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DC LIVROS | 16/05

DC LIVROS | 16/05

Era da ansiedade

Antes da pandemia do novo coronavírus parar o mundo e fazer as pessoas moldarem a rotina, redefinirem prioridades e sofrerem com as incertezas e o medo, Luiz Felipe Pondé já percebia a ansiedade como uma das questões mais preocupantes e inquietantes da nossa era.

Enquanto finalizava este livro, e o vírus se espalhava mundo afora, o autor teve a comprovação de que a ansiedade havia se tornado um marco da nossa época. Em Você é ansioso? – Reflexões contra o medo, publicado pela Editora Planeta, o pensador elabora um ensaio sobre a era da ansiedade, analisando como o comportamento e a cultura têm produzido e lidado com esse novo paradigma e apontando possíveis formas de lidar com a questão. Pondé transfere parte da responsabilidade da forte carga da ansiedade em nossa sociedade para a ‘hiperinformação’.

“A acessibilidade carrega a ansiedade como um parasita incubado, é um carrier como se diz em inglês. Cidadãos informados são ansiosos, este é um traço essencial da dialética da ansiedade em sua relação com o aumento na qualidade da informação e do conhecimento”, ele defende.

O livro pretende, antes de tudo, reconhecer as fontes imediatas da ansiedade em nossa era, como redes sociais e internet, avanço na medicina, maior longevidade, emancipação feminina e suas consequências, disseminação das práticas psicoterápicas de estilo coaching, instrumentalização das relações, instabilidade do futuro da democracia, dissolução da família em geral e obsessão com a alimentação.

Apesar disso, o objetivo do livro não é apontar ‘métodos infalíveis’ para lidar com a questão. “Talvez uma das melhores formas de enfrentar a ansiedade seja aceitar que jamais a venceremos e que o que nos humaniza é o fracasso”, defende ele. (Você é ansioso? – Reflexões contra o medo, Luiz Felipe Pondé, Editora Planeta, 160 páginas, R$ 39,90 livro físico e R$ 24,90 e-book)

Cooperação, não competição

As grandes conquistas da nossa espécie se deram pela cooperação, não pela competição”. Essa frase é um dos ensinamentos que o professor e palestrante Mario Sergio Cortella apresenta em A Diversidade: Aprendendo a Ser Humano. Publicada pelo selo Littera da editora 3DEA, a obra traz uma importante discussão sobre os reais impactos na estrutura da sociedade atual, com a intolerância, polarização, hostilidade e o desprezo como objetos de estudo.

Leitura indispensável na era de excesso de informações, opiniões divididas e pouca aceitação, o filósofo explica conceitos básicos para a construção do coletivo saudável. Por meio de estudos, o autor aborda os sintomas que estão presentes em nosso cotidiano e que abalam o convívio saudável de uma sociedade. Pequenas atitudes que se transformam em preconceito, como olhar o outro, mas como estranho, intruso e muitas vezes, como inferior.

Com total clareza, Cortella também explica as diferenças entre reconhecer e tolerar, conflito e confronto, divergir e anular e o que faz dessas opiniões gatilhos de preconceito e atos de violência. O filósofo também ressalta que o preconceito abstrai a capacidade de conviver, de refletir, de fazer melhor, de inovar e de partilhar. Mostra ainda que algumas amarras devem ser desfeitas, como recusar o biocídio e seguir na busca de uma vida coletiva que reconheça concretamente a beleza na diversidade, a complementaridade na diferença, a riqueza na pluralidade.

A obra foi reformulada para realidade dos tempos atuais e todos os capítulos de A Diversidade: Aprendendo a Ser Humano permeiam questões sobre os contratempos e disparidades do único verso que existe: a vida! E nela, somos todos iguais. (A Diversidade: Aprendendo a Ser Humano, Mario Sergio Cortella, Editora Littera – selo da 3DEA, 128 páginas, R$ 39,90)

The Eyes of Darkness, que menciona vírus criado em Wuhan, chega ao Brasil

Em meio à pandemia do novo coronavírus, muitos têm relacionado o atual momento em que vivemos com a obra ficcional Os olhos da Escuridão, escrita em 1981 pelo romancista americano Dean Koontz, e publicado aqui no Brasil pela Citadel Editora. No livro, o autor descreve uma arma biológica viral e altamente letal, que causa graves problemas respiratórios e mata em até 24 horas.

