DC LIVROS | 22/10
Especialista se inspira em abelhas para gestão pós-Covid
As dificuldades e as dores da pandemia da Covid-19 também trouxeram novas nuances à gestão de pessoas nas empresas, com grandes desafios para o empreendedorismo. É o que mostra Raphael Chagas, formado em Administração de Empresas e especializado em desenvolvimento humano, em seu novo livro “Abelha Rainha – a nova liderança de equipes pós-pandemia”, lançado pela Artêra, selo da Editora Appris. O autor apresenta reflexões e conceitos de competências comportamentais do século XXI, com exemplos práticos de aprendizados nas empresas e, em especial, nos dois anos da crise sanitária no País. Em “Abelha Rainha” o autor relaciona a inteligência espiritual, emocional e artificial como três pilares importantes na construção de nova identidade de gestão de pessoas e negócios. Esse modelo se revela como o caminho para a liderança integral, alinhado às dificuldades enfrentadas pela sociedade durante a pandemia. (Abelha Rainha – a nova liderança de equipes pós-pandemia, Raphael Chagas, Editora Artêra, 74 páginas, R$ 55)
Carolina Maria de Jesus
A obra “Carolina – Carolina Maria de Jesus”, de Orlando Nilha, narra a história da escritora nascida em 1914 na cidade de Sacramento, Minas Gerais, e que embora tenha atravessado muitas dificuldades típicas de famílias descendentes de escravizados, como miséria e preconceito, cultivou desde a infância o amor pelos livros. Na adolescência, chegou a ser presa, junto com sua mãe, sob a acusação de feitiçaria simplesmente por estar lendo um livro sentada na porta de casa. Aos 23 anos desembarcou em São Paulo em busca de melhores condições de vida, trabalhou como catadora de papelão, tornou-se mãe solo e ainda assim, em meio a tantas adversidades, mantinha vivo o seu amor pela leitura. Carolina escrevia poemas, contos, romances, mas foi seu diário sobre a rotina na favela paulistana que encantou o jornalista Audálio Dantas em uma reportagem no local, e que alçou a mineira ao posto de escritora e celebridade brasileira. Seu diário renderia o livro “Quarto de despejo, sucesso absoluto de público”, publicado em 46 países, e que recebeu elogios de escritores consagrados como Jorge Amado, Manuel Bandeira e Clarice Lispector. Sua vida após a fama também não foi um mar de rosas, o preconceito racial e social ainda estava muito presente. Carolina virou tema de filmes, teatros, músicas e, claro, livros, tendo sua obra e história imortalizada. (Carolina – Carolina Maria de Jesus, Editora Mostarda – coleção Black Power, Orlando Nilha, 32 páginas, R$ 39,90)
Povos indígenas
“Krenak – Ailton Krenak”, Editora Mostarda – Coleção Kariri, de Francisco Lima Neto. Não tem como contar a trajetória do mais ilustre membro do povo Krenak sem trazer o contexto histórico dos povos indígenas no Brasil, ressaltando sua cultura e as perseguições feitas pelos colonizadores portugueses. Ailton nasceu em Minas Gerais, em 1953, na cidade de Itabirinha, muito próxima do rio Doce, elemento da natureza ao qual os indígenas atribuem uma forte relação de ancestralidade, como a de um avô. Filho do Rio Doce que fora palco de tantas perseguições, Ailton passou a infância fugindo com sua família dos invasores do seu território. Aos 17 anos mudou-se para o Paraná, se alfabetizou, atuou como jornalista e, no auge da ditadura militar, iniciou sua luta pelos direitos dos povos indígenas. Ailton visitou aldeias do País inteiro e formou a União das Nações Indígenas, em 1980, primeira organização do movimento indígena no Brasil. Em 1986 participou da Assembleia Nacional Constituinte, de onde foram elaboradas as leis da Constituição de 1988. Um episódio marcante do líder indígena na política foi quando inesperadamente, durante sua fala na tribuna, Ailton, que fora obrigado a usar terno e gravata, sacou um potinho com tinta de jenipapo e pintou todo o rosto. Além da imagem, o discurso em defesa dos povos indígenas de Ailton em Brasília repercutiu mundialmente. De lá para cá Krenak levou ainda mais representatividade dos povos indígenas à política, sendo reconhecido internacionalmente como ambientalista, escritor, filósofo e palestrante. (Krenak – Ailton Krenak, Francisco Lima Neto, Editora Mostarda – Coleção Kariri, 32 páginas, R$ 39,90)
O Jardim de Marielle
O livro “O Jardim de Marielle” não é uma biografia, segundo a autora Majori Silva, é uma história aos pequenos para que entendam com leveza quem foi Marielle Franco. Inspirada na trajetória da parlamentar brasileira marcada pela defesa dos direitos humanos, Majori Silva, que também tem projetos sociais em sua comunidade em Campinas (SP), apresenta ao jovem leitor uma metáfora do trabalho e da persistência de Marielle em um enredo doce, amoroso, repleto de flores e de cores que em nada lembra a trágica morte da vereadora, mas que reverencia todo o seu legado. (O Jardim de Marielle, Majori Silva, Editora Mostarda, 16 páginas, R$ 24,90)
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