Em Minas, 40% das vagas para PCDs não foram preenchidas

Das 74 mil vagas de emprego disponíveis hoje, em Minas Gerais, especificamente para pessoas com deficiência (PCDs), cerca de 30 mil (ou quase 40%) ainda não foram preenchidas.
Os motivos são vários e passam, principalmente, pela falta de informações por parte dos empresários e ainda pelo preconceito, segundo especialistas. No Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, comemorado nesta quinta-feira (21), ainda são muitos os desafios no Estado.
O número da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Minas (SRTE-MG) – órgão vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego – é uma estatística preocupante mais de 32 anos depois de a Lei de Cotas – que reserva de 2% a 5% das vagas nas empresas com mais de 100 funcionários a pessoas com deficiência – entrar em vigor.
As cerca de 45 mil vagas preenchidas no Estado (61% do total disponível) incluem todos os segmentos empresariais, o que demonstra, segundo a coordenadora de inclusão de PCDs da SRTE-MG, Patrícia Siqueira Silveira, que há condições de se ter ambientes de trabalho acessíveis. Apesar de insuficiente, o índice mineiro de ocupação das vagas de trabalho para pessoa com deficiência é superior ao nacional, que é de 55%.
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“Existe ainda uma resistência e um desconhecimento muito grande quanto ao potencial laborativo da pessoa com deficiência. E há uma tendência a se pensar muito na questão do assistencialismo. (…) Qualquer pessoa com deficiência pode ocupar qualquer posto de trabalho, desde que exista uma adaptação razoável, uma adaptação do ambiente de trabalho, um ambiente de trabalho acessível. E isso hoje é possível. Temos diversas ferramentas para isso”, afirmou a coordenadora em audiência pública sobre o tema realizada, na quarta-feira (20), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
A audiência, organizada pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, reuniu representantes de diversas entidades para debater a inclusão de PCDs no mercado de trabalho.
PCDs têm rendimento menor
Outro dado que preocupa é o rendimento médio da população com deficiência no Brasil, que é de R$ 1.860, enquanto o do resto da população é de R$ 2.690, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado foi apresentado na audiência pública pelo deputado estadual Dr. Maurício (Novo). “Temos ainda no Brasil um grupo marginalizado, com menos acesso a ensino e empregos, tendo que recorrer à informalidade”, lamentou.
“De cada quatro pessoas com deficiência em idade laboral, uma está trabalhando”, destacou, também com base em números do IBGE, o deputado estadual Grego da Fundação (PMN).
A presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conped), Ana Lúcia Oliveira, que também participou da audiência pública, falou sobre a conscientização dos empresários.
“É preciso aproximar do empresário. Muitas vezes o RH já tem a cultura de inclusão, mas é lá na ponta que muitas vezes está o problema. É importante que a gente traga os empresários e mostre para eles do que a pessoa com deficiência é capaz, tirar esse rótulo de pessoa com deficiência do mercado de trabalho é extinguir, na verdade, o capacitismo”, ressaltou. (Com informações da ALMG)
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