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DCC da UFMG vai exportar serviço intelectual

DCC da UFMG vai exportar serviço intelectual
Crédito: Divulgação/ UFMG

Com uma capacidade ímpar na área, competindo de igual para igual com os melhores programadores do mundo, os ex-alunos de mestrado e doutorado do Laboratório de Compiladores (LaC) do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (DCC/UFMG) estão sendo contratados, cada vez mais, para prestar serviços em grandes empresas de informática estrangeiras.

Se, no passado, o desenvolvimento de software básico como compiladores, sistemas operacionais e bancos de dados era uma atividade restrita aos países como os Estados Unidos, Reino Unido e França, hoje esse tipo de trabalho também acontece no Brasil, dado o caráter tão globalizado da prática de desenvolvimento de software e, para tanto, as organizações estão aumentando, e muito, a contratação e o serviço remoto.

Vários fatores contribuem para tornar o trabalho remoto e a busca pelos profissionais do DCC/UFMG uma tendência tão forte: a atual desvalorização do real frente ao dólar ou ao euro – essa diferença de valor torna a contratação de serviço atrativa tanto para a empresa estrangeira, quanto para o profissional mineiro; o fuso horário brasileiro – outros países que exportam desenvolvimento de software, principalmente aqueles no sudeste da Ásia, possuem uma diferença de fuso horário muito grande em relação aos principais demandantes de serviço, que normalmente ficam no lado oeste dos Estados Unidos; a facilidade em encontrar profissionais bilíngues e de excelente formação nos programas de pós-graduação do DCC/UFMG e, além disso, a pandemia do coronavírus.

Atualmente, vários alunos de pós-graduação que passaram pelo LaC-DCC prestam serviços de forma remota. Seja desenvolvendo compiladores, seja criando análises de segurança, seja contribuindo para grandes projetos de software, como PyTorch e JavaScriptCore, tais profissionais trabalham em grandes indústrias como Google, a IBM e a Cadence e, tantos outros, estão fora do País em empresas como a Microsoft, a ARM, a Apple e em outras grandes de software estrangeiras. Além disso, o alto nível de formação e resultados proporcionados por esta mão de obra qualificada, tornou também atrativo às empresas investir em doações de bolsas de estudo ao programa de pós-graduação da UFMG, a fim de solidificar as relações com a universidade.

Segundo o professor e coordenador do LaC-DCC, Fernando Pereira, outros diferenciais que a mão de obra formada pelo DCC/UFMG adquiriu durante o curso são a capacidade de resolver problemas difíceis e o senso de comunidade. De acordo com o professor, os alunos se conhecem e contribuem um para o crescimento do outro e, atualmente, há um alto número de profissionais em Belo Horizonte que se unem, se ajudam e, inclusive, trabalham em um mesmo espaço físico, mas de forma remota para empresas diferentes. “O trabalho em comunidade é positivo por diversas razões, como o apoio técnico mútuo e a diminuição de alguns problemas do trabalho remoto, como a solidão e a dificuldade em estabelecer rotinas. A existência de programas de pós-graduação fortes em BH, essa comunidade que se estabelece de forma cada vez mais perene na cidade e as demandas do mundo atual estão, sem dúvida, contribuindo para tornar a cidade um polo de exportação de serviço intelectual”, concluiu Pereira.

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