Chamado de Wuhan-400, o microrganismo foi desenvolvido pelo cientista Li Chen em um laboratório secreto nas proximidades de Wuhan, na China. Curiosamente, essa é a mesma cidade que apresentou os primeiros casos reais do Covid-19, tornando-se o epicentro da doença. Outro fato que coincide com a realidade, é o cientista chinês Li Chen levar o mesmo nome de um pesquisador real que publicou estudos sobre classes de coronavírus em 2018, na revista especializada Emerging Microbes & Infections.

E é nesse cenário perturbador e realista que se passa a história de Tina Evans, uma mãe em busca de aceitação pela morte de seu filho, que faleceu em um acampamento de férias, onde todos presentes no local também tiveram o mesmo fim trágico: uma morte misteriosa. Envolvida em um emocionante suspense, Tina começa a receber sinais que indicam que seu pequeno Danny possa estar vivo.

Tomada por uma obsessão que a levará até a verdade por trás do que realmente aconteceu, ela encontrará segredos mortais sobre o vírus Wuhan-400 que podem estar relacionados ao seu filho. Numa suposta previsão dos acontecimentos que seguiram a humanidade com o Covid-19, os fatos narrados em Os olhos da Escuridão, levaram alguns internautas a criarem incontáveis fake news.

Com uma escrita comovente e intrigante, a obra não deixa ser um convite para os fãs desse gênero que desejam refletir sobre a pandemia do novo coronavírus que assola milhões de pessoas ao redor do mundo. Vale lembrar que as semelhanças do Wuhan-400 e do Covid-19 são poucas, já que o autor descreve o vírus como altamente infeccioso e tem manifestação em até 4 horas, levando o infectado a óbito imediato. Por outro lado, o novo coronavírus apresenta um ciclo de infecção diferente, podendo manifestar a doença de 5 a 14 dias após o contágio.

Além disso, a taxa de mortalidade do Covid-19 é de aproximadamente 3% para pessoas mais jovens e de até 15% para idosos, já o vírus da ficção, Wuhan-400, é 100% letal para qualquer um. (Os olhos da Escuridão – The Eyes of Darkness, Dean Koontz, Editora Citadel, 272 páginas, R$ 44,90 livro físico e R$ 31,90 e-book)

As relíquias ainda estão perdidas

Bruxos, magos, deuses e criaturas mitológicas se misturam entre o mundo Feérico e Não Feérico, mágico e não mágico, no universo fantástico criado pelo escritor Sillas Lopes. Após 10 anos de produção e aperfeiçoamento, o primeiro livro da Trilogia dos Sete, As relíquias perdidas, chega aos amantes da leitura de fantasia sedentos por novas aventuras.

Crick Angell descobre aos 15 anos que pertence a um mundo mágico e, além com a notícia, recebe uma missão: comandar uma alucinante viagem com objetivo de resgatar sete itens incomuns que dão ao seu possuidor uma magia absoluta. Duras provações aguardam Crick e outros seis jovens: juntos eles formam a Companhia das Relíquias. O destino dos dois mundos está nas mãos dos Sete! O prólogo da obra relata o sequestro da mãe de Crick, Lyygia Angell.

Logo nas primeiras páginas, o leitor é introduzido ao vilão da história: Flausto Aphonsus Rockenbach, assassino do então presidente da magia Kenneth Bamberg. Com a perda da mãe e o perigo iminente no mundo mágico, Crick é enviado ao Brasil para ser criado pela avó em Copacabana, Rio de Janeiro. Depois de 14 anos sem sequer sonhar ser bruxo, o personagem descobre sua verdadeira origem.

Os jovens conseguirão encontrar os itens e garantir a paz do mundo mágico? Essa é a aventura que propõe a Trilogia dos Sete, uma leitura destinada principalmente aos fãs da boa e velha fantasia, narrada de forma inovadora e criativa. Desta forma, Sillas tem misturado em seu caldeirão, os principais elementos para fazer de seu livro de estreia, um sucesso absoluto. E ao leitor, não cabe outra opção senão se render. (As relíquias perdidas, Sillas Lopes, Páginas Editora – selo Yolo, 471 páginas, R$ 45,00)

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