Negócios

Empreendedorismo ajuda a diminuir o número de desocupados no país em cinco vezes

Pesquisa do Sebrae reforça a importância de micro e pequenas empresas para o fortalecimento da economia, diz Décio Lima
Empreendedorismo ajuda a diminuir o número de desocupados no país em cinco vezes
Foto: Reprodução Adobe Stock

O empreendedorismo exerce papel socioeconômico fundamental no Brasil. É o que revela o estudo “Donos de Negócios e Força de Trabalho: Dinâmica das Taxas de Ocupação e Desocupação (2019-2024)”, realizado pelo Sebrae Nacional e baseado em dados da PNAD Contínua Trimestral do IBGE. O Brasil teria uma taxa de desocupação cinco vezes maior se não fossem os donos de negócios.

Para o cálculo do peso dos empreendedores na ocupação da força de trabalho do país, o estudo tomou como base a taxa de pessoas empregadas em relação ao total de pessoas na força de trabalho. Em 2024, foi alcançado o melhor nível de taxa de ocupação (94%) do período analisado. Observando a composição da taxa de ocupação, o estudo revelou que a cada quatro pessoas ocupadas, uma é empreendedora.

“O Brasil é um país empreendedor por natureza. Nem nos momentos mais difíceis, abandonamos a criatividade. Vamos além do sonho, realizamos e colocamos de pé a ideia que nos motiva. 60% da população brasileira quer ter o próprio negócio.” Ressalta Décio Lima, presidente do Sebrae

“O empreendedorismo já alcançou o patamar de modelo de desenvolvimento para o país. É fato que o empreendedorismo vem revolucionando vidas e que sua importância alçou o patamar de política de Estado, junto com tantos outros avanços de um Estado de bem-estar social”, completa.

Dados regionais

As disparidades regionais diminuíram, segundo o estudo. A diferença entre a maior e a menor taxa de ocupação caiu de 7 pontos percentuais (2019) para 5,1 pontos percentuais (2024). Em 2024, o Nordeste teve maior taxa de desocupação (8,7%). O Sul registrou a menor taxa (3,6%), seguido do Centro-Oeste (4,9%), Sudeste (5,9%) e Norte (6,9%).

O Estado com maior participação de donos de negócios na taxa de ocupação é Rondônia (36,7% de donos de negócios entre a taxa de ocupação de 97,2%), seguido pelo Maranhão (32,6% de 93,1%), pelo Amapá (31,9% de- 91,4%), pelo Pará (31,3% de- 92,8%) e Amazonas (31,3% de- 91,6%).

A menor participação de donos de negócios na taxa de ocupação ficou com o Distrito Federal, com 22,3% de donos de negócios dentro de uma taxa de ocupação de 90,8%. Por outro lado, o DF tem alta proporção relativa de donos de negócios empregadores (5%). O resultado reflete a forte presença do setor público e de um empreendedorismo mais estruturado e formalizado.

Entre os donos de negócio no Brasil, que correspondem a 27,4% da taxa de ocupação de 93,8%, predominam os classificados como conta própria (23,5%): trabalham explorando o seu próprio empreendimento, sozinhos ou com sócio, sem ter empregado, e contando, ou não, com a ajuda de trabalhador familiar auxiliar. Os donos de negócio empregadores (com pelo menos um empregado) representam 3,9%.

O maior percentual estadual de donos de negócios empregadores foi registrado no Rio Grande do Sul (5,2%). Os negócios classificados como conta própria predominam em estados do Norte e Nordeste, com os maiores percentuais registrados em Rondônia (33,9%), Maranhão (29,8%) e Amazonas (28,9%).

Aaron Favila/Agência Pública

Formalidade x informalidade

Entre 2019 e 2024, a participação de donos de negócios formais cresceu de 8,1% para 9,3% da taxa de ocupação. Já os donos de negócios informais representaram 18,1% da taxa de ocupação em 2024, ligeiramente abaixo dos 18,7% registrados em 2019.

Apenas sete unidades da Federação têm mais de 10% da taxa de ocupação formada por de donos de negócio formalizados: Distrito Federal, Goiás, Espírito Santo, Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O presidente do Sebrae celebrou a evolução do número de empreendedores formalizados.

“Na medida em que o empreendedor formaliza, ele dá um passo fundamental para que escalar o seu negócio, não só para o mercado nacional como para o internacional”, afirma. “O local em que eles podem procurar e ter total apoio para isso é no Sebrae, com cursos, formação e auxílio a esses empreendedores”, completa Décio Lima.

Compre do Pequeno

Os dados da pesquisa reforçam a importância dos pequenos negócios para a economia do país. No dia 5 de outubro, é celebrado o Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa. Em comemoração à data, o Sebrae promove a campanha Compre do Pequeno, para valorizar o papel que esses empreendedores, que representam 97% das empresas do país, desempenham nas vidas das pessoas e de suas localidades. Ao decidir comprar em um pequeno negócio, o consumidor contribui para colocar o dinheiro em circulação dentro de própria comunidade, gerar mais empregos e desenvolver a economia local.

(Conteúdo distribuído por Agência Sebrae)

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