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Empresa humaniza espaços industriais

Empresa humaniza espaços industriais
Em Minas já foram desenvolvidos projetos em Contagem, Sabará, distrito de Joaquim Murtinho e em João Monlevade | Crédito: Fabrica de Graffiti Utrópica / Divulgação

O aspecto lúgubre e despersonalizado dos distritos industriais, com seus intermináveis muros cinza, está com os dias contados. Pelo menos no que depender da vontade e do esforço da Fábrica de Graffiti.

A empresa, sediada em Belo Horizonte, surgiu em 2019, com o objetivo de humanizar distritos industriais por meio da arte de rua e, ainda, democratizar a arte através dos maiores murais de grafite do Brasil. Os projetos são realizados através de Leis de Incentivo à Cultura e para clientes particulares.

De acordo com a fundadora e produtora-executiva da Fábrica de Graffiti, Paula Mesquita Lage, existem outros projetos parecidos no Brasil, porém, a maioria deles dedicados às áreas centrais das grandes cidades.

“A maioria dos projetos é centralizada e deixa de fora justamente as áreas mais carentes de intervenções urbanísticas e artísticas. Os distritos industriais são vistos como área de passagem, como se as pessoas não ficassem a maior parte do tempo ali e como se não existissem moradores na região. São ambientes duros. Hoje muitas empresas já entendem que ter um bom ambiente interno e externo é determinante para a produtividade e para a aceitação da empresa pela comunidade e por isso nos chamam”, explica Paula Lage.

Hoje, ter um bom ambiente interno e externo é determinante | Crédito: Fabrica de Graffiti Utrópica/Divulgação

Em Minas Gerais já foram desenvolvidos projetos em Contagem e Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH); distrito de Joaquim Murtinho (na cidade de Congonhas), na região Central; e João Monlevade, no Vale do Aço. Cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia também já foram contempladas.

Todos os projetos desenvolvidos levam em consideração os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), praticando igualdade de gênero, sustentabilidade e promovendo geração de renda para artistas locais.

“Nem as próprias patrocinadoras costumam esperar os resultados que alcançamos. São muitos os relatos de pessoas que dizem ter tido a vida modificada pelo projeto. O ganho estético e artístico é o mais visível, mas as pessoas falam de pertencimento e saúde mental. Também fazemos questão de convidar artistas locais para participar fazendo uma seleção que tem critérios de diversidade. Fazemos parceria com a escola pública mais próxima para oferecer o curso de grafite profissional. Durante a pandemia criamos videoaulas que ensinam técnicas e também falam de história da arte. E todos os resíduos recicláveis são coletados e doados para uma associação de catadores da cidade e a água com tinta coletada e tratada”, enumera.

Nosso projeto modifica vidas, afirma Paula Mesquita Lage | Crédito: Camila Rocha

Para bancar os projetos, a Fábrica realiza rodadas de investimentos. A terceira e mais recente acaba de ser concluída e captou R$ 1,36 milhão. Desde 2019 foram captados R$ 3,5 milhões.

“Somos uma empresa com mais de 20 colaboradores e a opção das rodadas de investimento é um jeito de garantirmos a sustentabilidade do negócio. Assim podemos redimensionar os projetos se necessário e continuar produzindo”, completa a fundadora da Fábrica de Graffiti.

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