Editoras planejam investimentos para 2022
O mercado livreiro apresenta crescimento nas vendas e caminha para fechar o ano com desempenho recorde, ao contrário de muitos setores que ainda sentem os reflexos da pandemia. Segundo o IPCMaps, empresa especializada em potencial de consumo brasileiro, na categoria de livros e material escolar, o consumo deverá ser de R$ 34,3 bilhões até dezembro, o que representa 0,7% do orçamento familiar.
Só no primeiro semestre de 2021, mais de 28 milhões de livros foram vendidos no Brasil, um salto de 48,5% em relação aos 18,9 milhões de exemplares vendidos no mesmo período de 2020, de acordo com o 7º Painel do Varejo de Livros no Brasil, em pesquisa feita em conjunto pela Nielsen BookScan com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). Esse resultado representa aumento de 38,26% no faturamento do setor em relação ao ano passado. O mercado vendeu um volume 44,39% maior.
Diante deste cenário, empresários do segmento já se sentem mais confiantes e prontos para novos investimentos. É o caso de Isa Colli, jornalista e CEO da Editora Colli Books. A autora explica que esse crescimento se deu devido ao maior tempo das pessoas em casa. E avalia que o aumento nas vendas neste período pandêmico também evidencia uma reconexão com o livro e com a leitura.
Isa Colli sugere que o momento é de aproveitar os bons ventos que alcançam o setor. Uma das estratégias do selo, que tem como foco o público infanto-juvenil, é investir em atividades que unem o lúdico à literatura. Um exemplo é o projeto Quinteratura, criado pela editora para incentivar o prazer da leitura em áreas populares, como o local da estreia, a Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Em 2022, o projeto será itinerante.
“Temos buscado várias formas de aquecer nosso mercado. Uma delas é oferecer ao público opções de leitura e lazer ao ar livre, em especial às crianças, que foram tão afetadas pelo longo período de confinamento”, diz a empresária.
Para Isa Colli, as editoras passaram a enxergar o período de pandemia com um recomeço. “Devido ao maior número de pessoas em casa, os livros passaram a ser um meio de distração para crianças e adultos. Essa busca por literatura se refletiu positivamente no aquecimento do mercado editorial. O setor está se reerguendo aos poucos e trará novas tendências”, aponta.
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