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Programa do Sebrae completa 10 anos fortalecendo a educação empreendedora

Em Minas, mais de 800 municípios são atendidos pelas ações do Programa Nacional de Educação Empreendedora
Programa do Sebrae completa 10 anos fortalecendo a educação empreendedora
Crédito: Reprodução Adobe Stock

Com mais de 2,2 milhões de estudantes atendidos e 130 mil professores capacitados em mais de 6 mil instituições de ensino de todo o País, o Programa Nacional de Educação Empreendedora (PNEE) do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) completa a primeira década de atuação promovendo ações de fortalecimento ao empreendedorismo nas redes de ensino pública e privada.

Desde 2013 o programa desenvolve pesquisas, estudos, ferramentas, cursos e eventos para formar e municiar educadores, alunos e gestores de diferentes níveis da educação formal na temática da educação empreendedora. Minas Gerais é destaque no programa com mais de 800 municípios atendidos pelas ações do PNEE, beneficiando diretamente mais de 400 mil alunos e capacitando 41 mil professores.

O pioneirismo e excelência no Estado fez Belo Horizonte ser selecionada como o Polo de Educação Empreendedora do Sistema Sebrae, sediando o Centro Sebrae de Referência em Educação Empreendedora (CER). Na capital, cerca de 1,3 mil educadores de escolas integrais da rede municipal já participaram de capacitações por meio do PNEE e a iniciativa foi aplicada em 114 instituições de ensino, contribuindo para a formação de quase 40 mil alunos.

O presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva, ressalta o papel da educação empreendedora como mecanismo de transformação da cultura do empreendedorismo no País e, consequentemente, do mundo do conhecimento e do trabalho. “A educação empreendedora ajuda a estimular e desenvolver competências integradas à construção de projetos de vida, colabora para o desenvolvimento integral de estudantes, favorece o protagonismo juvenil e oferece soluções de aperfeiçoamento e valorização profissional para professores. Atuamos com um propósito de desenvolver o potencial das pessoas para se tornarem protagonistas da transformação da realidade”, ressalta. 

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Educação impulsiona projetos inovadores de empreendedorismo

Em Montes Claros, no Norte de Minas, a Escola Estadual Coronel Filomeno Ribeiro é uma das referências na difusão da educação empreendedora. A instituição venceu por duas vezes o Prêmio Sebrae de Educação Empreendedora com dois projetos inovadores para alunos do ensino fundamental: “Ler é Crescer” e “Jogos Mais Que Especiais”.

A gestora e ex-diretora da escola, Clelma Rodrigues, conta que o primeiro empreendimento teve foco no social, educacional e financeiro, com o desenvolvimento de uma moeda, que era repassada aos alunos quando eles liam um livro. “Sabemos que a leitura era primordial em qualquer disciplina, mas os resultados que tínhamos eram muito ruins, culminando em altas taxas de evasão escolar e reprovação. Ao fim do bimestre, eles sacavam o valor e podiam gastar no Shopping do Leitor, espaço que contava com brinquedos, adereços, livros e outras coisas”, afirma.

O segundo projeto é voltado para a inclusão social e surgiu em 2016 com a ideia de vender preconceitos contra pessoas de necessidades especiais. “Trata-se de um empreendimento educacional inclusivo, social e financeiro, no qual os professores do atendimento educacional especializado, juntamente com outros professores, os estudantes da educação especial e os demais alunos desenvolvem jogos pedagógicos, a partir de materiais recicláveis, para atender os alunos com necessidades especiais”, explica Clelma.

O jovem empresário Matheus Mendes Martins, de 25 anos, foi um dos alunos da escola e participou das mentorias do PNEE até 2016, quando cursou o 3º ano do ensino médio. Ainda na escola, ele participou do curso Despertar, no qual passou por testes vocacionais, montou projetos para desenvolver características empreendedoras e viabilizou ideias de negócios. Com a capacitação, ele montou sua primeira empresa ainda como estudante. A CopyMoc é especializada em cópias e impressões.

Atualmente ele administra um restaurante e uma loja de artigos agropecuários inspirado pelos conceitos de empreendedorismo aprendidos na sala de aula. “Sempre tive aptidão na questão empreendedora, mas desenvolvi as características na escola. Montar negócio não é dinheiro, é ter uma mentalidade própria. Nem sempre você precisa nascer com a característica empreendedora, mas é preciso praticar essas ideias”, avalia o empreendedor”, conta Mateus.

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