temos que apresentar avanços a partir de um cronograma de entrega. Isso será possível porque a troca de sede vai dar mais eficiência ao trabalho. Antes estávamos em um espaço pequeno e com a equipe dividida em prédios diferentes. Agora, com uma área maior, teremos condições de trazer novos equipamentos, centralizar os pesquisadores em um só lugar e, assim, aumentar nossa capacidade de produção”, comemora. De acordo com ele, 70 pessoas trabalham no CT Nano atualmente.
Segundo o coordenador, o CT Nano atua em diferentes frentes de trabalho relacionadas ao aprimoramento de propriedades químicas de materiais a partir do uso de nanomateriais de carbono, que são os nanotubos e o grafeno. O centro tem mais de 20 patentes depositadas, entre as quais há pesquisas de destaque, como a que propõe uma nova forma de produzir cimento. A partir da mistura de nanotubos de carbono aos grãos do cimento, gera-se um produto muito mais econômico e resistente. Outra patente provém de uma pesquisa que propõe a mistura de grafeno ao plástico. Essa mistura melhora as propriedades mecânicas do material, deixando o plástico muito mais resistente.
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Novo prédio não saiu do papel – Se por um lado a diretoria do BHTec comemora o início da transferência do CT Nano, por outro lamenta que o prédio previsto para ser construído em 2018 e sediar novas empresas não saiu do papel. A obra foi licitada várias vezes nos últimos anos, mas a iniciativa privada não manifestou muito interesse. Em 2017, um consórcio formado pela PHV Engenharia, a HET Construções e Participações e a Codemig Participações chegou a vencer a licitação, mas o contrato nunca foi assinado e a obra não foi realizada.
A obra trata-se de um novo prédio para sediar mais empresas, que ficaria ao lado do edifício institucional já existente. O projeto teria 16 mil metros quadrados, sendo 13 mil metros quadrados de área locável. O investimento previsto era de R$ 60 milhões e a expectativa era de que o faturamento com os aluguéis chegasse a R$ 750 mil por mês.
Para o presidente do BHTec, Roberto Bigonha, o modelo de construção do prédio pode estar dificultando a atração do investimento da iniciativa privada. Isso porque o formato de concessão é o Build, Operate And Transfer (BOT), que em português significa “construir, operar e transferir”, e consiste em dar ao consórcio o direito de construir no terreno e usufruir do lucro do edifício durante um período. “É um modelo consolidado e que gera lucro, mas que chama pouco a atenção das empresas. Além disso, 2018 foi um ano difícil para a economia, o que tornou o cenário mais complicado. Em 2019 vamos insistir nesse projeto”, diz.
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