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Empresárias adotam modelo “one for one”

Empresárias adotam modelo “one for one”
As 50 primeiras bonecas fabricadas foram vendidas em 30 dias - Crédito: Laura Leal

Criada em Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, a Ciranda Soli é uma fábrica de bonecas sem linha de produção e que, a cada boneca vendida, uma é doada.

A história, que começou em agosto do ano passado, tem como ponto de partida o livro “Comece algo que faça diferença”, no qual o fundador da marca de sapatos TOMS Shoes – fundada por ele em 2006 -, Blake Mycoskie, conta a história da empresa.

Segundo a jornalista e sócia-fundadora da Ciranda Soli, Edlayne de Paula, o método “one for one” encantou a outra sócia, Fabiana Schimitz, que resolveu aplicar o método para fabricar e doar bonecas. Durante uma viagem à Argentina, o americano ficou sensibilizado com a necessidade de calçados das crianças pobres do país.

Naquela época, ele tirou do bolso US$ 2.500 e pediu a artesãos locais que transformassem esse dinheiro em alpargatas. Depois levou a produção para Califórnia e lá começou a testar essa nova ideia de negócio. Chamou amigos e apresentou o produto perguntando se eles comprariam aquela sapatilha se soubessem que uma criança carente ganharia outra igual. Em menos de um ano Blake doou mais de 10 mil pares de sapatos.

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“Não somos costureiras e nem sabemos costurar. Quando a Fabiana (Schimitz) teve contato com o livro logo pensou que precisava fazer algo igual. Começou a falar com pessoas até que nos encontramos. Formamos uma rede para saber se o negócio era viável. A partir disso buscamos as costureiras e demos início ao primeiro lote. As 50 primeiras bonecas foram vendidas em 30 dias”, relembra Edlayne de Paula.

Até agora, foram produzidas 360 bonecas e realizadas 186 doações em sete lotes de doação nas cidades de: Coronel Fabriciano e Ipatinga (Vale do Aço), Governador Valadares (Vale do Rio Doce) e Santa Rita do Sapucaí (Sul de Minas). Os brinquedos vão para entidades sociais, em especial as que atendem crianças em situação de vulnerabilidade social.

As bonecas podem ser feitas com sobras de tecido, cada uma delas tem um cabelo e uma roupa diferente. No início eram feitas com retalhos doados por fábricas e lojas. Atualmente, os tecidos são comprados. Cada unidade é vendida via e-commerce por R$ 149,90 e são entregues em qualquer lugar do País.

As empresárias já começaram a receber encomendas de lojas e já vendem em pontos físicos em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), Mariana (região Central), Coronel Fabriciano, Ipatinga e na Capital.

Para o mês das crianças elas viram a produção, que hoje é feita por artesãs em Coronel Fabriciano, dobrar. A expectativa é grande para o Natal. A meta é fechar o ano com 500 bonecas produzidas.

“Cadastramos costureiras que ganham por produção e cada uma é especializada em uma determinada parte do processo. Dessa forma conseguimos que pessoas com diferentes perfis e graus de experiência participem do negócio”, explica a empreendedora.

Para garantir a transparência do processo cada comprador é informado de onde e quando sua doação será efetuada e pode participar da entrega. O objetivo agora é criar um QR Code que seja capaz de reunir todas as informações desde a confecção do produto até a doação, garantindo a rastreabilidade.

“Buscamos um parceiro para a criação desse QR Code. Temos uma grande preocupação em como dar satisfação para cada pessoa que compra a Soli. Vivemos em um momento de muita descrença com as boas ações. Nossa preocupação em fazer o que chamamos de prova social é muito grande”, completa a empresária.

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