Democratização do setor de saúde exige inovação e governança

Realizado em parceria entre a Unimed-BH e o capítulo Minas Gerais do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC Minas), o encontro “Governança e inovação no setor de saúde – presente e futuro”, reuniu na terça-feira (12), em Belo Horizonte, a cadeia produtiva da saúde e o ecossistema de inovação da cidade para uma conversa sobre temas como tecnologia, inteligência artificial, equidade e inclusão, entre outros.
Do primeiro painel – “A Governança Corporativa e seus fundamentos levando à governança da inovação” – participaram o presidente da Unimed-BH, Frederico Peret, a líder do squad de Saúde do IBGC Minas, Mônica Cordeiro, e do diretor regional do IBGC Minas, Luís Gustavo Miranda.
“A governança é base para sermos resilientes e gerar confiança diante de um mercado tão volátil, atuando com transparência e integridade. É uma prática coletiva que depende de cada um. Enquanto cooperativa, temos um papel muito importante. O sétimo princípio do cooperativismo é o interesse pela comunidade. Temos que ser um exemplo para a sociedade”, explicou Peret.
Ferramenta que ganhou notoriedade e passou a gerar discussões acaloradas fora do ambiente de inovação nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) foi um dos assuntos do evento. Permeando a lista dos principais desafios da governança no setor – viés e transparência nos algoritmos; privacidade e segurança de dados; responsabilidade e prestação de contas -, a IA exige mais do que compliance, ela requer confiança dos usuários.
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“Quando a empresa adota a integridade como um princípio inegociável, ela fortalece a relação de confiança com os pacientes, reguladores e parceiros, criando um ambiente em que a inovação pode prosperar de maneira responsável e alinhada com os melhores interesses dos stakeholders”, pontuou o executivo.
Já o segundo painel, “A inovação e tecnologia aplicadas à saúde”, contou com o líder do squad de Inovação do IBGC Minas, Antônio Rocha, o CEO da Indigo e parceiro da Unimed-BH em projeto de inovação em saúde, Frederico Andrade; a professora associada do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Gisele Pappa; e o gerente de Inovação da Unimed-BH, Rafael Silva.
“Foi muito importante ouvir da Unimed que para eles inovação sem inclusão não existe. É importantíssimo quando eles colocam a equidade como um dos pilares que é, justamente, trazer essa inclusão para que ninguém fique de fora. A inovação com a governança tem um papel muito importante porque ela ajuda a democratizar o acesso à saúde. À medida que a tecnologia se envolve, os custos começam a cair e aquilo passa a ser algo que é acessível a um universo muito maior de pessoas. É muito importante ter esse olhar para os outros atores”, destacou Rocha.
Para o coordenador do IBGC Minas, o encontro não revelou apenas a face prática do processo de inovação regidos por princípios de eficiência e economicidade, mas também sobre como esse binômio é fundamental para gerar um resultado positivo para toda a sociedade, democratizando o acesso a uma saúde de ponta.
“A saúde é uma área que tem a ver com cidadania, como direito fundamental à vida. Hoje discutimos cenários, perspectivas e o que está sendo feito na prática atualmente. Saímos enxergando o lado da sustentabilidade e o lado humano ligado à tecnologia. Temos que eleger prioridades e a prioridade é o que tem grande Impacto. Não adianta nada a gente desenvolver várias frentes, várias tecnologias, sem tratar do grande impacto e melhorar a vida de todos”, afirma Miranda.
A avaliação da superintendente-executiva de Relacionamento com Cooperado e Sustentabilidade da Unimed-BH, Rosana Chaves, caminha na mesma direção:
“A adoção de novas tecnologias não pode ser feita a qualquer custo. Ela precisa ser feita de maneira ética e responsável. A saúde é um segmento em franca transformação e requer discussões e alternativas para podermos evoluir sempre de forma inclusiva. Essa foi uma oportunidade de discutir inovação e governança de forma propositiva. Temos vários desafios conforme apontado aqui pelo ‘doutor Frederico (Peret)’ e, como disse o Antônio, precisamos aliar tecnologia e humanidade”, completou Rosana Chaves.
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