Delegação da Finlândia visita o Brasil

Com o objetivo de se tornar neutra em carbono até 2035, a Finlândia tem caminhado rumo à sustentabilidade de forma rápida e eficaz. Tendo isso em vista, entre 30 de maio e 3 de junho, o Brasil receberá uma delegação finlandesa liderada pela diretora-geral de inovação e financiamento empresarial do Ministério de Economia e Emprego da Finlândia, Ilona Lundström.

A delegação do Team Finland será composta por representantes do setor público e privado dos setores de mineração e energia. O grupo visitará quatro capitais brasileiras – Brasília, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro – para expor ao mercado e gestores públicos as oportunidades de cooperação entre os países nos respectivos setores. Embaixador da Finlândia no Brasil, Jouko Leinonen sublinha que o objetivo da visita é fortalecer ainda mais a parceria já existente em ambas as áreas entre as duas nações.

Eficiência energética e emprego de tecnologias para aumentar a produtividade e segurança da mineração serão temas debatidos. A agenda climática será pilar de todas conversas, visto que a Finlândia é pioneira mundial no emprego de tecnologia e know-how voltados para o desenvolvimento sustentável.

Sustentabilidade ambiental

A sustentabilidade ambiental requer a redução do consumo de recursos naturais e a transição para uma economia que busque a neutralidade em carbono. Lançando mão da bioeconomia e da economia circular, a Finlândia quer aumentar a produtividade e a eficiência de setores estratégicos da economia, como energia e mineração, sem dispensar a sustentabilidade e preservação do meio ambiente nos processos.

“As mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e o consumo excessivo de recursos naturais estão entre os maiores desafios que a humanidade enfrenta. Enfrentá-los faz parte do processo para atingir um desenvolvimento genuinamente sustentável. Desta forma, pretendemos reduzir o consumo de recursos naturais não renováveis e substituí-los pelo uso sustentável de recursos renováveis, como biomassa e derivados, por exemplo”, diz o embaixador Jouko Leinonen, reforçando que, cada vez mais, é possível recorrer a novos bioprodutos em substituição a combustíveis e materiais de origem fóssil.

Leinonen ressalta ainda que há possibilidade para que a indústria da mineração migre para a versão 4.0, abraçando de vez o que especialistas chamam de “quarta revolução industrial. “Esse setor, uma vez visto como pouco intensivo para tecnologia robusta, pode ser mais seguro, sustentável e digital. É possível, além disso, elevar o desempenho do ESG na área de mineração e metais”, completa.

A Finlândia possui mais de 300 empresas inovadoras operando no chamado METS (Mining Equipment, Technology and Services), segmento que inclui equipamentos, tecnologias e serviços para a indústria de mineração e metais. O peneiramento a seco de minério de ferro e redes LTE privadas para conectividade de minas são algumas das inovações finlandesas que podem contribuir muito para modernização do setor no Brasil.

Outra solução é a reutilização de resíduos da mineração, que podem ser empregados na construção civil, por exemplo, diminuindo um dos maiores problemas da atividade mineradora: o descarte de resíduos. “Existem diversas alternativas, hoje, para a promoção de uma mineração mais sustentável e digital. Elas geram valor compartilhado para as comunidades em que as mineradoras operam. A Finlândia é detentora deste conhecimento, desta experiência e desta tecnologia, e queremos compartilha-los com o Brasil”, comenta Leinonen.

Atuação no Brasil

Além de representantes do governo finlandês, a delegação será composta por representantes do setor privado nas áreas de mineração e energia. Todas as companhias, muitas delas já em operação no Brasil, oferecem soluções focadas na sustentabilidade. Integram o grupo Neste, Wärtsilä, Nokia, Ima Engineering Metso Outotec, Normet, Sandvik, Kalmar/Cargotec, GTK, Vaisala e Afry/Pöyry.

“Nosso objetivo com estas visitas é mostrar ao mercado brasileiro as possibilidades dos combustíveis do futuro, por exemplo, e promover novas práticas e tecnologias para o setor de mineração. Queremos mostrar o nosso know-how e estreitar relações com parceiros públicos e privados. A ideia é promover a colaboração dos dois países rumo à transição para a digitalização e neutralidade de carbono”, pontua Leinonen.