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DC LIVROS | 02/04

DC LIVROS | 02/04

Uma análise crítica do mundo contemporâneo

Uma análise crítica do mundo contemporâneo que mostra o quanto o ocidente, especialmente o Brasil, tem fracassado em questões civilizatórias essenciais como o combate à fome, desigualdades e no enfrentamento à pandemia. A abordagem é feita pela psicóloga, psicanalista e escritora Ana Mariza Fontoura Vidal no livro “O triunfo de Pelágio e o mundo sem a Graça”. No ensaio, a carioca reflete sobre o duro cenário no qual o País se encontra nos campos político, econômico e social. A partir de dados extraídos de relatórios da ONU e outras fontes oficiais, como OIT e IBGE, a autora posiciona-se contra as injustiças sociais, questiona o individualismo e o rigor da sociedade ao seguir os padrões ditados pela indústria do consumo. Com referências a Frei Betto e Leonardo Boff, a autora também interroga por que uma civilização autodeclarada judaico-cristã se apresenta, após milênios, sem uma resposta humanitária. E desenvolve uma tese de como a experiência cristã, distinta da religiosidade, pode promover um mundo novo, cheio de “Graça”, ou seja, uma fé viva, não só dogmatizada e ritualizada. O título da obra é uma referência ao sacerdote do século V, Pelágio, cuja visão prevalece na cultura ocidental de que a moral cristã é suficiente para moldar o ser humano no sentido de um mundo mais digno. Um contraponto à visão de Agostinho – defendida pela psicóloga – de que somente sob a “Graça” os indivíduos podem tornar-se generosos, fraternos e justos. (O triunfo de Pelágio e o mundo sem a Graça, Ana Mariza Fontoura Vidal, Editora All Print, 84 páginas, R$ 25)

Um modelo de sociedade ideal

Uma ilha onde não existe a propriedade privada e dinheiro: é o Estado que se preocupa com a felicidade do povo e a organização da produção. Em “Utopia”, uma das mais importantes obras da filosofia política de todos os tempos, publicada pela Editora Edipro, os leitores de Thomas More se deparam com a contradição deste lugar ideal. De um lado, o paraíso, em que não existem desigualdades; de outro, o inferno, onde a individualidade não encontra espaço para se manifestar. O lado positivo e negativo da sociedade idealizada por More divide o livro em duas partes, ambas conduzidas por Rafael Hitlodeu – personagem alterego do escritor que narra a experiência em Utopia. O primeiro momento critica a Inglaterra da época, período em que os camponeses são expulsos para as cidades e se deparam com perseguições religiosas e guerras. Já no segundo, por exemplo, é proibida a intolerância e o fanatismo: o povo pode escolher as crenças e todas as fés existem em harmonia. O vocábulo que dá origem ao título da obra foi criado por More em 1516, a partir das palavras gregas correspondentes para “não” e “lugar” – o termo entrou definitivamente para a linguagem mundial como definição de um lugar idealizado, de completa felicidade e harmonia. A palavra é considerada uma classificação literária dentro da ficção, caracterizada por abordar uma organização da sociedade ideal em contraponto a uma realidade atual. (Utopia, Thomas More, Editora Edipro, 112 páginas, R$ 37,90)

Como romper com o complexo de vira-latas?

Ele se recusou a dar errado. Nasceu em 1989 em Belford Roxo, periferia da região metropolitana do Rio de Janeiro, viu de perto a barbárie e a desigualdade em um dos ambientes mais hostis do mundo, em uma cidade que foi eleita pela ONU a mais violenta do planeta. Teve uma infância difícil e uma adolescência desafiadora. Analista de marketing, escritor, mentor e uma das maiores referências em copywriting do País, Paulo Maccedo foi um garoto comum da periferia. Apesar de aluno rebelde, odiava ir para escola, mas amava ler. As idas rotineiras à biblioteca resultaram no profissional de hoje: autor best-seller e um exemplo de brasileiro que ascendeu social e culturalmente. Diferente de tudo o que já publicou, a obra chega às livrarias pela DVS Editora com o título “Eu me recuso a dar errado: manual do brasileiro não praticante”. Um trabalho concebido a partir de uma coletânea de ensaios a respeito de assuntos relacionados, todos apontando para um ponto específico: resistência. De empreendedorismo à política, de filosofia à religião, Paulo Maccedo ensina pelo exemplo a quebrar o complexo de vira-latas que existe em cada brasileiro e usou as próprias circunstâncias para mostrar que é possível, com muita dedicação e estudo, se recusar a dar errado. (Eu me recuso a dar errado – manual do brasileiro não praticante, Paulo Maccedo, DVS Editora, 128 páginas, R$ 67)

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