E-commerce apoiado pela Gerdau lança mulheres no mercado da moda

Já está no ar a plataforma de vendas on-line de peças autorais criadas por mulheres beneficiadas pelo projeto ELLAS Cultura e Transformação, da cidade de Ouro Branco, na região Central. A iniciativa busca criar formas de renda para famílias do interior de Minas Gerais onde há carência de programas culturais e oportunidades de profissionalização. O projeto tem apoio da Gerdau e participação do estilista Ronaldo Fraga, reconhecido internacionalmente no mundo da moda.
O produtor cultural e coordenador-geral do projeto, Rud Carvalho, explica que são sete meses e 240 horas/aulas em um curso que engloba desde técnicas básicas de corte e costura, passando por conhecimento em tecido e paleta de cores, confecção e acabamento e indo até questões de empreendedorismo com informações sobre como criar microempresas individuais, formação de mão de obra, divulgação e manutenção de e-commerce. “Além desse conteúdo, ainda há no curso consultoria nas áreas contábil e jurídica. É bem completo”, comenta Carvalho.
O produtor cultural conta que, este ano, 37 mulheres foram contempladas: 25 na cidade de Ouro Branco e 12 em Miguel Burnier, distrito de Ouro Preto, cidades a cerca de 100 quilômetros da capital Belo Horizonte. O projeto existia desde 2022, quando Carvalho foi procurado pelo próprio Ronaldo Fraga para fazer oficinas de moda pelo interior do Estado. “Ele disse que tinha muitos talentos escondidos no interior de Minas que precisavam de oportunidades. Eu topei e, em 2023, a Gerdau começou a apoiar o projeto”, afirma.
Segundo o diretor-executivo da Gerdau, Wendell Gomes, a siderúrgica sempre atuou nas comunidades locais onde está presente. “Temos uma história muito rica e de muito valor junto a esses locais. A gente tem uma obrigação muito grande com eles. Essas comunidades nos acolhem, nos recebem, nos apoiam, é dali que saem nossos colaboradores e nossos parceiros. Então, a gente tem uma dívida de gratidão muito grande”, comenta.
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Ele explica que o projeto é um dos diversos que a empresa apoia dentro das práticas de ESG. Em 2022, a empresa investiu R$ 38,2 milhões em mais de 140 iniciativas que beneficiaram cerca de 997 mil pessoas.
O projeto de Ouro Branco se alinha com os pilares de diversidade e inovação. “A capacitação das mulheres permite o empreendedorismo local, a entrada delas no mercado de trabalho e a autonomia para que elas possam continuar seguindo depois. No pilar inovação, podemos dizer que o projeto atua tanto no uso do e-commerce, quanto na possibilidade que elas ganham de não precisar se dedicar à venda, já que o trabalho está exposto ali”, diz.
Ele comenta que a Gerdau trabalha de forma muito contundente para defender valores como estes e a inclusão de negros, mulheres, as causas LGBT e o etarismo, por exemplo. Dessa forma, o apoio não tem data para encerrar. Conforme o executivo, é importante que a empresa passe valores como estes para as comunidades locais e que envolvam famílias nesse processo. Apesar de itinerante e poder ir para outras cidades, com o apoio da siderúrgica, a iniciativa continuará em Ouro Branco em 2024, atendendo a fila de espera que se formou este ano.
Porém, como é aprovada pela Lei Rouanet, Rud Carvalho reforça que o projeto está aberto para novas parcerias, novos estilistas e designers. “Nosso maior objetivo é empoderar essas mulheres, capacitá-las e contribuir para a geração de renda. Temos em Minas Gerais muita gente talentosa, com muito potencial cultural, mas faltam oportunidades e é isso que nós criamos”, diz.

Mercado da moda em Minas
Dados do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas) mostram que o Estado possui 224 mil negócios de moda, entre micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais. Esse grupo é responsável por empregar mais de 160 mil pessoas e, juntos, geram uma massa salarial de R$ 1,7 bilhão.
Por isso, o Estado carrega uma grande responsabilidade de empregabilidade, de geração e circulação de renda. Para surfar nesta tendência, Carvalho explica que sempre priorizam pessoas de vulnerabilidade social para entrar nesse mercado que é vivo por aqui. “As pessoas com renda um pouco melhor, conseguem pagar um curso, por isso, damos oportunidades, prioritariamente, para quem não tem recurso”, completa.
Peças do e-commerce foram definidas pelas mulheres participantes
As três peças principais que estão no e-commerce foram definidas em comum acordo entre os professores e as alunas durante o curso. As aulas, inclusive, foram direcionadas com foco no desenvolvimento das peças.

O resultado são vestidos, blazers e chemises, que estão à venda em um ambiente digital e seguro por preços que variam de R$ 120 a R$ 168 e que podem ser entregues em todo o País. Abrangência que o diretor-executivo da Gerdau destaca. “O e-commerce dá a elas a oportunidade de chegar muito mais longe”, comenta.
Gomes ressalta que, para além do alcance, o projeto dá a elas a oportunidade de vender neste formato, que pela condição social, não teriam chance ou não imaginariam. “Elas também passam a ter autonomia e conseguem conciliar com outras atividades. E a capacitação é algo que agrega valor”, afirma.
Projeto ELLAS Cultura e Transformação
O projeto ELLAS Cultura e Transformação é de coordenação geral de Rud Carvalho, em parceria com Marien Carretero, curadora artística; produção geral da New View; produção de Logística e Oficinas da Associação Livre de Cultura e Esporte (Alce) e apoio da Prefeitura Municipal de Ouro Branco.
Saiba mais:
E-commerce: www.lojaculturaetransformacao.com.br
Instagram: @cultura.e.transformacao
Facebook: cultura.e.transformacao
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