Doente, sociedade precisa de tratamento
Nunca se falou tanto em bem-estar e felicidade. Com diversos livros sobre o assunto, coachs com fórmulas prontas e aplicativos de saúde, a sensação é de que já se sabe tudo sobre o tema. Mas, para o presidente do Movimento pela Felicidade, Benedito Nunes Rosa, o assunto ganhou status de produto e os números continuam a mostrar uma sociedade adoecida e entristecida.
“Vivemos a indústria do bem-estar com aplicativos para tudo, mas as pessoas ainda estão infelizes. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 17% da força de trabalho do mundo está deprimida e passa de 800 mil o número de suicídios por ano”, alerta.
O tema é contemplado pelos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015. O ODS 3 propõe: “assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos e todas, em todas as idades”. Para Rosa, esse é um dos objetivos mais estratégicos justamente porque é, a partir dele, que se formam pessoas física e mentalmente saudáveis para lutar pelos demais objetivos.
“A proposta dos ODS é criar condições para vida em equilíbrio no e com o planeta. Nesse sentido, o ODS 3 se torna essencial porque ele é sobre o bem-estar das pessoas. Quem está bem consigo mesmo cuida bem natureza e interage melhor com as pessoas e com tudo ao seu redor”, defende. Ele explica que o bem-estar é uma busca natural do corpo humano, que tem um mecanismo para se manter em equilíbrio com todos os órgãos funcionando. Mas a rotina apertada e os problemas da vida deslocam esse equilíbrio e trazem infelicidade, stress e aborrecimento que minam o bem-estar.
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“Foi para resgatar esse equilíbrio e espalhar os conceitos e os benefícios da felicidade e do bem-estar que criamos o Movimento pela Felicidade. Nós ajudamos as pessoas a encontrarem soluções para terem bem-estar físico, intelectual, emocional, social e profissional”, explica.
Segundo ele, a associação sem fins lucrativos trabalha com ferramentas baseadas em psicologia da felicidade, neurociência e Felicidade Interna Bruta (FIB), que mede a felicidade da população baseada em nove âmbitos: psicológico; saúde; uso do tempo; educação; vitalidade comunitária; cultura; meio ambiente; padrão de vida e governança.
De acordo com o presidente, a organização oferece palestras e treinamentos sobre o tema e também um diagnóstico em ambientes corporativos. Rosa acredita que boa parte das mudanças que se espera para um mundo sustentável passa por pessoas saudáveis.
“Muito se fala sobre desenvolvimento econômico e sobre preservação do meio ambiente, mas nem sempre damos a devida atenção ao ser humano. São as pessoas que estão nas organizações que vão transformar o mundo, então precisamos olhar pra elas”, reforça.
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