Discutir “felicidade” pode ser um bom caminho para entender seu real significado

No dia 20 de março é comemorado o Dia Mundial da Felicidade. E muito tem se falado sobre o tema, os caminhos para tal, se dinheiro traz, ou não, a tão sonhada Felicidade. O assunto já é, inclusive, tratado em grandes empresas, instituições de ensino e até no âmbito governamental.
Para Henrique Bueno, especialista em Psicologia Positiva e CEO do Wholebeing Institute Brasil, Felicidade é um assunto que deve ser tratado com seriedade, baseado em fatos científicos e sem a crença de que podemos ser felizes o tempo todo. “Me dedico ao estudo dessa ciência desde 2013 e posso garantir: não tem receita. Felicidade é uma conquista diária, é, como diz Tal Ben-Shahar, ´realidade, realidade e realidade’ e acrescento: É coisa séria”, diz.
Martin Seligman, considerado o pai da Psicologia Positiva, criou o modelo Perma de Felicidade, que consiste em cinco dimensões para a construção de uma vida mais feliz, baseado em emoção positiva, engajamento, relacionamentos positivos, propósito e realização. Tal Ben-Shahar e Megan McDonough, fundadores do Wholebeing Institute, criaram o Spire, modelo que apresenta uma visão do indivíduo como um todo, considerando as dimensões espiritual, física, intelectual, relacional e emocional.
Henrique Bueno explica que por meio dessas cinco dimensões, é possível estudar a ciência e ferramentas que podem transformar nossa vida pessoal e profissional, em busca de mais bem-estar e felicidade para nós mesmos, para a família, clientes, organização e sociedade em geral. “A grande verdade é que felicidade é algo a ser construído ao longo da vida. Podemos fazer escolhas para construir uma vida cada vez melhor”.
Mas a pergunta que sempre nos fazemos: Felicidade, dinheiro e sucesso caminham juntos? Muitos acreditam que sim, que mais dinheiro tem uma relação direta com mais felicidade. Segundo o especialista, dinheiro traz felicidade sim, de uma forma sustentável, na medida que serve para satisfazer necessidades básicas do ser humano.
Aqueles que não têm condições dignas de vida e recebem uma boa quantia, claro que o dinheiro vai trazer mais constância em felicidade e bem-estar. Mais do que isso, segundo Bueno, a ciência não consegue provar.
Para Sonja Lyubomirsky, professora no Departamento de Psicologia da Universidade da Califórnia, todos nós temos um set point de felicidade. Ou seja, quando ganhamos mais dinheiro, temos momentos de euforia, que tendem a voltar à linha normal.
Outro mito muito falado é de que a felicidade é um lugar a se chegar, algo como “Um dia, eu vou conseguir tal coisa e vou ser feliz”. A grande verdade é que felicidade é algo a ser construído ao longo da vida. Para os estudiosos, podemos fazer escolhas para construir uma vida cada vez melhor. “Nós nos acostumamos com situações, coisas e pessoas. É necessário um esforço para agir diferente. Não existe um ponto, existem escolhas e comportamentos que você pode implementar na vida. Cada um vai encontrar o seu caminho, fazer as suas escolhas. Essa é uma jornada pessoal, sem certo e errado, mas com o que te faz melhor, o que faz sentido para você. O que precisa ser compreendido é que Felicidade se aprende e todo mundo é capaz disso”, garante Henrique Bueno.
Ouça a rádio de Minas